Futuros de NY sobem antes de inflação PCE nos EUA; decisão do Banco do Japão, desemprego no Brasil e mais destaques do mercado hoje

Mercados ainda repercutem a decisão do Banco do Japão (BoJ) de mantér juros inalterados

Felipe Moreira

(Shutterstock)

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Os índices futuros dos Estados Unidos operam com leve alta nesta sexta-feira (28), com investidores à espera da divulgação do deflator do consumo de fevereiro (PCE, em inglês) – indicador de inflação favorito do Federal Reserve (Fed).

Os dados são de particular interesse depois que o BC dos EUA elevou as taxas de juros no início desta semana em um movimento amplamente esperado.

Economistas consultados pela Dow Jones esperam que o núcleo do PCE avance 0,2% em relação ao mês anterior e suba 4,2% na comparação com o ano anterior.

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As bolsas da Europa operam com baixa em sua maioria, com investidores digerindo dados da economia alemã e resultados corporativos.

Na Ásia, os mercados fecharam mistos, depois que Banco Central do Japão (BOJ) manteve sua taxa básica de juros em -0,1% e sinalizou maior flexibilidade na condução da política monetária. Na véspera, as bolsas dos EUA tiveram uma queda na reta final em meio a notícias sobre a nova política do país. 

Por aqui, investidores aguardam pela taxa de desemprego do mês de junho, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. O Itaú espera uma queda na taxa de desemprego para 8,1%.

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Na temporada de balanços, antes da abertura dos mercados, destaque para os resultados trimestrais da Usiminas (USIM5). O mercado ainda repercute os números da Vale (VALE3), que também anunciou parceria em metais básicos, além dos resultados de Multiplan (MULT3), Hypera (HYPE3) e Intelbras (INTB3).

Ainda em destaque, o Conselho da Petrobras deve debater hoje dividendos e recompra de ações.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de sexta-feira, com os investidores aguardando a divulgação do indicador de inflação preferido do Fed, enquanto avaliam as perspectivas para a política monetária global após uma série de decisões sobre taxas de juros de bancos centrais em todo o mundo.

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Os investidores também estarão atentos aos dados sobre custos de emprego, renda pessoal, gastos do consumidor e sentimento do consumidor. A temporada de resultados corporativos continua com a Procter & Gamble, que divulga seus números antes da abertura.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos, depois que BOJ também manteve sua taxa juros, em linha com as expectativas de economistas consultados pela Reuters.

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O banco central do Japão disse que continuará permitindo que os rendimentos dos títulos do governo de 10 anos flutuem na faixa de mais e menos 0,5%.

No entanto, “fará o controle da curva de juros com maior flexibilidade, considerando os limites superior e inferior da faixa como referências, e não como limites rígidos, em suas operações de mercado”.

Na véspera, as notícias sobre as mudanças afetaram os mercados na véspera. Os rendimentos dos títulos do governo japonês de 10 anos saltaram para o nível mais alto desde 2014, enquanto o iene oscilou entre ganhos e perdas, enquanto os investidores especulavam se esse ajuste seria um precursor de mudanças mais drásticas na política monetária ultrafrouxa do Japão.

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Na China, o Ministério da Habitação anunciou planos para facilitar a compra de imóveis. No entanto, os mercados ainda aguardam detalhes sobre a implementação.

As ações imobiliárias chinesas negociadas em Hong Kong, como Longfor, Country Garden e Greentown China, registraram alta nesta sexta-feira, fechando a semana com ganhos, depois de despencarem na segunda-feira devido a preocupações com dívidas.

Europa

A maioria dos mercados europeus opera com baixa, com os investidores digerindo uma semana de resultados corporativos e decisões dos principais bancos centrais do mundo, além dados econômicos da Alemanha e França.

Na véspera, o Banco Central Europeu (BCE) elevou novamente os juros em 25 pontos-base.

A economia da Alemanha não apresentou crescimento no segundo trimestre, segundo dados oficiais. Analistas esperavam que o país conseguisse um aumento de 0,1% no PIB. A maior economia da Europa contraiu 0,2% na base anual.

O Produto Interno Bruto da França, por sua vez, cresceu 0,5% no segundo trimestre, mostraram estatísticas nacionais , bem acima da previsão de 0,1% em uma pesquisa da Reuters com economistas.

Commodities

Os preços do petróleo operam com baixa, uma vez que preocupações com a demanda pesaram contra os fortes dados econômicos, mas caminham para ganho semanal.

O petróleo subiu na sessão anterior, pois os temores de uma desaceleração econômica global foram atenuados por fortes relatórios de ganhos e dados econômicos dos EUA melhores do que o esperado.

As cotações do minério de ferro tiveram forte baixa nesta sexta-feira.

Bitcoin

2. Agenda

A semana termina com a divulgação da taxa de desemprego do mês de junho, medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. O Itaú espera uma queda na taxa de desemprego para 8,1%.

O IGP-M, índice de inflação usado em alguns contratos de aluguel de imóveis para reajuste de preços, referente ao mês de julho, também vai ser divulgado nesta sexta-feira. O Itaú prevê uma deflação de 0,76% na comparação com junho, levando a taxa anual para -7,7%.

Hoje o Banco Central do Japão (BoJ) também vai se reunir para decidir sobre juros, mas a expectativa é de que a taxa seja mantida em patamares negativos.

Brasil

8h: Índice IGP-M

8h30: Resultado nominal do setor público consolidado

9h: Pesquisa PNAD contínua

10h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, se reúne com representantes da 2TM Group/Mercado Bitcoin (fechado à imprensa)

10h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem reunião com Agostinho Gomes da Silva – Presidente Conselho CervBr

15h: Haddad tem reunião com Marina Grossi – Presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS)

EUA

9h30: Índice de preços PCE

11h: Confiança do consumidor Michigan

15h: Contagem de sondas Baker Hughes

3.Noticiário econômico

Ministério da Fazenda estuda tributar benefícios fiscais do ICMS

O Ministério da Fazenda estuda algumas alternativas para a tributação de benefícios fiscais de ICMS com objetivo de elevar a arrecadação e cumprir a meta de zerar o déficit primário do governo central no próximo ano, de acordo com fontes ouvidas pelo Valor.

Uma das possibilidades avaliadas envolve a tributação de crédito presumido de ICMS – que o STJ havia vetado em 2018 – além da abertura de uma negociação para débitos antigos. Está em estudo uma alteração no artigo 30 da Lei 12.973, de 2014, segundo uma fonte. O objetivo seria tornar mais claro os requisitos necessários para que esses créditos não sejam tributados. E também pode entrar na mudança a permissão para tributação de incentivos de crédito presumido de ICMS.

4. Noticiário político

Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões via Pix neste ano, aponta relatório do Coaf

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 17,1 milhões em suas contas por meio de transferências bancárias realizadas por Pix entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano, segundo informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O relatório do Coaf também apontou que esse valor foi movimentado através de 769 mil transações feitas para a conta do ex-presidente efetuadas em seis meses de janeiro a julho deste ano.

O valor corresponde quase à totalidade do valor que circulou nas contas de Bolsonaro em 2023: R$ 18.498.532. Uma possível explicação para os valores é a vaquinha promovida por seus apoiadores para pagar multas processuais. O relatório do Coaf registra ainda R$ 3,6 mil repassados a Walderice Santos da Conceição, a Wal do Açaí. A Procuradoria da República no Distrito Federal apontou Wal do Açaí como ‘funcionária fantasma’ de Bolsonaro por mais de 15 anos.

5. Radar Corporativo

Petrobras (PETR4)

O conselho de administração da Petrobras  deve se reunir nesta sexta para discutir sua nova política de dividendos e um potencial programa de recompra de ações, de acordo com informações da Reuters e Valor.

Executivos da empresa disseram na semana passada que uma proposta de nova política de dividendos estava sendo discutida por um grupo de trabalho e que deveria ser apresentada para avaliação do colegiado até o fim deste mês.

Vale (VALE3)

A Vale (VALE3) lucrou US$ 892 milhões de forma líquida no segundo trimestre de 2023, número bem aquém do consenso da Refinitiv, que projetava número de US$ 2,15 bilhões. O número representa uma queda de 78,2% em relação a igual período de 2022.

Na linha de cima, a mineradora teve uma receita líquida de US$ 9,67 bilhões, queda anual de 13% e ante projeção de US$ 9,98 bilhões do mercado. Quanto ao Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado das operações continuadas, espécie de lucro operacional, o resultado foi de US$ 3,874 bilhões, ante consenso de US$ 4,264 bilhões.

O Conselho de Administração ainda aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio (“JCP”) no valor total bruto de cerca de R$ 8,2765 bilhões, correspondente ao valor total de R$ 1,917008992 por ação.

A companhia ainda informou ter assinado acordo vinculante com a Manara Minerals e a gestora americana Engine No. 1 para vender uma fatia de 13% de sua unidade de metais básicos (VBM) pelo valor de US$ 3,4 bilhões.

O montante total será pago à vista na conclusão da transação, sujeita aos ajustes usuais. A Manara Minerals deterá 10% da unidade de metais básicos da Vale, enquanto a Engine No. 1 ficará com uma participação de 3%, informou a mineradora.

Hypera (HYPE3)

A Hypera (HYPE3) reportou lucro líquido das operações continuadas de R$ 504,4 milhões no segundo trimestre de 2023 (2T23), montante 10,7% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) das operações continuadas totalizou R$ 790,7 milhões no 2T23, um crescimento de 15,7% em relação ao 1T22.

Multiplan (MULT3)

A Multiplan (MULT3) registrou aumento de 43,3% no lucro líquido no segundo trimestre de 2023 em relação a igual período do ano passado, saindo de R$ 172,6 milhões para R$ 247,2 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 384,7 milhões, alta anual de 29,6%. Isso levou a uma elevação da margem Ebitda ajustada de 9,7 p.p. (pontos percentuais), para 49,2%.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)