Futuros de NY e Europa caem, com atenção para PIB dos EUA, balanços e BCE; IPCA-15 no Brasil e mais destaques do mercado hoje

Bolsas asiáticas encerram em queda, com exceção da bolsa de Shanghai; no Brasil, Câmara aprova projeto que trata da taxação de offshores e fundos

Camille Bocanegra

(Getty Images)

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Os índices futuros de Nova York operam em queda nesta quinta-feira (26), ainda em repercussão da sessão com baixas de ontem. Os índices foram pressionados na véspera pela alta de Treasury yields e as expectativas para o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, ontem no fim da tarde. Contudo, ele não fez menções à política monetária, nem aos rumos atuais da economia.

No conflito entre Israel e o Hamas, o destaque segue na falta de combustível na Faixa de Gaza e para a possibilidade de uma invasão por terra. Na noite de ontem, o exército israelense destacou que realizou operações durante a noite, em preparação para “próxima fase”, de acordo com a CNBC.

Esse passo não seria a invasão por terra, mas a possibilidade do movimento por solo foi reafirmado por Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, em discurso televisionado na quarta-feira.

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Sobre o combustível, a ONU segue afirmando que as operações de ajuda na área poderão ser interrompidas pela falta e Joe Biden pediu uma pausa nas operações militares de Israel para permitir que mais ajuda chegue a Gaza.

Entre indicadores, a expectativa é que os dados venham abaixo dos últimos números apresentados. Nesta quinta, será apresentado o PIB preliminar do 3º trimestre, com estimativa LSEG de +4,3%. Serão divulgados os dados de núcleo de PCE do 3º trimestre (com projeção LSEG de +2,5%), pedidos de bens duráveis de setembro, com expectativa de +1,7%.

No campo político, após três semanas sem presidente na Câmara dos Representantes dos EUA, o partido Republicano chegou a um consenso para eleição de Mike Johnson, da Louisiana. Ele obteve 220 votos contra 209 atribuído ao líder da minoria democrata, Hakeem Jeffries.

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Na Europa, as bolsas amanhecem em queda e as atenções seguem na temporada de resultados e o avanço dos rendimentos dos Treasuries, assim como a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre os juros, que o mercado espera que seja mantido em 4%.

As bolsas asiáticas o dia em queda, com exceção do índice de Shanghai e com recuo de mais de 2% para Nikkei e Kospi. O índice australiano ASX 200 chegou a seu menor patamar desde outubro de 2022.

Na temporada de resultados por aqui, na véspera, após o fechamento, Neoenergia (NEOE3) reportou lucro de r$ 1,5 bilhão, com alta de 3% na comparação anual.

Hoje, teremos divulgações apenas após o fechamento, com os números de Hypera (HYPE3), Multiplan (MULT3), Suzano (SUZB3) e Copasa (CSMG3). A Gol (GOLL4) reportaria seus resultados antes da abertura hoje, mas informou na noite de ontem o adiamento da divulgação para 6 de novembro.

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Confira os destaques:

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Com agenda movimentada, investidores aguardam a divulgação dos dados preliminares do PIB e do núcleo do PCE, com previsão de desaceleração em relação às medições anteriores mas ainda em alta.

Os dados são ainda mais importantes neste momento, uma vez que serão os últimos de maior relevância antes da reunião do FOMC, comitê monetário do Federal Reserve. Os índices recuam muito nessa manhã, com olhares ainda voltados para o avanço dos Treasury yields.

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Na temporada de resultados nos EUA, a Meta, controladora do Facebook, divulgou números considerados positivos. Contudo, o ambiente econômico frustrou as expectativas do mercado com os resultados futuros da Meta, após a empresa afirmar que a perspectiva de receita é incerta para 2024. As ações chegaram a perder mais de 3% antes da abertura das bolsas em Nova York, apesar das vendas terem crescido para US$34,2 bilhões no terceiro trimestre, acima da média esperada (US$ 33,5 bilhões).

Já a IBM reafirmou a perspectiva de maior receita no ano após informar um aumento de 4,6% nas vendas (US$ 14,8 bilhões) no trimestre até setembro, um pouco melhor do previsto pelo mercado. O lucro de US$2,20 por ação, excluindo alguns itens, também foi acima do esperado (US$2,12).

Veja o desempenho dos mercados futuros:

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Ásia

As bolsas asiáticas o dia em queda, com exceção do índice de Shanghai e com recuo de mais de 2% para Nikkei e Kospi.

A China ainda repercute o aumento de estímulos fiscais, que vira impulsionar o crescimento econômico no país e trazer alívio para o setor imobiliário.

O índice australiano ASX 200 chegou a seu menor patamar desde outubro de 2022, após a divulgação de dados de inflação mais fortes que o esperado nesta semana.

Europa

Na manhã de quinta-feira, os mercados de ações europeus apresentam amplas perdas, com o foco voltado para os resultados do terceiro trimestre e os rendimentos dos títulos do governo e para a decisão do Banco Central Europeu (BCE) sobre os juros, que o mercado espera que seja mantido em 4%

O índice regional Stoxx 600 registrava uma queda de 0,7%, após ter recuado mais de 1% no início da sessão. As ações no setor automobilístico tiveram uma queda de 2,1% devido a divulgação de resultados abaixo das expectativas, enquanto as ações no setor de viagens apresentaram uma redução de 0,7%. No entanto, as ações de tecnologia se recuperam durante a manhã após abertura em queda, com alta de 0,5%.

Commodities 

O recuo de hoje no petróleo traz alívio após fechamento em alta ontem, apoiada pelas especulações sobre uma eventual escalada da guerra entre Israel e Hamas. A valorização reflete um movimento especulativo de que um possível envolvimento de grandes produtores de petróleo, como Irã e EUA, poderia resultar problemas na oferta.

Já o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 0,69%, a 876,5 iuanes, o equivalente a US$ 119,73, com ganhos terceira sessão consecutiva após três em baixa.

Bitcoin

2. Agenda

Brasil

9h – IPCA-15 – projeção LSEG de 0,20% na comparação mensal e 5,04% no acumulado de 12 meses

9h – Preços ao produtor

14h30 – Fluxo Cambial

15h – Fernando Haddad participa do evento do Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio eletrônico

15h –  Roberto Campos Neto participa da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), por meio eletrônico

EUA

9h30 – PIB Preliminar – +4,3% pelo consenso LSEG

9h30 – Núcleo do PCE – +2,5% pelo consenso LSEG

9h30 – Pedidos de bens duráveis – +4,3% pelo consenso LSEG

9h30 – Auxílio- desemprego – 208 mil pelo consenso LSEG

11h  – Vendas pendentes de casas – projeção de -1,8% pelo consenso LSEG

Europa

09h15 — BCE divulga decisão de política monetária, seguida de coletiva – projeção de manutenção em 4%

3. Noticiário econômico

Câmara aprova projeto que amplia tributação de offshores e fundos exclusivos

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (25) o Projeto de Lei 4.173/23, que tributa investimentos em fundos exclusivos no Brasil e fundos offshore (mantidos por brasileiros no exterior, principalmente em paraísos fiscais). O texto agora segue para análise do Senado Federal.

Foram 323 votos a favor do parecer do relator, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), 119 contrários e uma abstenção. A vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), só foi possível depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cedeu à pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e trocou o comando da Caixa

Avança no Senado decreto que pode elevar a conta de luz de consumidores de Norte e Nordeste

A Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado aprovou, na terça, o Projeto de Decreto Legislativo 365, que suspende resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre tarifas e distribuição. Com isso, a conta de luz dos consumidores do Norte e Nordeste pode aumentar.

Com 12 votos a favor e apenas dois contra o projeto agora seguirá para a comissão de Constituição e Justiça do Senado, antes da votação final no plenário.

4. Noticiário político

Senado aprova PL que prorroga desoneração da folha até 2027; texto vai à sanção

O Senado aprovou na noite desta quarta-feira (25) o Projeto de Lei que prorroga a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia até 2027, mantendo o dispositivo que desonera as prefeituras de cidades com até 142 mil habitantes — trecho que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era contra.

A aprovação se deu em votação simbólica, sem que os parlamentares registrassem seus votos, e o texto agora segue para sanção presidencial.

Governo federal promete medidas para a segurança do Rio de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar na próxima semana um pacote de medidas para reforçar a segurança no estado do Rio de Janeiro. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, além do aumento da presença policial e das forças armadas, as medidas devem envolver estratégias para o incremento da tecnologia.

“A questão central para vencer as milícias e organizações criminosas de um modo geral envolve inteligência, tecnologia e descapitalização. Esses são os eixos que o mundo inteiro reconhece como virtuosos no rompimento desse domínio territorial de organizações criminosas”, disse Dino nesta quarta-feira (25), após reunião no Palácio do Planalto.

5. Radar Corporativo

Oi (OIBR3)

O Conselho de Administração da Oi (OIBR3) autorizou a contratação de Citi e BTG Pactual para avaliação de alternativas de monetização da unidade UPI ClientCo, informou a empresa em fato relevante nesta quarta-feira.

A unidade englobará os serviços de banda larga via fibra ótica da Oi nos segmentos varejo e empresarial, afirmou a companhia.

A Oi acrescentou que a medida está em linha com o objetivo de desenvolver opções para seu plano de recuperação judicial.

Gol (GOLL4)

A Gol (GOLL4) anunciou nesta quarta-feira (25) à noite que adiou a data de divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2023 (3T23).

O resultado, que estava previsto para esta quinta (26) antes da abertura do mercado, foi adiado para 6 de novembro, também antes da abertura. A teleconferência da aérea em português ficou também para 6 de novembro, às 11h30 (horário de Brasília).

CCR (CCRO3)

O Conselho de Administração da CCR (CCRO3) aprovou a distribuição de dividendos intermediários no valor total de R$ 316,198 milhões. O montante corresponde a 0,15678141843 por ação ordinária em circulação.

Os dividendos serão pagos com base na composição acionária de 30 de outubro de 2023, sendo que as ações serão negociadas “ex-dividendos” a partir de 31 de outubro de 2023.

O pagamento dos dividendos será realizado em 30 de novembro de 2023.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)