Futuros de NY chegam a subir com ação rápida do governo após quebra do SVB, mas amenizam alta; expectativas para nova âncora fiscal e mais

Semana tem como destaque dados de inflação nos EUA, decisão de juros na Europa e prévia do PIB brasileiro; B3 volta a fechar às 17h a partir de hoje

Felipe Moreira

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Os índices futuros dos Estados Unidos amanheceram no terreno positivo nesta segunda-feira (13), mas diminuíram os ganhos, com investidores repercutindo os planos do governo dos EUA para mitigar os efeitos da quebra do Silicon Valley Bank (SVB) no sistema financeiro.

Todos os depositantes do Silicon Valley Bank terão acesso ao seu dinheiro a partir de hoje, de acordo com um comunicado conjunto do Departamento do Tesouro, Federal Reserve e FDIC.

O Fed também disse que está criando um novo Programa de Financiamento a Prazo do Banco destinado a salvaguardar os depósitos. A linha oferecerá empréstimos de até um ano a bancos, associações de poupança, cooperativas de crédito e outras instituições.

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Além disso, investidores se preparam para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, prevista para terça-feira (14).

O consenso Refinitiv prevê que o índice de fevereiro registre um avanço de 0,4% sobre janeiro. Esse é um dado de destaque para a próxima decisão de juros do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA. A próxima reunião da autoridade monetária está prevista para os dias 21 e 22 de março.

Com uma agenda relativamente fraca de indicadores no Brasil, os investidores seguem acompanhando discussões políticas sobre a nova âncora fiscal do país. A expectativa é a de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresente uma primeira proposta nos próximos dias.

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Ainda no radar político, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado votará amanhã (14) um requerimento para que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, seja convidado a comparecer ao Congresso para explicar por que a taxa básica de juros está em 13,75% ao ano.

Depois do fechamento, serão divulgados os resultados do quarto trimestre da Direcional, Eletrobras, Inter, Metal Leve, Natura e Technos. Cabe destacar ainda que a Bolsa brasileira (B3) volta a fechar às 17h a partir desta segunda-feira, com o início do horário de verão nos EUA. Wall Street abre às 10h30.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com sinais distintos nesta manhã de segunda-feira, após abrirem em alta de forma a reverter parte das perdas do pregão anterior, depois que os reguladores anunciaram um plano para apoiar todos os depositantes do Silicon Valley Bank e disponibilizar financiamento adicional para outros bancos.

Na sexta-feira (10), o Silicon Valley Bank foi fechado pelos reguladores americanos depois que saques maciços no dia anterior criaram uma corrida aos bancos.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos na sessão de hoje, com os reguladores dos EUA anunciando planos para apoiar tanto os depositantes quanto as instituições financeiras associadas ao Silicon Valley Bank, vistas como uma medida para conter riscos sistêmicos.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,96%, liderado pelas ações de tecnologia, e o índice Hang Seng Tech subiu mais de 3%. Na China continental, a Bolsa de  Shanghai subiu 1,2%, para fechar em 3.268 pontos.

Enquanto isso, os mercados do Japão lideraram as perdas na região, o Topix caiu 1,51%, para fechar em 2.001 pontos, vendo as ações do Softbank caindo 2,3%, pois os investidores continuam avaliando os temores de contágio. O Nikkei 225 caiu 1,11%, para fechar em 27.383 pontos.

Europa

Os mercados europeus operam com baixa, também com os investidores globais se concentrando nas consequências do colapso do Banco do Vale do Silício.

O banco de compensações Bank of London confirmou no domingo (12) que protocolou uma proposta para a compra da subsidiária britânica do Silicon Valley Bank (SVB), fechado na última sexta-feira (10) por reguladores americanos.

Em comunicado, a instituição informou que a oferta foi feita em parceria com um consórcio de empresas de private equity às autoridades do Reino Unido, entre elas o Tesouro, a Autoridade de Regulação Prudencial e o Banco da Inglaterra (BoE), além do Conselho de administração do SVB.

Commodities

As cotações do petróleo operam com perdas, com as preocupações sobre possíveis elevações de juros dos Estados Unidos abalando investidores, embora uma recuperação na demanda chinesa e um dólar mais fraco tenham fornecido algum suporte.

Os preços do minério de ferro sobem na China.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda da brasileira tem dois indicadores de destaque nesta semana. O IBC-Br, prévia de atividade econômica do Banco Central, referente a janeiro, na sexta-feira (17). No mesmo dia, sai a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua. O Itaú prevê um crescimento de 7,9% em dezembro para 8,3% em janeiro.

Já o ponto alto da agenda de indicadores nos EUA é a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), prevista para terça-feira (14).

O consenso Refinitiv prevê que o índice de fevereiro registre um avanço de 0,4% sobre janeiro. Esse é um dado de destaque para a próxima decisão de juros do Federal Reserve, o Banco Central dos EUA. A próxima reunião da autoridade monetária está prevista para os dias 21 e 22 de março.

Ainda na agenda americana, os dados do varejo referentes a fevereiro serão divulgados na quarta-feira (15). O consenso Refinitiv prevê uma retração de 0,3% em relação a janeiro.

Na quinta-feira (16), o Banco Central Europeu (BCE) deve elevar os juros em mais 50 pontos-base. Mas o que mais interessa aos investidores no momento é quais serão os próximos passos da autoridade monetária. O mercado vai se debruçar sobre o comunicado que acompanha que a decisão do BCE.

Brasil

07h30: Roberto Campos Neto, presidente do BC, participa da Reunião Bimestral de Presidentes de Bancos Centrais, promovida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) (fechado à imprensa)

8h25: Boletim Focus

10h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, participa de painel do Valor Econômico – Tema: A Reforma Tributária e os Desafios

14h: Haddad participa da 84ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP)

15h: Balança comercial semanal

15h30: Haddad se reúne com Eduardo Paes, Prefeito do Rio de Janeiro

16h30: Haddad tem reunião com David Vélez, CEO Global da NubankI

3. Noticiário econômico

Coração da reforma tributária é o IVA, sem ele não existe reforma, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na última sexta-feira, 10, que o coração da reforma tributária é um Imposto de Valor Agregado (IVA). Segundo ele, a dúvida é se o IVA será único ou dual. As declarações foram feitas durante entrevista à CNN Brasil.

“Estou muito bem impressionado com o andar da carruagem da reforma tributária. Os prefeitos de grandes cidades estiveram comigo, dirimi muitas dúvidas. Estou confiante que nós podemos votar reforma tributária na Câmara a partir de junho, julho. Eu dedico um dia da semana, pelo menos, 100% à reforma tributária”, disse.

O ministro da Fazenda ainda disse que a ampla maioria de governadores concorda com reforma tributária. Segundo ele, os mais interessados na tributária são os governadores, segundo lugar é a União.

4. Noticiário político

Comissão do Senado votará na terça-feira convite para ouvir Campos Neto

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado votará na terça-feira, 14, um requerimento para que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, seja convidado a comparecer ao Congresso para explicar por que a taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75% ao ano. O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que preside o colegiado, espera que o convite seja aprovado.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, a ida de Campos Neto ao Senado foi acertada em 15 de fevereiro, durante um jantar entre Vanderlan e o chefe da autoridade monetária. A expectativa era de que o presidente do BC fosse ouvido no Congresso no começo de março, antes da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorre nos dias 21 e 22. No entanto, houve um atraso na instalação das comissões no Senado, que só passaram a funcionar nesta semana.

O encontro entre Campos Neto e o senador ocorreu após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificar as críticas à condução da política monetária, com o argumento de que o atual nível da Selic restringe o crescimento econômico. O BC, por outro lado, argumenta que a manutenção dos juros é necessária para controlar a inflação diante das incertezas sobre o cenário das contas públicas no País.

Em entrevista à CNN Brasil, neste sábado, 11, Vanderlan defendeu que é preciso encontrar, por meio do diálogo, um consenso sobre a forma de reduzir os juros. Ele afirmou, por outro lado, que declarações de autoridades “prejudicaram bastante” a discussão, numa referência velada a Lula e a integrantes da base aliada do governo no Congresso.

5. Radar Corporativo

B3 (B3SA3)

A B3 informou que a Receita Federal reduziu multa de R$ 1,3 bilhão para R$ 4,8 milhões em caso do cômputo das variações cambiais positivas do investimento no CME Group em 2016.

A operadora da Bolsa brasileira diz que ainda irá recorrer da decisão ao Carf.

A B3 volta a operar em seu horário normal, encerrando o pregão regular às 17h (horário de Brasília), a partir do pregão da próxima segunda-feira, 13 de março. O retorno ocorre devido ao início do horário de verão nos Estados Unidos, conforme informou a Bolsa Brasileira em ofício no final do mês passado.

Com isso, o mercado à vista, incluindo o Ibovespa e demais índices, abrirá às 10h (horário de Brasília), com o fechamento às 17h a partir desta data. O novo horário também traz de volta o after market.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)