Fomc, ata do Copom, prévia do PIB e vacina no STF: o que esperar da última semana cheia de 2020

Tudo que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Rodrigo Tolotti

(REUTERS/Dado Ruvic)

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SÃO PAULO – Após mais uma semana positiva para o mercado brasileiro, com alta da Bolsa e queda forte do dólar, a agenda de indicadores fica agitada nesta última semana cheia de 2020, principalmente na questão política.

Enquanto a questão fiscal é um tema que tem gerado cada vez mais preocupação para os analistas, o cenário agora tem se focado na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados e do Senado.

Nos últimos dias, apoiado pelo governo, o deputado Arthur Lira (PP-AL) lançou sua candidatura para a Câmara, gerando críticas do atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que pode ajudar a lançar nos próximos dias um nome de oposição.

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O Senado também deve ter uma semana movimentada com o surgimento de candidaturas. Sem poder se reeleger, Davi Alcolumbre (DEM-AP) deve apoiar um nome fora do MDB, o que pode gerar uma grande disputa na Casa.

Ainda no campo político, atenção especial para a discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2021. Pela Constituição, o Executivo deve enviar a proposta até 15 de abril e o Congresso precisa aprovar a Lei até 17 de julho, o que não ocorreu este ano.

Caso não seja aprovada antes da virada do ano pode acontecer o chamado “shutdown”, paralisando o governo. A expectativa, porém, é que o texto seja aprovado a tempo, apesar de ser necessário discutir e tirar da pauta diversos vetos.

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Os holofotes também se voltam para o Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima quarta-feira (16), que irá julgar duas ações, do PDT e do PTB, sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19.

O PDT pede que o STF estabeleça a interpretação de que estados e municípios podem determinar a vacinação obrigatória contra a covid. Já a ação do PTB defende que a possibilidade de imunização compulsória, prevista na lei, seja declarada inconstitucional.

Agenda no Brasil

Entre os indicadores nacionais, já na segunda-feira (14) será apresentado o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e bastante acompanhado neste momento para entender o cenário de recuperação da economia.

No mesmo dia, no cenário corporativo, atenção para o leilão da operação de telefonia móvel da Oi (OIBR3; OIBR4). A expectativa é que não haja surpresas, com uma única proposta de oferta vinculante de R$ 16,5 bilhões feita em conjunto por Claro, TIM Brasil ([ativo=TIMP3]) e Telefônica (VIVT4).

No dia seguinte, destaque para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que na quarta passada decidiu manter a Selic em 2%.

Apesar disso, o comunicado gerou muitas discussões no mercado, principalmente pelo Banco Central ter dito que as condições para manter o chamado “forward guidance” podem acabar em breve. Nesta regra, a autoridade se compromete a não elevar juros enquanto as expectativas e projeções de inflação de seu cenário básico se mantiverem abaixo do centro da meta no horizonte relevante, desde que o regime fiscal seja mantido e as expectativas de longo prazo permaneçam ancoradas.

Analistas enxergaram nesta comunicação uma chance de alta de juros em breve, mas ficaram divididos sobre se o momento para este anúncio foi correto. Diante disso, a ata do encontro pode trazer maiores explicações sobre a visão do BC para os próximos meses.

Ainda na terça, sai também o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), que é medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.

Agenda externa

No exterior, a semana começa com os dados de produção industrial na Zona do euro, que segundo analistas consultados pela Refinitiv deve ter uma alta de 2% na comparação mensal, ante uma queda de 0,4% no período anterior. No acumulado de 12 meses, porém, o desempenho ainda deve ficar negativo em 4,5%.

Ainda na segunda, mas à noite, serão divulgados os dados de produção industrial e de vendas no varejo na China. O indicador pode mexer bastante com o mercado na terça-feira caso o gigante asiático consiga mostrar força em sua recuperação ou se ficarem mais fracos que o esperado.

Na terça-feira (15), será a vez dos Estados Unidos apresentarem seus números de produção industrial, com expectativa de avanço de 0,3% mensalmente, contra uma alta de 1,1% no mês anterior.

Porém, o grande destaque do calendário externo na semana será a reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês), na quarta-feira (16).

Apesar da projeção de manutenção dos juros, investidores e analistas ficarão atentos ao comunicado do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos), que pode trazer sinalizações sobre os próximos passos da autoridade monetária no cenário de recuperação econômica.

Clique aqui e confira a agenda completa de indicadores.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.