Futuros de NY caem após S&P500 renovar máxima do ano na sexta; PIB do Brasil e payroll são destaques da semana

Investidores aguardam o payroll de novembro, com divulgação prevista para sexta-feira, para confirmar que o Fed encerrou o aumento das taxas de juros.

Felipe Moreira

(getty)

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Os índices futuros de Nova York amanhecem no campo negativo nesta segunda-feira (4), à medida que os mercados diminuem o ímpeto da recuperação da semana passada, antes de novos dados que podem mostrar se as expectativas dos investidores em relação aos cortes nos juros são exageradas.

O destaque fica para relatório de emprego (payroll) nos EUA de novembro, com divulgação para sexta-feira (8). Economistas consultados pela Dow Jones esperam que a economia tenha acrescentado 190 mil novas vagas de emprego.

Além do payroll, o produto interno bruto (PIB) do terceiro trimestre da Zona do Euro e do Japão serão conhecidos.

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Por aqui, o principal dado econômico da semana será, sem dúvidas, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira. O Bradesco tem expectativa de queda de 0,3% em relação ao trimestre anterior, apresentando a primeira queda de atividade econômica desde o segundo trimestre de 2021.

No campo político, a expectativa é de continuidade da agenda intensa que o Congresso tem apresentado nas últimas semanas. A votação de vetos presidenciais pelo Congresso deverá ter lugar assim como as discussões sobre o projeto de subvenções do ICMS. 

A votação dos vetos está marcada para próxima quinta-feira (7) e é possível que seja contestado o veto do presidente que derrubou a prorrogação das desonerações da folha de pagamento. Além disso, deverá constar na pauta a votação final do Senado sobre tributação das atividades de apostas online.

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1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA caem nesta manhã de segunda-feira (4), apagando parte dos ganhos da semana passada depois do S&P500 renovar máximas do ano na sexta, impulsionado pelas apostas cada vez mais maiores que a taxa de juros americana permanecerá parada na sua próxima reunião de política monetária e começará a cair no próximo ano.

S&P500, Dow Jones e Nasdaq índices registraram seus quintos ganhos percentuais semanais consecutivos. Na quinta-feira, eles encerraram um mês marcante em que os índices S&P 500 e Nasdaq registraram seus maiores ganhos percentuais em um mês desde julho de 2022, e o índice Dow Jones fechou em seu nível mais alto desde janeiro de 2022.

Em fala na sexta, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, reconheceu a necessidade de o banco central norte-americano de “avançar com cuidado” em meio a sinais de desaceleração econômica, à medida que os riscos de aperto excessivo e insuficiente de sua política monetária estão se tornando mais equilibrados.

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Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados acionários da Ásia não tiveram sinal único, nesta segunda-feira, mas houve perdas em Xangai e também em Tóquio.

A Bolsa de Xangai fechou em queda de 0,29%, em 3.022,91 pontos, e a de Shenzhen, de menor abrangência, caiu 0,34%, a 1.968,48 pontos. Ações de incorporadoras e farmacêuticas estiveram sob pressão.

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O índice Nikkei, do Japão, registrou baixa de 0,60%, a 16.830,30 pontos. A força do iene foi negativa para ações de exportadoras japonesas. Toyota Industries e Denso estiveram entre as mais pressionadas, com baixas de 5,2% e 3,3%, respectivamente.

O índice Kospi, da Bolsa de Seul, foi na contramão da maioria e subiu 0,40%, a 2.514,95 pontos. Ações de empresas ligadas a baterias e também ao transporte marítimo de cargas puxaram o mercado local para cima. Entre as empresas do segmento de baterias para veículos elétricos, Posco Futuro M e SK ie Technology subiram 11% e 15%, respectivamente, após os EUA anunciarem nova diretriz para limitar conteúdo chinês em baterias para o recebimento de créditos tributários americanos. HD Hyundai Heavy Industries ganhou 3,8%.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng registrou baixa de 1,09%, a 16.646,05 pontos, em meio a preocupações com a economia da China, antes de mais indicadores previstos para esta semana. O Goldman Sachs avalia que o mercado teve reação tímida a medidas recentes de relaxamento de Pequim, por acreditar que isso não será suficiente e questionar seu impacto.

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Europa

Os mercados europeus operam ligeiramente em baixa na sessão de hoje, em meio a uma aparente pausa na recente recuperação global, com os investidores apostando em cortes nas taxas de juros dos principais bancos centrais em 2024.

O Stoxx 600 opera no vermelho, com as ações de mineração caindo 2,1% para liderar as perdas, enquanto as ações de petróleo e gás caíram 1,8%.

Commodities

Os preços do petróleo operam com baixa, com a incerteza sobre os cortes voluntários da produção da OPEP+ e o crescimento da procura global de combustíveis trazendo incertezas para o setor.

As cotações do minério de ferro na China fecharam em queda, enquanto os futuros em Singapura sobem.

Os dois valores de referência geralmente movem-se em conjunto, mas podem dissociar-se, especialmente quando Pequim manifesta descontentamento com os ganhos de preços da principal matéria-prima do aço, como aconteceu nas últimas semanas.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda da semana tem como destaque o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira. O Bradesco tem expectativa de queda de 0,3% em relação ao trimestre anterior, apresentando a primeira queda de atividade econômica desde o segundo trimestre de 2021.

Antes disso, na segunda-feira, o Banco Central apresentará nota à imprensa sobre transações correntes e de IDP (Investimentos diretos no país), com números de outubro. O Bradesco projeta queda de US$ 500 milhões para as transações e avanço de US$ 4 bilhões no IDP.

No dia seguinte, será apresentado o Indicador Antecedente de Emprego, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de novembro, enquanto o BC trará também dados da política monetária e operações de crédito. Na terça, será divulgado também o Índice PMI composto pelo IHS Markit.

Nos EUA, os dados de folha de pagamento (payroll) serão apresentados juntamente com a taxa de desemprego na sexta-feira. Para criação de vagas, o consenso LSEG estima 200 mil enquanto o percentual de desempregados deverá ficar em 3,90%, de acordo com a projeção.

Esses não serão os únicos dados apresentados sobre o mercado de trabalho norte-americano uma vez que os números de geração de vagas de trabalho na pesquisa ADP serão divulgados quarta-feira. A estimativa LSEG está em 120 mil novas vagas.

Na quarta, a balança comercial de novembro será divulgada e, no dia seguinte, o Fed trará sua apuração sobre o crédito ao consumidor, com dados de outubro.

No exterior, a semana começa com a divulgação da balança comercial da Alemanha, com números de outubro, enquanto a Zona do Euro apresenta os dados de confiança do consumidor. Na China, na segunda-feira, será conhecido o Índice PMI Composto  – Caixin.

Brasil

8h25: Boletim Focus

8h30: Transações correntes

12h: Variação nos pedidos fabris

14h: Discurso do presidente do BC, Roberto Campos Neto

16h: Campos Neto fará palestra no Seminário “25 anos da Lei nº 9.613, de 1998: evolução do sistema brasileiro de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa (PLD/FTP)”

EUA

11h: Estoques no atacado

3. Noticiário econômico

“Se não tiver acordo, paciência”, diz Lula, sobre Mercosul e UE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, no domingo (3), que caso não haja o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), não foi por falta de vontade dos sul-americanos, mas por protecionismo dos europeus. No sábado (2), Lula se reuniu com o presidente da França, Emmanuel Macron, na tentativa de avançar com a negociação.

“Se não tiver acordo, paciência, não foi por falta de vontade. A única coisa que tem que ficar claro é que não digam mais que é por conta do Brasil e que não digam mais que é por conta da América do Sul. Assuma a responsabilidade de que os países ricos não querem fazer uma acordo na perspectiva de fazer qualquer concessão, é sempre ganhar mais e nós não somos mais colonizados, nós somos independentes, nós queremos ser tratados apenas com o respeito de países independentes que temos coisas pra vender, e as coisas que temos têm preço. O que queremos é um certo equilíbrio”, disse Lula.

4. Noticiário político

PEC que restringe poderes do STF deve ficar para 2024

Faltando apenas três semanas do recesso parlamentar, a Câmara pode adiar para o ano que vem a análise do projeto alternativo à proposta de emenda constitucional (PEC) que limita os poderes do Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda haverá um esforço do relator, o deputado Alex Manente (Cidadania-SP), para tentar viabilizar ambiente político para aprovação pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) neste ano.

Contrário à PEC aprovada pelo Senado na semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), articulou em conjunto com o Supremo Tribunal Federal (STF) a investida sobre um projeto já existente na Casa que busca sistematizar as normas do processo constitucional brasileiro. De autoria do vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira, o texto é considerado mais ameno do que a PEC que recebeu aval dos senadores.

Integrantes do Congresso reagem à fala de Lula e derrubada de veto ao marco temporal é reforçada

A declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cobrando mobilização social contra “raposas no galinheiro” ao admitir que pode ser derrotado no Congresso em relação ao marco temporal em terras indígenas, provocou reações na Câmara e no Senado. Se já havia indicação de Lula ter seu veto derrubado pelo Legislativo, a probabilidade de isso ocorrer foi reforçada.

A Frente parlamentar do Agro, composta por 324 deputados e 50 senadores, teve a reação mais incisiva. O grupo divulgou nota no domingo, 3, em que diz que as falas de Lula durante a Cúpula do Clima (Cop-28), nos Emirados Árabes Unidos, “criminalizam” os integrantes do Legislativo. Outros parlamentares ouvidos pelo Estadão também criticaram o presidente.

5. Radar Corporativo

RD (RADL3)

O conselho de administração aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) da RD (RADL3) no montante total bruto de R$ 87,1 milhões, para pagamento até o dia 31/05/2024, em data a ser oportunamente fixada pela administração.

O valor bruto a ser pago por ação é de R$ 0,050805469 e não sofrerá atualização monetária. O benefício aplica-se à posição acionária do dia 06/12/2023, sendo certo que, a partir de 07/12/2023, as ações da companhia serão negociadas “ex juros sobre capital próprio”.

Vale (VALE3)

A Vale (VALE3) concluiu a venda de sua participação de 40% na Mineração Rio do Norte S.A. (MRN), incluindo todas as obrigações e direitos associados, para a Ananke Alumina S.A., uma empresa afiliada à Norsk Hydro ASA.

Essa transação marca a conclusão do principal programa de desinvestimento da Vale, que envolveu a venda de mais de 10 ativos non-core em vários continentes desde 2019. “Através desse programa, a Vale conseguiu simplificar e reduzir a exposição ao risco dos seus negócios, resultando na eliminação de despesas de até US$ 2,0 bilhões por ano”, informou a Vale.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)