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O investidor brasileiro inicia a semana mais uma vez com um olho lá fora, e outro no mercado local, à medida em que tenta balizar as expectativas para o esperado corte de juros nos Estados Unidos e a possível alta da Selic no Brasil na próxima semana.
De um lado, as atenções ficam sobre o Relatório Focus desta segunda-feira (9), que pode trazer alterações sobre as expectativas para indicadores no Brasil, principalmente o da inflação, após o último levantamento apontar novo ajuste para cima nas projeções para o IPCA.
Nos EUA, o catalisador nesta segunda deverá ser os dados de crédito ao consumidor de julho, que funcionarão como uma prévia para os dados mais aguardados do mês: os de inflação ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI), que serão divulgados na quarta e na quinta, respectivamente.
Os números serão conhecidos após semana marcada por menos abertura de vagas de emprego nos EUA no mês passado do que o esperado, e de aumento de 43% para 55% nas apostas de que uma queda nos juros americanos de 0,50 ponto percentual está próxima. A taxa atual está na faixa de 5,25% a 5,50%.
No entanto, as apostas de um corte menor voltaram a ser maioria após declarações do diretor do Federal Reserve Christopher Waller. Atualmente, as projeções indicam 70% de chance de um ajuste de 0,25 p.p.
Apesar de afirmar que “chegou a hora” de iniciar os cortes e que tem a mente aberta quanto ao tamanho e ao ritmo dessas reduções, bem como que “o atual conjunto de dados não exige mais paciência, mas sim ação”, ele também afirmou que os números indicam abrandamento, não deterioração do mercado de trabalho.
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O que vai mexer com o mercado nesta 2ª
Agenda
Nesta segunda-feira, o presidente Lula se reúne com Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Na diretoria do Banco Central se concentram em compromissos fechados à imprensa.
Brasil
8h – FGV: IPC-S (semanal)
8h25 – Focus
15h – Secex: Balança comercial (semanal)
EUA
16h – Fed: Crédito ao consumidor (jul)
Mercados Internacionais
A sessão desta segunda-feira (9) é de recuperação para os índices futuros de Nova York, enquanto investidores aguardam por dados inflacionários que guiarão as apostas sobre a magnitude da redução dos juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) na próxima semana. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será apresentando na quarta-feira enquanto o índice de preço ao produtor (PPI) terá seus números conhecidos na quinta.
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Venezuela
O governo da Venezuela revogou a autorização para o Brasil representar os interesses argentinos no país, incluindo a administração da embaixada e da residência diplomática onde estão asilados seus oposicionistas venezuelanos ligados à líder María Corina Machado, alegando que as instalações estariam sendo utilizadas para “planejamento de atividades terroristas e tentativas de assassinato” contra o presidente Nicolás Maduro e sua vice Delcy Rodríguez.
Em resposta à medida, o Itamaraty afirmou que o Brasil continuará cuidando dos interesses argentinos e da estrutura diplomática até que um terceiro país seja indicado para assumir, com concordância da Argentina, e ressaltou a “inviolabilidade” das instalações da missão diplomática.
“A República Bolivariana da Venezuela tomou a decisão de revogar, de maneira imediata, a autorização concedida ao governo da República Federativa do Brasil para exercer a representação dos interesses da República Argentina e de seus nacionais em território venezuelano, bem como a custódia dos instalações da missão diplomática, incluindo os seus bens e arquivos…”, disse o governo venezuelano, em nota.
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Caso encerrado
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse no domingo que o caso contra o opositor Edmundo González será encerrado após o ex-candidato presidencial ter saído para a Espanha, onde solicitou asilo.
Saab afirmou à CNN que a saída de González do país traz uma mudança no processo judicial contra ele, por supostos delitos associados ao terrorismo.
Recurso apresentado pelo X
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, indicou que não deve levar ao plenário da Corte a decisão sobre a suspensão da rede social X (ex-Twitter) no país. Ele disse que competência da 1ª Turma julgar recurso.
Economia
Elevar tributos
O Ministério da Fazenda avalia elevar tributos que não exigem aval do Congresso Nacional para que sejam ajustados e permitam entrada em vigor de maneira imediata se constatar necessidade de ampliar a arrecadação para fechar as contas deste ano, disseram à Reuters duas fontes da pasta.
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A medida adicional, segundo as fontes, pode ser apresentada junto com o relatório bimestral de receitas e despesas, que apontará neste mês se o governo precisa ampliar a arrecadação para cumprir a meta de déficit primário zero em 2024, que tem banda de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB.
São tributos que se enquadram nessa categoria o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto de Importação e Imposto de Exportação, que podem ser elevados por meio da edição de decreto presidencial.
Política
Esforço concentrado
A Câmara dos Deputados fará um esforço concentrado esta semana antes do primeiro turno das eleições municipais, em 6 de outubro. A Casa terá sessões desta segunda (9) à noite a quarta-feira (11) para votar projetos de lei.
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Os destaques apresentados pelos partidos para mudar o Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/24, sobre o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), e a transição para o fim da desoneração da folha de pagamentos são itens que o Plenário pode analisar nesta semana.
Bolsonaro: Senado deve botar “freio” em Moraes
Jair Bolsonaro defendeu no último sábado que o Senado coloque um freio no ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, responsável por inquéritos que envolvem o ex-presidente.
“Devemos botar freio, através dos dispositivos constitucionais, naqueles que saem, que rompem o limite das quatro linhas da nossa Constituição. Eu espero que o Senado Federal bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva”, disse Bolsonaro em ato na Avenida Paulista, em São Paulo, repleta de apoiadores.
A declaração de Bolsonaro se seguiu a de vários participantes do ato, pedindo o impeachment de Moraes, sendo o primeiro deles o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente.
Silvio Almeida
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, comentou no domingo (7) a demissão, na noite dessa sexta-feira (6), do ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida. A demissão ocorreu após denúncias de assédio sexual suspostamente cometido por ele contra mais de uma dezena de mulheres.
“A parte política já passou, com a demissão. Agora, como todas as pessoas, [ele] tem direito à ampla defesa e, depois, se fará justiça”, afirmou Barroso. A declaração foi dada na saída do desfile cívico-militar de 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Substituta
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou a aliados que quer escolher uma mulher negra para comandar o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), no lugar de Silvio Almeida (PT), demitido na semana passada após denúncias de assédio sexual.
(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)