Fundos querem indenização de R$ 8 bi da Petrobras, as preferidas do Itaú BBA, boa notícia para o BB e mais 10 destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (10) 

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – O noticiário corporativo é movimentado, com destaque para a continuidade da temporada de resultados com a Lojas Renner, a precificação das ações da Hermes Pardini e da Unidas, entre outros destaques: 

Lojas Renner
A Lojas Renner (LREN3) teve lucro líquido de R$ 299,8 milhões no 4º trimestre de 2016, alta de 19% em relação ao mesmo período de 2015. O número superou as estimativas do mercado, cuja mediana apontava para R$ 280 milhões, segundo compilação da Bloomberg. A receita operacional líquida ficou em linha com o esperado (R$ 2,11 bilhões) e as vendas mesmas lojas voltaram a cair (-0,8%), mas o Ebitda mostrou crescimento de 16%, chegando a R$ 567,7 milhões – bem acima dos R$ 521,4 milhões esperados. Dessa forma, a margem Ebitda saltou de 26,8% para 29,6% do 4T15 para 4T16.

Em entrevista à Bloomberg, o diretor financeiro e de relações com investidores da Renner, Laurence Beltrão Gomes, disse que a varejista pretende investir R$ 500 milhões para a abertura de 60 a 65 unidades, sendo 3 no Uruguai – em 2016, ela abriu 180 lojas e investiu R$ 512,6 milhões. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

De acordo com o BTG Pactual, o balanço apresentou números mistos, com receita líquida fraca como o esperado em meio ao cenário macroeconômico complicado. Contudo, apesar dos desafios, a margem Ebitda apresentou ganhos. Os analistas seguem com recomendação de compra para os papéis de olho na perspectiva de longo prazo, apontando ainda para as iniciativas de corte de despesas e de preservação da lucratividade da companhia. 

BB vende Kepler Weber, que deve deixar a Bolsa
O Banco do Brasil (BBAS3) e o Previ acertaram a venda de toda a participação de 34,93% na Kepler Weber (KEPL3) para a norte-americana AGCO do Brasil por R$ 22,00 cada ação. O valor é 25% maior do que a Kepler Weber está cotada em Bolsa – os papéis da fabricante de implementos agrícolas fecharam a última quinta-feira (9) valendo R$ 17,50.

A AGCO, dona da marca Massey Ferguson, afirmou que pretende lançar uma OPA pelas demais ações da Kepler Weber para cancelamento de registro de companhia aberta. O preço por ação será os mesmos R$ 22, o que avalia a Kepler em R$ 579 milhões. A última vez que a fabricante de implementos agrícolas foi cotada a R$ 22 no mercado de ações foi em agosto do ano passado.

Continua depois da publicidade

Segundo o Itaú BBA, a venda não terá um impacto relevante nos resultados do Banco do Brasil. O banco receberá R $ 100 milhões para a venda (o valor contábil do investimento no terceiro trimestre de 2016 foi de R $ 84 milhões). “Embora essa venda específica não tenha um impacto material na posição de capital do banco, a venda de ativos non-core pelo Banco do Brasil pode ser bem recebida pelos investidores”, afirmam os analistas.

Biosev prepara oferta de ações

Em fato relevante divulgado na noite de quinta-feira, a Biosev (BSEV3) informa que avalia fazer oferta pública de ações para investidores do Brasil, para investidores qualificados nos
Estados Unidos e para investidores não-americanos. Ela pretende utilizar recursos para fortalecer sua estrutura de capital. Considerada “patinho feio” do setor de açúcar e álcool, a companhia nem de longe conseguiu performar como pares maiores Cosan (CSAN3) e São Martinho (SMTO3) nesta década na Bolsa.

A companhia também divulgou seus números do terceiro trimestre da safra 2016/2017, encerrado em dezembro. A companhia teve lucro de R$ 42,7 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 96,2 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. 

Já a receita líquida caiu 11%, somando R$ 1,5 bilhão, afetada pela ausência de exportações de etanol e pela queda das vendas de subprodutos (levedura seca, melaço em pó, bagaço, entre outros. O Ebitda ajustado somou  R$ 395,7 milhões, 9,6% menor ante os R$ 437,6 milhões do mesmo intervalo da safra anterior. A margem Ebitda caiu 0,3 ponto percentual, a 25,5%. 

Oi

Mais um capítulo da novela telefônica da Oi: segundo a Bloomberg, a PJT Partners, que encerrou seu papel como assessora da Oi em novembro, negocia agora trabalhar com Nelson Tanure, o segundo maior acionista da operadora de telefonia. A butique de investimentos negocia com o Société Mondiale Fundo de Investimento em Ações para prestar assessoria ao
fundo de investimento no processo de recuperação judicial da Oi, disseram as pessoas, pedindo anonimato porque as discussões são privadas. O Société Mondiale, liderada pelo investidor brasileiro Nelson Tanure, controla 6,32% da Oi, enquanto a Pharol SGPS é a maior acionista da Oi, com 22%.

Petrobras

A estatal petrolífera informou que os detentores de US$ 5,58 bilhões em títulos aceitaram a oferta de recompra Desse montante, US$ 5,56 bi em volume equivalente foram aceitos para recompra no dia 25/janeiro de 2017, informou a companhia.

Além disso, o jornal O Globo informa que sócios e credores iniciaram uma corrida jurídica em câmaras de arbitragem e na Justiça do Rio e de Nova York. Estão no alvo a Sete Brasil, criada para intermediar a construção de sondas de exploração de petróleo no pré-sal, e a própria Petrobras, idealizadora do projeto. O fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, a Petros, que investiu na Sete Brasil, avalia entrar com processo de arbitragem contra a sua própria patrocinadora, diz uma fonte. Alguns sócios já veem a liquidação da empresa como o capítulo final.

A Petros deve engrossar a lista de sócios da Sete que já iniciaram processo de arbitragem contra a Petrobras, como o fundo de investimento Lucce Venture, o banco BTG, além dos fundos de pensão Funcef (da Caixa Econômica Federal), Previ (Banco do Brasil) e Valia (Vale). Segundo essa fonte, estuda-se a consolidação desses processos que foram abertos na Câmara de Arbitragem Brasil-Canadá de forma independente. Os sócios da Sete pedem, juntos, indenização de cerca de R$ 8 bilhões à Petrobras, que é sócia da Sete com 10% das ações.

Minerva

A Minerva (BEEF3) exerceu opção de recompra antecipada de 105,508 milhões de dólares em títulos com vencimento em 2022 e juros anuais de 12,25 por cento, segundo comunicado.

A conclusão da operação está prevista para esta sexta-feira, e o preço a ser pago será 106,125 por cento do valor de face do título, acrescido de juros.

 Venda de Belo Monte

A Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, está à venda. Segundo informações obtidas pelo Estadão, as empresas que compõem o bloco de controle da Norte Energia, concessionária que administra a usina, já contrataram o Bradesco BBI para buscar potenciais investidores no Brasil e no exterior. A operação também contará com um banco internacional para tocar as negociações de venda da terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas da chinesa Three Gorges e de Itaipu Binacional.

 O que está à venda é a parte das empresas Neoenergia, Cemig, Light, Vale, Sinobras, J. Malucelli e dos fundos de pensão Petros (Petrobrás) e Funcef (Caixa). A participação dessas companhias na Norte Energia é de 50,02%. O valor patrimonial de Belo Monte é estimado em R$ 10 bilhões. O projeto, que só será concluído em 2019, ainda exigirá investimentos de, pelo menos, R$ 5 bilhões.

Por ora, a participação do Grupo Eletrobrás, de 49,98%, não está à venda. Mas, como a estatal tem o direito de “tag along” (mecanismo que permite ao minoritário vender suas ações pelo preço pago ao controlador), o grupo também poderia vender sua fatia na hidrelétrica, diz uma fonte do setor, caso o valor seja satisfatório.

IPOs

As companhias Hermes Pardini e Unidas definem preço de ações para ofertas públicas nesta sexta; os papéis começam a ser negociadas em 14 de fevereiro. Vale destacar que a Movida, primeiro IPO de 2017, teve preço fixado no piso da faixa nesta semana e estreou em queda na bolsa na quarta-feira, recuperando-se no dia seguinte. 

CCR

A Oferta restrita da CCR (CCRO3) aumenta o capital social em R$ 4,07 bilhões. Hoje, o Conselho aprovou a fixação do preço por ação de R$ 16,00 no âmbito da oferta pública de distribuição primária com esforços restritos de colocação de 254,4 milhões de novas ações ON, “já considerando as ações suplementares”, segundo comunicado.

Assim, o novo capital social. passará a ser R$ 6,13 bilhões, dividido em 2,02 bilhões de ações ON. A quantidade de ações inicialmente ofertada foi acrescida em 15%, ou seja, em 33,2 mi de ações ON. 
“Não foi admitida e não houve distribuição parcial no âmbito da oferta restrita”, informou. 

Ações do Itaú BBA

O Itaú BBA adicionou a Fleury (FLRY3) e Smiles (SMLE3) a portfólio, enquanto a Ambev (ABEV3) foi excluída. A Fleury e Smiles foram acrescentadas devido à expectativa de bons resultados do quarto trimestre, enquanto a Ambev foi removida. A Fleury tem mais espaço para expansão de margem, é a melhor escolha em saúde, enquanto a Smiles tem múltiplos descontados, rendimento de dividendo atrativo; a companhia terá melhor impulso em 2017. Já a Smiles está, de alguma maneira, protegida do cenário de corte da taxa de juros, pelo menos temporariamente, dado que o pré-pagamento por passagens feito pela Gol no início de 2016 tem taxa de juros fixa. Por outro lado, a Ambev foi removida com expectativa de que resultado  “possa ser um vento contrário para ações”. O portfólio para o Brasil contém Smiles, São Martinho, Petrobras, Bradesco, Itaú / Itaúsa, Fleury, Randon, Vale, Telefonica Brasil, Sabesp e Energias do Brasil.

Saneamento

Segundo o Valor, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) prepara proposta que será enviada à Casa Civil com o objetivo de permitir que obras de saneamento sejam realizadas sem licenciamento ambiental. A informação foi divulgada ontem pela diretora de infraestrutura e sustentabilidade do banco, Marilene Ramos, em reunião na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo.

Unipar (UNIP6)

A Unipar Carbocloro disse em fato relevante que Vila Velha, acionista controlador e ofertante da OPA, decidiu elevar o preço por ação a ser ofertado para R$ 7,50, a ser deduzido pelo valor de dividendos e juros sobre capital próprio eventualmente declarados pela cia. até a data do leilão. O preço por ação será pago integralmente à vista, na data de liquidação financeira da OPA. O comunicado diz ainda que Banco Votorantim requereu em 23 de janeiro resilição unilateral do mandato e do contrato de intermediação, em virtude de decisão estritamente estrutural interna do banco. 

Ultrapar (UGPA3)

A Joint venture entre Chevron e Grupo Ultra, por meio da unidade Ipiranga, é aprovada sem restrições, segundo despacho do Cade publicado no Diário Oficial e website do conselho. A Ultrapar e Chevron anunciaram associação em nova empresa de lubrificantes em comunicado de 4 de agosto de 2016. 

(Com Bloomberg, Reuters e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.