Futuros de NY sobem à espera de inflação PCE nos EUA; taxa de desemprego no Brasil e mais destaques do último pregão do mês

Nos EUA, chance de paralisação do governo aumenta após falta de acordo entre Câmara e Senado

Felipe Moreira

Publicidade

Os índices futuros de Nova York amanhecem no terreno positivo nesta sexta-feira (29), com investidores à espera do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos relativa a agosto. A leitura do PCE é a métrica de inflação preferida do Federal Reserve (Fed).

Os economistas esperam que o núcleo do PCE tenha avançado 3,9% ano a ano em agosto e ganho 0,2% mensalmente, de acordo com a Dow Jones.

Wall Street também está de olho em Washington, à medida que as negociações dos legisladores sobre um projeto de lei de gastos dos EUA continuam antes do prazo final de 1º de outubro. O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, disse à CNBC na manhã de quinta-feira que estava confiante de que o Congresso evitaria uma paralisação neste fim de semana, embora tenha criticado um projeto de lei proposto pelo Senado por não tratar da segurança das fronteiras.

Continua depois da publicidade

Os mercados europeus também operam com alta, com investidores repercutindo números de inflação na zona euro, depois de os números preliminares da inflação da Alemanha terem mostrado que a inflação abrandou mais do que o esperado na quinta-feira.

No Brasil, sai a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua, com consenso Refinitiv projetando taxa de desemprego em 7,8%.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com alta no último pregão de setembro, enquanto investidores aguardam a divulgação de dados de inflação.

Continua depois da publicidade

O S&P 500 deverá terminar o mês com queda de 4,6% e o trimestre com queda de 3,4%. O Nasdaq Composite caiu quase 6% em setembro e caiu 4,3% no trimestre. Este mês será o pior de 2023 para ambos os índices. O Dow está a caminho de uma queda de 3% neste mês e de 2,2% no trimestre.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com alta em sua maioria no último dia de negociação da semana, com o índice Hang Seng, de Hong Kong, liderando os ganhos na região e subindo 2,51%.

Continua depois da publicidade

O movimento ocorreu em um momento em que os traders avaliavam os principais dados econômicos do Japão, incluindo a taxa de inflação de setembro para Tóquio. Os dados da capital são vistos como um indicador importante das tendências nacionais.

O índice de preços ao consumidor de Tóquio subiu 2,8% em setembro em relação ao ano anterior, suavizando o ganho de 2,9% em agosto. A taxa básica de inflação, que exclui os preços dos alimentos frescos, ficou em 2,5%, abaixo dos 2,6% esperados por uma pesquisa da Reuters.

O Japão também viu dados de desemprego, produção industrial e vendas no varejo em agosto.

Continua depois da publicidade

Os mercados da Coreia do Sul e da China continental estão fechados devido a feriado.

Europa

Os mercados europeus operam com alta, depois de encerrar uma sequência de cinco dias de derrotas na sessão anterior.

O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 1%, com a maioria dos setores negociados em território positivo. As ações de tecnologia subiram 2,1%, seguidas pelas de serviços financeiros, que subiram 1,3%. O petróleo e o gás contrariaram a tendência com uma queda de 0,4%.

A prévia da taxa de inflação da zona euro caiu para 4,3% em setembro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Eurostat, escritório oficial de estatísticas do bloco europeu. Em agosto, tinha sido de 5,2%.

Continua depois da publicidade

Commodities 

Os preços do petróleo operam mistos, uma vez que a realização de lucros e as expectativas de aumentos de oferta por parte da Rússia e da Arábia Saudita superaram as previsões de procura positiva da China durante o feriado da Semana Dourada.

Bitcoin

2. Agenda

A semana termina com a divulgação da inflação medida pelo núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos relativa a agosto.

No Brasil, sai a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua, com consenso Refinitiv projetando taxa de 7,8%.

Brasil

8h: Resultado primário de agosto

9h: Taxa de desemprego de agosto; consenso Refinitiv projeta taxa de 7,8%

9h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, concede palestra no Spring Investment Meeting, promovido pela 1618 Investimentos

EUA

10h30: Índice PCE de agosto; consenso Refinitiv prevê alta mensal de 0,5% e de 3,5% na base anual

10h45: PMI do Fed de Chicago

11h: Confiança do consumidor de setembro

3. Noticiário econômico

Queda da inflação deve tirar até R$ 30 bi da arrecadação de 2023

A queda da inflação deverá retirar de R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões da arrecadação nominal do governo em 2023, disse na quinta o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. Apesar dessa dificuldade, ele disse que a equipe econômica continua a buscar um déficit primário “o mais próximo possível” de R$ 100 bilhões neste ano.

“A busca é pelo melhor resultado possível, sem dúvida nenhuma, isso continua no radar, mas em fatores que inegavelmente têm afetado a arrecadação”, disse o secretário ao explicar o déficit primário de R$ 26,35 bilhões em agosto.

A inflação mais baixa reduz a arrecadação porque boa parte dos tributos sobre o consumo, que têm o maior peso na carga tributária, são atrelados aos preços das mercadorias. Quanto mais caro, maior o valor nominal que o governo recebe.

4. Noticiário político

Novo presidente do STF faz a aceno a Lira e a Pacheco com a promessa de harmonia

O novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, aproveitou solenidade de posse no comando da corte para fazer um aceno aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), prometendo harmonia entre os Poderes e diálogo, na esteira de desconforto com recentes decisões do Judiciário encaradas por parlamentares como invasão de competências do Legislativo.

Barroso ponderou, no entanto, que o Judiciário deve atuar com “autocontenção”, ainda que não seja possível agradar a todos com suas decisões.

Deputados protocolam PEC que permite derrubada de decisões do STF

Com a assinatura de 175 deputados federais, foi protocolada na última quinta-feira (28), na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 50/2023, chamada de PEC do equilíbrio entre os poderes. A proposta, apresentada pelo deputado federal Domingos Sávio (PL-MG), altera o artigo 49 da Constituição Federal para permitir que o Congresso Nacional possa derrubar, por maioria qualificada, decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que extrapolem os limites constitucionais.

O parlamentar diz que a ideia da PEC é garantir a independência entre os poderes para que haja equilíbrio. Segundo ele, o STF tem tomado com frequência “atitudes de usurpar o poder do legislativo e extrapolar os seus limites constitucionais”.

“Todo dia vem uma decisão do STF contrariando o que a lei diz. Esse ativismo político do STF está acabando com a democracia brasileira”, diz Sávio, citando, por exemplo, a decisão do Supremo que derrubou a tese do marco temporal das terras indígenas, além dos julgamentos sobre a descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação e sobre o porte de drogas para consumo próprio.

5. Radar Corporativo

B3 (B3SA3)

O Conselho de Administração da B3 (B3SA3) aprovou a realização da sétima emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, para distribuição pública com esforços restritos de colocação, no montante total R$ 2,55 bilhões.

As debêntures têm prazo de 5 anos com amortizações em duas parcelas iguais em out/27 e out/28.

A B3 revisou sua projeção de nível de endividamento (Dívida Bruta / Ebitda recorrente dos últimos 12 meses) para 2023 de 1,9 vez para 2,3 vezes.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)