Fundos de hedge cripto apostam contra a Tether após colapso da stablecoin TerraUSD

As posições valem pelo menos “centenas de milhões” de dólares, disse um trader à reportagem do Wall Street Journal

CoinDesk Equipe InfoMoney

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Os fundos de hedge focados em cripto estão cada vez mais apostando contra a stablecoin Tether (USDT), segundo reportagem publicada pelo Wall Street Journal nesta segunda-feira (27). Um dos motivos citados por especialistas ouvidos pelo jornal é a perspectiva sombria que tomou conta do mercado após o colapso da TerraUSD (UST).

“Houve um aumento real no interesse dos fundos de hedge tradicionais que estão analisando a Tether e apostando contra a moeda”, disse Leon Marshall, chefe de vendas institucionais da Genesis, em comunicado divulgado à imprensa. Marshall acrescentou que as posições valem pelo menos “centenas de milhões” de dólares.

A Genesis disse que as posições vendidas aumentaram após a implosão multibilionária da UST. Os preços da stablecoin algorítmica caíram para alguns centavos de dólar no final de maio, contagiando o espaço cripto. O episódio afetou proeminentes credores de criptomoedas e fundos de negociação.

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Alguns fundos estão vendendo USDT, que afirma ser pareada ao dólar americano, como uma aposta na economia mais ampla, já que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) aumentou as taxas de juros para conter a inflação, a mais alta em 40 anos. Outros estão preocupados com a qualidade dos ativos que sustentam a USDT, de acordo com o WSJ.

Stablecoins como Tether são apoiadas por moedas fiduciárias e investimentos em ativos equivalentes, como “papel comercial”, depósitos bancários, títulos, ouro e criptomoedas, conforme disse o emissor Tether Global.

O mercado de stablecoins foi atingido por causa do colapso da UST em maio, com os investidores resgatando grandes quantidades de USDT. Na metade de junho, os investidores retiraram cerca de US$ 1,7 bilhão de Tether em apenas uma semana, conforme relatado pelo CoinDesk no início deste mês.

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A capitalização de mercado da USDT caiu mais de US$ 20 bilhões desde meados de maio, segundo dados do agregador CoinGecko.

Fundos como Fir Tree Partners e Viceroy Research LLC já apostaram contra a USDT, citando a opacidade sobre o lastro real do ativo e a falta de reservas auditadas.

Ataque coordenado

Na manhã de hoje, o CEO da Tether, Paolo Ardoino, publicou no Twitter que os fundos de hedge, por meio de um ataque coordenado, estão tentando causar pânico e gerar mais FUD (Medo, Incerteza e Dúvida, na sigla em inglês) após o colapso do ecossistema Terra. O objetivo deles, disse, é “criar pressão suficiente, na casa dos bilhões, fazendo com que toneladas de saídas prejudiquem a liquidez da Tether” para que possam “recomprar os tokens a um preço muito mais baixo”.

De acordo com Ardoino, esses fundos acreditaram nos supostos burburinhos sobre a empresa – como a falta de transparência com a reserva em caixa e a emissão descontrolada de tokens – mesmo em meio aos “maiores esforços de transparência” da Tether e da “colaboração com reguladores”. Ele voltou a afirmar que a stablecoin possui 100% de reversa e que nunca falhou ao pagar US$ 1 para cada usuário que pediu resgate.

O CTO ainda disse que fundos de hedge assumiram grandes riscos ao emprestar bilhões de USDT e apostar contra a moeda, mas eles precisarão comprar de volta. “O que acontecerá com eles?”. Falou também que a Tether é a única stablecoin que conseguiu aguentar esse tipo pressão extrema, e questionou se outras moedas estáveis poderiam sobreviver ao mesmo teste.

A Tether já havia negado a existência dos tais riscos apontados pelos fundos. Em junho, a empresa disse que os rumores de que seu portfólio era “85% respaldado por papéis comerciais chineses ou asiáticos” eram “completamente falsos” e provavelmente perpetrados por aqueles que buscam gerar “lucros adicionais de um mercado já estressado”.

Em abril, um porta-voz da Tether disse ao site MarketWatch que os vendedores a descoberto parecem estar envolvidos em um “esquema inteligente para levantar capital daqueles com menos conhecimento (no mercado), aproveitando a desinformação com o objetivo final de receber a taxa de administração”.

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CoinDesk

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