Futuros de NY e Europa sobem com progresso em negociação do teto da dívida dos EUA; falas de Powell e Campos Neto, prévia do PIB no Brasil e mais

A sessão desta sexta-feira (19) é de ganhos para os índices futuros de Nova York e bolsas da Europa, com investidores à espera da participação do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, em um painel junto com Ben Bernanke, ex-chairman do Federal Reserve (Fed), que deve ajudar a orientar as expectativas sobre rumos da política monetária do país.

Enquanto isso, Wall Street segue monitorando a situação em torno do teto da dívida americana. O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, disse na véspera estar confiante de que um acordo sobre o teto da dívida dos EUA pode ser fechado na próxima semana.

Os investidores também estarão de olho na cúpula do Grupo dos Sete em Hiroshima, que começa nesta sexta-feira, onde os líderes mundiais devem discutir o comércio internacional e a segurança. As relações e sanções China-Rússia estão na pauta das discussões entre Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

No Brasil, o Banco Central vai se reunir com presidentes dos maiores bancos centrais do mundo no High Level Seminar, em São Paulo. O tema do evento vai ser os desafios estruturais para a condução da política monetária, especialmente os que surgiram no período pós-pandemia.

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Roberto Campos Neto, presidente do BC, vai ser um dos moderadores do seminário juntamente com Henrique Meirelles, ex-presidente da autoridade monetário. Dentre os convidados estão Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE) e Agustín Carstens, presidente do Banco de Compensações Internacionais (BIS).

Na agenda de dados, sai a prévia de atividade econômica do Banco Central, o IBC-Br, referente ao mês de março. A média das projeções calculada pela Refinitiv prevê retração de 0,3% no índice.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA avançam nesta manhã, com sinais de progresso nas negociações em torno do teto da dívida, enquanto aguardam por falas de integrantes do Fed, incluindo o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell.

Os comentários do presidente da Câmara, Kevin McCarthy, na quinta-feira, sugerem que um possível acordo poderia acontecer já na semana que vem.

A temporada de balanços continua com a divulgação de resultados da Deere e Foot Locker antes da abertura dos mercados.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

• Dow Jones Futuro (EUA), +0,10%
• S&P 500 Futuro (EUA), +0,17%
• Nasdaq Futuro (EUA), +0,20% 

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos, com destaque para as ações do Japão que registraram sua melhor semana desde outubro, com o Nikkei 225 subindo 0,77%, aos 30.808,35 pontos, mantendo os níveis mais altos desde 1990, enquanto o Topix teve alta de 0,18% para 2.161,69 pontos – marcando sua sexta sequência de ganhos. O núcleo da inflação do Japão em abril subiu 3,4% na comparação anual, mantendo-se acima da meta do banco central.

As ações da gigante chinesa de tecnologia Alibaba caíram quase 5% em Hong Kong, liderando perdas do índice Hang Seng
depois que a receita trimestral da empresa não atendeu às expectativas.

O Alibaba registrou uma receita de 208,20 bilhões de yuans (US$ 30,12 bilhões) nos três meses encerrados em março, em comparação com uma estimativa de consenso da Refinitiv de 210,3 bilhões de yuans.

• Shanghai SE (China), -0,42%
• Nikkei (Japão), +0,77%
• Hang Seng Index (Hong Kong), -1,40%
• Kospi (Coreia do Sul), +0,89% 
• ASX 200 (Austrália), +0,59%

Europa

Os mercados europeus operam no terreno positivo, com as negociações do teto da dívida dos EUA impulsionando o sentimento dos investidores. As bolsas da Alemanha ampliaram os ganhos do dia anterior, com o índice DAX tendo atingido seu ponto mais alto desde janeiro de 2022 na quinta-feira.

As ações do setor financeiro lideraram os ganhos, com alta de 1,5%, seguidos pelas ações de mineração, que subiram 1,3%.

• FTSE 100 (Reino Unido), +0,37%
• DAX (Alemanha), +0,53%
• CAC 40 (França), +0,54%
• FTSE MIB (Itália), +0,85% 
• STOXX 600, +0,60% 

Commodities

As cotações do petróleo operam com alta, revertendo perdas da véspera, quando fortes dados econômicos dos EUA impulsionaram uma alta do dólar com expectativas crescentes de que o Fed poderia aumentar as taxas de juros novamente em junho.

Um dólar mais forte pode pesar sobre a demanda por petróleo, tornando o combustível mais caro para detentores de outras moedas.

Os preços do minério de ferro na China recuam após subir por quatro sessões consecutivas, embalados pela melhora nas margens do aço, retomada da produção e estoque persistentemente baixo nas siderúrgicas chinesas.

• Petróleo WTI, +0,49%, a US$ 72,29 o barril
• Petróleo Brent, +0,51%, a US$ 76,22 o barril
• Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve baixa de 1,41%, a 736,00 iuanes, o equivalente a US$ 104,82 

Bitcoin

• Bitcoin, +0,67% a US$ 26.906,00 (em relação à cotação de 24 horas atrás)

2. Agenda

A semana termina com a divulgação da prévia de atividade econômica do Banco Central, o IBC-Br, referente ao mês de março. A média das projeções calculada pela Refinitiv prevê retração de 0,3% no índice.

“Todos esses dados são referentes a março e encerram as pesquisas conjunturais do primeiro trimestre do ano. Assim, os analistas serão capazes de refinar suas projeções para o PIB do período”, diz nota do Bradesco.

Brasil

9h: IBC-Br de março, com consenso Refinitiv prevendo baixa de 0,30% na base mensal

10h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem reunião com Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa

11h: Haddad se reúne com Alexandre Tombini, representante chefe do Banco de Compensações Internacionais (BIS) para as Américas

12h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, almoça com participantes do High-Level Seminar on Central Banking: Past and Present Challenges, em São Paulo. (fechado à imprensa)

14h: Fernando Haddad profere fala de abertura no High-Level Seminar on Central Banking

14h: Campos Neto participa e palestra no High-Level Seminar on Central Banking: Past and Present Challenges, promovido pelo Banco Central, em São Paulo. (aberto à imprensa)

15h30: Haddad tem reunião com Luiz Antonio França, Presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc)

EUA

9h45: Discurso do presidente do Fed de Nova York, John Williams

10h: Discurso do membro do Fed, Michelle W. Bowman

12h: Discurso do presidente do Fed, Jerome Powell

14h: Contagem de sondas Baker Hughes

zona do euro

16h: Discurso da presidente do Banco Central Europeu

3.Noticiário econômico

Queda da Selic é questão de tempo, aponta ministro

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na última quinta que a discussão sobre o atual patamar da taxa Selic, não é se a Selic deve ou não cair, mas sobre o momento da queda. Declaração foi feita em entrevista à CNN.

O ministro também disse que o arcabouço fiscal e a reforma tributária devem ajudar o governo federal a zerar o déficit primário em 2024.

Segundo Haddad, as renúncias fiscais equivalem a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e um corte de um quarto dessas benesses seria um dos caminhos para equilibrar as contas públicas.

4. Noticiário político

Começa hoje reunião do G7 no Japão

As reuniões da cúpula do G7 começam nesta sexta-feira (19), em Hiroshima, no Japão, e vão até o próximo domingo (21). O grupo reúne os 7 países mais ricos do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.

O Brasil participa da Cúpula do G7 como país convidado. O convite ao presidente Lula foi feito pelo primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida.

Além do Brasil, foram convidados Austrália, Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, Coreia do Sul e Vietnã.

5. Radar Corporativo

Vale (VALE3)

A Vale (VALE3) recebeu propostas vinculantes para a venda de uma participação de 10% em sua divisão de metais básicos, afirmou o jornal Valor Econômico nesta quinta-feira, acrescentando que as ofertas serão analisadas pelo conselho de administração da companhia em 25 de maio.

O valor da fatia minoritária é estimado em US$ 2,5 bilhões, segundo a reportagem, que cita fontes não identificadas.

Ambev (ABEV3)

A Ambev (ABEV3) aprovou nesta quinta-feira (18) programa de recompra de 13 milhões de ações ordinárias de sua própria emissão.

A recompra de ações tem como principal objetivo fazer frente à entrega de ações no âmbito dos planos de remuneração baseados em ações da companhia, podendo ainda ser mantidas em tesouraria, canceladas e/ou alienadas posteriormente, o qual deverá se encerrar até 18 de novembro de 2024.

Eletrobras (ELET3)

A Eletrobras (ELET3) informou que será realizado, em 25 de maio de 2023, o pagamento dos dividendos relativos ao exercício de 2022, na data base de 27 de abril de 2023. Os valores por ação, para cada classe, são os seguintes:

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)