Fundo verde diz que “otimismo é temporário” e reduz a quase zero exposição ao Brasil

Segundo a equipe de gestão do fundo, comandada por Luis Stuhlberger, a onda de otimismo que formou-se no Brasil é "temporária"

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Fundo Verde, que é famoso por estar entre os maiores e mais rentáveis fundos do Brasil, disse, em sua carta de abril divulgada nesta segunda-feira (11), que segue comprado em dólar, mas reduziu sua já pequena alocação em ações brasileiras a quase zero, justificando que os valuations estão muito altos. 

Segundo a equipe de gestão do fundo, comandada por Luis Stuhlberger, a onda de otimismo vista em ativos do Brasil é “temporária”, como já foi visto repetidas vezes nos últimos anos. Os ajustes virão dado os problemas persistentes de conta corrente, fiscal decepcionante e crescimento do País, o que dará conta de reverter isso ao longo dos meses seguintes. 

Na carta, eles justificam que o fundo teve um mês de abril difícil, com perdas principalmente no livro de moedas. Segundo eles, o processo de realinhamento do real não vai ser linear e abril refletiu essa dinâmica. Os investidores estrangeiros despejaram bilhões de dólares em ativos brasileiros no mês passado, fazendo com que a moeda se apreciasse, as taxas longas de juro caíssem e a bolsa brasileira continuasse subindo forte.

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No mês, a decisão do fundo de diminuir alocação comprada em dólar perto de R$ 3,30 foi acertada, comentaram. O erro foi na velocidade com que retomaram a alocação em torno de R$ 3,15. A equipe do Fundo Verde destaca que isso ocorreu por subestimarem o apetite de estrangeiro no Brasil, dado um modelo de crescimento que não funciona, recuperação violenta dos preços das commodities, como petróleo e minério, a bolha de ações que está se formando na China e seus reflexos nos ativos de mercados emergentes e, por fim, na continuidade de dados econômicos fracos nos Estados Unidos, que alimentam a esperança de taxas de juros zero por mais tempo.