BoE decide juros, dados da China, repercussões de balanços e Copom e mais destaques

Ainda no radar, Haddad concede entrevista ao jornal Estadão

Felipe Moreira

Sede do Banco da Inglaterra (BoE)

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A agenda internacional tem como destaque as importações da China que aumentaram 8,4% em abril, bem acima dos 4,8% previstos por uma pesquisa da Reuters, e a reunião do Banco da Inglaterra (BoE), que deve manter a taxa de juros inalteradas nesta quinta-feira (9).

Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou por reduzir o ritmo da flexibilização e decidiu na véspera (8) cortar em 0,25 ponto percentual a Selic, a taxa de juros básica da economia. A taxa passou de 10,75% para 10,50% ao ano. No entanto, o que mais chamou a atenção foi a decisão dividida, com quatro diretores votando pelo corte de 0,50 p.p.. Para especialistas, os quatro votos para um corte de 0,50 p.p. vindos dos novos diretores indicados pelo governo Lula sinalizam a política monetária a partir de 2025. A expectativa é de volatilidade no mercado de juros, enquanto o EWZ, iShares MSCI Brazil, ETF (fundo de índice) que representa os recibos de ADRs das ações de empresas listadas na bolsa de NY, caía 0,93% no pré-mercado.

Na temporada de balanços, há a repercussão dos resultados, como Banco do Brasil (BBAS3), Braskem (BRKM5), Eletrobras (ELET6), Casas Bahia (BHIA3) e mais.

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Na seara política, presidente Lula fará anúncio de medidas relacionadas ao Rio Grande do Sul às 10h30, enquanto Fernando Haddad, ministro da Fazenda, dará entrevista ao Estadão a partir das 15h.

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1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa, após o Dow Jones registrar seu sexto dia consecutivo de ganhos. Na frente de dados, investidores aguardam pedidos semanais de seguro-desemprego, com consenso LSEG prevendo 215 mil solicitações.

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Veja o desempenho dos merc ados futuros:

Dow Jones Futuro: -0,24%

S&P 500 Futuro: -0,27%

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Nasdaq Futuro: -0,34%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam sem direção única, com as da China continental e de Hong Kong se fortalecendo após dados chineses de comércio exterior melhores do que o esperado. Tanto os negócios na China quanto os de Hong Kong foram impulsionados por ações do setor imobiliário e de semicondutores.

Em abril, as exportações da China tiveram expansão anual de 1,5%, um pouco maior do que se esperava, após caírem significativamente no mês anterior. Já as importações chinesas saltaram 8,4% em abril, bem mais do que se previa.

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Shanghai SE (China), +0,83%

Nikkei (Japão): -0,34%

Hang Seng Index (Hong Kong): +1,22%

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Kospi (Coreia do Sul): -1,20%

ASX 200 (Austrália): -1,06%

Europa

Os mercados europeus operam mistos na sessão de hoje, com investidores à espera da decisão sobre juros do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). Embora seja pouco provável que se reduzam as taxas este mês, os investidores estarão atentos a quaisquer sinais de mudança de posição por parte dos dirigentes do banco central.

FTSE 100 (Reino Unido): +0,04%

DAX (Alemanha): +0,28%

CAC 40 (França): -0,15%

FTSE MIB (Itália): -0,18%

STOXX 600: -0,13%

Commodities

Os preços do petróleo registram ganhos nesta quinta-feira, com a redução dos estoques de petróleo bruto nos EUA sinalizando uma oferta mais restrita e em meio a esperanças crescentes de que o Fed reduzirá as taxas de juros até o final do ano.

 Por outro lado, as cotações do minério de ferro na China fecharam no vermelho, pressionadas pela demanda mais fraca por aço, à medida que as necessidades de armazenamento diminuíram após o feriado do Dia do Trabalho na China.

Petróleo WTI, +0,62%, a US$ 79,48 o barril

Petróleo Brent, +0,51%, a US$ 84,02 o barril

Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve queda de 1,65%, a 865,50 iuanes, o equivalente a US$ 119,76

Bitcoin

2. Agenda

A agenda econômica de hoje tem como destaque a decisão sobre juros do Banco da Inglaterra (BoE).

Brasil

10h30: Presidente Lula fará anúncio de medidas relacionadas ao Rio Grande do Sul

15h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, dará entrevista aos veículos Broadcast e Estadão

EUA

9h30: Pedidos de seguro-desemprego semanal; consenso LSEG prevê 215 mil solicitações

Reino Unido

8h: BoE decide juros

3. Noticiário econômico

Em decisão dividida, Copom reduz ritmo de corte da Selic

O Banco Central decidiu na quarta-feira reduzir o ritmo de afrouxamento monetário ao fazer um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, para 10,50% ao ano. Embora não fosse esperada uma decisão unânime como nas últimas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), o placar de 5 a 4 a favor de um corte de 0,25 ponto percentual – menos intenso do que as reduções de 0,50 p.p. nas últimas reuniões – recebeu bastante atenção pelos economistas devido ao que essa divisão pode significar sobre os próximos passos da autoridade monetária.

O motivo é que todos os votos pela manutenção do ritmo vieram de diretores indicados pelo governo Lula, cabendo aso diretores remanescentes do antigo governo o papel mais duro (“hawk”) do encontro. Assim, ficou nítida a preferência deles por juros mais baixos, que alguns interpretam até como possível leniência em relação à inflação.

4. Noticiário político

Supremo tem cinco votos para validar Lei das Estatais

O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou, na última quarta-feira (8), ao placar de 5 votos a 2 para validar a constitucionalidade da Lei das Estatais, norma aprovada em 2016 para proibir indicações de políticos para a diretoria de estatais. Apesar do placar formado, ainda não há maioria de votos para declarar a constitucionalidade da lei. O julgamento será retomado na sessão desta quinta-feira (9).

Câmara adia de novo votação do Mover por falta de acordo sobre taxação de compra internacional

A Câmara adiou novamente a votação do Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), por falta de acordo com o governo sobre a retomada da taxação de compras internacionais de bens de até US$ 50.

 

5. Radar Corporativo

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil (BBAS3) encerra a temporada de resultados dos grandes bancos com um lucro líquido ajustado de R$ 9,3 bilhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), montante 8,8% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2023.

Petrobras (PETR4) e Braskem (BRKM5)

Em comunicado na noite desta quarta-feira, a Petrobras informou que não há qualquer decisão tomada em relação à Braskem, “seja no sentido de exercer o direito de preferência, o tag along ou a compra da parte da Novonor na companhia”. O CEO Jean Paul Prates havia afirmado ontem que a Petrobras avalia eventualmente comprar a participação da Novonor (ex-Odebrecht) na Braskem que está à venda, caso não haja um interessado, e buscar sozinha posteriormente um sócio para o ativo.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)