FMI diz que Ucrânia não deve pagar dívidas com reservas de seu banco central

A rápida conclusão da operação de dívida com alta participação é vital para o sucesso do programa, já que a Ucrânia não tem recursos sob o programa para pagar totalmente suas dívidas nos termos originais, afirmou Lagarde

Estadão Conteúdo

Christine Lagarde, presidente do BCE

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A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, jogou água fria na proposta dos credores da Ucrânia para que o país use reservas de seu banco central para pagar dívidas. Em vez disso, Lagarde pediu uma reestruturação da dívida, dizendo que isso é crucial para impedir a volta do caos financeiro.

Os comentários, de uma carta da autoridade aos detentores de bônus da Ucrânia, reforçam a posição da Ucrânia nas negociações para a reestruturação. O documento é uma pouco usual intervenção do FMI em negociações que devem ser entre Kiev e os credores.

Lagarde também reiterou que o Fundo pode ainda avançar com seu programa emergencial de empréstimos para a Ucrânia, caso o país não consiga chegar a um acordo para a reestruturação da dívida.

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Anteriormente, funcionários do FMI haviam dito que era crucial para Kiev chegar a um acordo para reestruturar a dívida com seus credores, antes de o Fundo aprovar o próximo pagamento. O FMI concordou com um programa de empréstimo emergencial de US$ 17,5 bilhões como parte de um programa mais amplo de financiamento internacional, que prevê que a Ucrânia assegure US$ 15 bilhões em alívio da dívida de seus credores.

“A rápida conclusão da operação de dívida com alta participação é vital para o sucesso do programa, já que a Ucrânia não tem recursos sob o programa para pagar totalmente suas dívidas nos termos originais”, afirma Lagarde.

Além de uma guerra contra separatistas apoiados pela Rússia, o pagamento de juros está afetando a economia ucraniana. As conversas com os credores, porém, evoluíram pouco. Kiev quer que os credores, como os fundos mútuos Franklin Templeton, dos EUA, deem um desconto de até 40% no valor de face dos bônus, mas os credores rechaçam qualquer redução.

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Lagarde disse que as reservas do BC “não podem ser usadas para o serviço da dívida soberana sem que o governo emita nova dívida, o que seria inconsistente com os objetivos da operação de dívida”. Ela também aponta que a capacidade ucraniana de honrar suas dívidas está limitada pela capacidade fiscal.

Diante do impasse, Kiev ameaça parar com os pagamentos aos credores. Lagarde apontou que é indispensável o apoio da comunidade internacional, inclusive do setor privado, para o sucesso do programa de ajuda ao país.