Futuros de NY e Europa sobem à espera do BoE e de inflação ao produtor americano; os destaques do mercado hoje

Temporada de resultados brasileira é destaque, com divulgação de balanços da Petrobras, Magalu, JBS e mais empresas

Felipe Moreira

(Shutterstock)

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Os índices futuros dos Estados Unidos e bolsas da Europa operam com alta nesta quinta-feira (11), com investidores seguindo a repercussão dos últimos números de inflação ao consumidor americano, enquanto se preparam para a decisão sobre juros do Reino Unido e para mais dados de inflação nos EUA.

Dados dos EUA na véspera mostraram que a inflação aumentou 4,9% em abril em relação ao ano anterior, o que foi menos do que o esperado. Analistas consultados pela Dow Jones esperavam um aumento de 0,4% na inflação em relação ao mês anterior e um aumento de 5% em relação ao ano anterior.

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Agentes do mercado esperam que o banco central do Reino Unido aumente a taxa de juros pela 12ª reunião consecutiva, com analistas esperando amplamente uma alta de 25 pontos-base para 4,5%.

Em Wall Street, investidores aguardam pelos números semanais de pedidos de seguro-desemprego da semana anterior, bem como os dados do Índice de Preços ao Produtor de abril, que mede as mudanças nos preços dos bens usados ​​pelos produtores.

Por aqui, com agenda de indicadores esvaziada, as atenções se voltam ainda mais para temporada de balanços. Nesta quinta-feira, após o fechamento do pregão, é a vez da Petrobras (PETR3;PETR4) reportar seus resultados. De acordo com analistas, os dados de produção divulgados na semana passada apontam para um trimestre positivo. A companhia, no entanto, deve ser impactada pelos preços mais baixos do petróleo e derivados no período. Os investidores vão estar atentos à distribuição de dividendos e eventuais anúncios de mudanças na política de remuneração dos acionistas.

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1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de quinta-feira, após dados de inflação ao consumidor e à espera de inflação ao produtor. O consenso Refinitiv aponta para alta de 0,3% na base mensal e 2,4% na base anual.

Enquanto isso, negociações detalhadas sobre o aumento do teto da dívida de US$ 31,4 trilhões do governo dos EUA começaram na quarta-feira, com os republicanos continuando a insistir em cortes de gastos.

O impasse abalou os investidores, levando o custo do seguro de exposição à dívida do governo dos EUA a níveis recordes, à medida que Wall Street fica mais preocupada com o risco de um calote sem precedentes.

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A secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que a ideia de os legisladores dos EUA deixarem o país dar calote em sua dívida deveria ser “impensável”.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com baixa em sua maioria, à medida que investidores digerem dados de inflação vindos dos Estados Unidos e da China.

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O índice de preços ao consumidor da China subiu 0,1% em abril em relação ao ano anterior, o mais lento desde o início de 2021. Na comparação mensal, os preços caíram 0,1%.

Economistas consultados pela Reuters esperavam que os preços ao consumidor subissem 0,4% em relação ao ano anterior e permanecessem inalterados em relação ao mês anterior.

Europa

Os mercados europeus têm leves ganhos na sessão de hoje, à medida que investidores digerem os últimos dados de inflação nos EUA e se preparando para a decisão sobre a taxa de juros do Reino Unido.

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O Banco da Inglaterra divulgará sua decisão sobre juros às 8h (horário de Brasília). Os analistas esperam que o banco central promova uma alta de 25 pontos-base, para 4,5%.

Commodities

Os preços do petróleo operam com alta, depois que a forte demanda por combustíveis nos EUA superou as preocupações sobre a possibilidade de o maior produtor e consumidor de petróleo do mundo deixar de pagar sua dívida.

Os estoques de gasolina dos EUA caíram 3,2 milhões de barris na semana passada, muito mais do que a queda de 1,2 milhão de barris prevista pelos analistas.

As cotações do minério de ferro na China, por sua vez, recuaram forte na sessão de hoje.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda de hoje tem como destaque índice preços ao produtor americano de abril, com consenso Refinitiv prevendo alta de 0,3% na base mensal e 2,4% na base anual.

Brasil

08h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, participa, por videoconferência, da Meeting of Governors from Major Emerging Market Economies, promovida pelo Banco de Compensações Internacionais – BIS, em Brasília. (fechado à imprensa)

10h: Campos Neto tem reunião com Stephanie Al-Qaq, Embaixadora do Reino Unido, Patricia Vilarouca, Assessora Econômica Sênior da Embaixada do Reino Unido, e May Blackburn, Chefe de Serviços Financeiros da Embaixada do Reino Unido, no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília, para tratar de assuntos institucionais. (fechado à imprensa)

11h15: Campos Neto tem reunião com representantes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília, para tratar de assuntos institucionais. (fechado à imprensa)

14h: Campos Neto tem reunião com representantes da Fitch Ratings e da Secretaria do Tesouro Nacional, no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília, para abertura da Missão de Avaliação de Risco Soberano da Fitch Ratings. (fechado à imprensa)

15h30: Campos Neto tem reunião, por videoconferência, com representantes da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), em Brasília, para tratar de assuntos institucionais. (fechado à imprensa)

15h45: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem reunião bilateral com Janet Yellen, Secretária do Tesouro dos Estados Unidos

16h45: Campos Neto tem reunião com representantes da SudaCred Financiamentos e do Governo do Estado do Paraná, no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília, para tratar de assuntos institucionais. (fechado à imprensa)

 EUA

9h30: Pedidos de seguro-desemprego semanal

10h30: índice preços ao produtor; consenso Refinitiv prevê alta de 0,3% na base mensal e 2,4% na base anual

Reino Unido

8h: BoE divulga decisão de política monetária

3. Noticiário econômico

Entrega do relatório da reforma tributária é adiada

O grupo de trabalho (GT) da reforma tributária na Câmara adiou a entrega do relatório da proposta, antes prevista para a próxima terça-feira (16). De acordo com o coordenador do GT, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), o documento deve vir à público no fim de maio, ou, no máximo, no início de junho.

Ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Reginaldo afirmou que o adiamento se deu por conta de agenda. Segundo ele, ainda faltam encontros com as bancadas e com governadores para discutir a proposta. No entanto, nos bastidores, a intenção do governo é concentrar esforços na aprovação do novo arcabouço fiscal e evitar a discussão de pautas sensíveis ao mesmo tempo.

Em meio à crise na articulação política com o Congresso, a expectativa do governo é encaminhar a proposta de reforma tributária apenas após a votação do arcabouço fiscal. O movimento já havia sido sinalizado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, em abril. Em declaração à CNN Brasil, ele falou que o governo irá trabalhar em “etapas” e que “não é adequado” misturar ambas as propostas.

4. Noticiário político

Telegram apaga mensagem contra PL das Fake News

O Telegram Brasil apagou, na tarde da última quarta-feira (10), a mensagem enviada em massa, no dia anterior, aos usuários da plataforma digital no país. O texto da mensagem apagada era contrário à aprovação do Projeto de Lei 2.630, conhecido como PL das Fake News, que tramita no Congresso Nacional para propor medidas de enfrentamento à divulgação de conteúdos falsos e à violência digital.

O aplicativo ainda enviou, às 15h41 desta quarta-feira, nova mensagem a todos os usuários com a comunicação de que o texto anterior continha ilicitudes que atentavam contra os poderes da República e a democracia e, ainda, instigava os seus usuários a coagir parlamentares.

“Recebemos uma ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil que obriga o Telegram a remover nossa mensagem anterior sobre o PL 2630/2020 e enviar uma nova mensagem aos usuários, que está incluída abaixo”, diz a mensagem enviada na quarta-feira.

5. Radar Corporativo

Depois do fechamento dos mercados, Petrobras, JBS, B3, Cogna Educação, CPFL Energia, Sabesp, Sanepar e mais empresas divulgarão resultados do primeiro trimestre de 2023.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras esclareceu na noite de quarta que os ajustes de preços de seus produtos são realizados “no curso normal” de seus negócios, em razão do contínuo monitoramento dos mercados.

Segundo a empresa, esse procedimento compreende, dentre outros, a análise diária do comportamento dos preços que pratica, relativamente às cotações internacionais, o seu market share, dentre outras variáveis, “sempre observando as práticas de governança e os procedimentos internos aplicáveis”.

O comunicado da Petrobras vem na sequência de notícias que circulam nesta quarta-feira na mídia dando conta de que a companhia deve anunciar, na semana que vem, uma redução de até R$ 0,30 no preço do litro da gasolina nas refinarias, o que significaria uma diminuição de cerca de 10%.

Copel (CPLE6)

A Copel (CPLE6) registrou baixa de 5,1% no lucro líquido no primeiro trimestre de 2023 em relação a igual período do ano passado, caindo de R$ 669,8 milhões para R$ 635,5 milhões.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 1,617 bilhão, alta anual de 10,7%.

Qualicorp (QUAL3)

A Qualicorp (QUAL3) reportou lucro líquido de R$ 16,7 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), montante 77,5% inferior ao reportado no mesmo intervalo de 2022.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 210,3 milhões no 1T23, uma redução de 16,8% em relação ao 1T22.

Guararapes (GUAR3)

A Guararapes (GUAR3), dona da Riachuelo, registrou prejuízo líquido de R$ 175,7 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23), o que representa um aumento de 119,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado totalizou R$ 87,5 milhões no 1T23, um crescimento de 41,5% em relação ao 1T22.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)