Fleury (FLRY3) lucra R$ 81,3 mi no 4º tri, alta de 162,6%; aprova R$ 80,5 mi em dividendos

A companhia divulgou seus resultados na noite desta quinta-feira (7)

Camille Bocanegra

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A empresa de medicina diagnóstica Fleury (FLRY3) registrou lucro líquido de R$ 81,3 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), um aumento de 162,6% na comparação ano a ano. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) teve alta de 61,7%, em R$ 375,8 milhões no 4T23.

O Fleury, dono da marca homônima e de outros selos como a+, teve receita líquida de R$ 1,7 bilhão no trimestre, com avanço de 52,9% ano a ano. Na base “pro forma”, não auditada e que considera os ativos de Pardini no mesmo período de 2022 para dar comparabilidade, a alta foi de 4,9%, com crescimento de faturamento em todas as linhas de negócio.

A receita bruta, por sua vez, alcançou R$ 1,83 bilhão, com crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período de 2022. O relatório apresentou o número descontando também os exames de Covid, que foram pouco significativos no trimestre, e apresentou crescimento de 6,5% nesse caso. A evolução na receita é considerada consequência de crescimento orgânico, crescimento do atendimento móvel e crescimento da divisão Novos Elos.

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A sazonalidade impactou os resultados, uma vez que, de acordo com Jeane Tsutsui, CEO do Fleury, em entrevista ao InfoMoney, a maior presença de feriados prolongados comprovou que há certa diferença no comportamento dos usuários no último trimestre. A executiva mencionou que já havia percepção de diferença de comportamento e demanda no quarto trimestre, que acabou diluída nos anos de pandemia mas hoje existe com mais força.

No principal serviço prestado pela companhia, o de atendimento e exames em medicina diagnóstica ao consumidor final, a receita bruta subiu 4,6% na base pro forma. A companhia mencionou, no relatório de resultados, boa execução da marca a+ e crescimento do atendimento móvel em São Paulo, crescimento orgânico em Minas Gerais e aumento de market share no Rio de Janeiro.

Dentre as chamadas “avenidas de crescimento”, a segunda presente é a medicina diagnóstica “b2b” (sigla para “negócio para negócio”, em tradução livre), que representou 24% da receita total do grupo. Considerando os números pro forma, houve aumento de 2,9% na receita bruta da divisão. Em números absolutos, no entanto, o aumento foi de 240%, uma vez que a presença do Pardini no segmento era muito estabelecida e ampliou os negócios do Fleury na divisão.

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A presença das diversas marcas e unidades fica estampada até nas paredes do escritório da CEO. Hoje, o Fleury está presente em 13 estados, através de diversas marcas, e após a aquisição do Pardini aumentou sua capilaridade em estados como Minas Gerais e Goiás. Em 2023, 15 novas unidades foram abertas em São Paulo e há espaço para mais expansão, de acordo com a CEO.

O foco da companhia, de acordo com a executiva, segue sendo o apoio ao setor de saúde através de soluções pautadas em prevenção (em especial, considerando os mais de 580 produtos lançados em 2023), considerando o atual momento de envelhecimento populacional. “Há muitos desafios no setor mas há muita oportunidade também”, afirma a CEO.

Em relação à queda dos juros, o CFO, José Fillipo, destacou que, embora a taxa de alavancagem esteja em patamar muito confortável no momento (1,2 vez a relação entre dívida líquida e o Ebitda), a queda de juros é relevante considerando a dívida em si que a companhia tem.

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Na visão do executivo, a manutenção da alavancagem no patamar atual é algo desejável mas há espaço para que haja aumento, de acordo com a estratégia da empresa e do momento que seja enfrentado. Pela disciplina praticada pela companhia, que mantém política de baixa alavancagem, o limite estaria em 3,0 vezes mas o máximo já visto é por volta de 2,0x, de acordo com o CFO. Filipo destacou também a boa geração de caixa apresentada pela companhia, que garante a saúde financeira para iniciativas.

Proventos

O Conselho de Administração da companhia ainda aprovou a distribuição de dividendos aos acionistas, imputada ao dividendo mínimo obrigatório do exercício social de 2023. O valor total da distribuição será de R$ 80,53 milhões, correspondente a R$ 0,14761361742 por ação, excluídas as ações em tesouraria.

Farão jus aos dividendos os acionistas da companhia no fechamento do pregão de 19 de março de 2024; assim, os papéis serão negociados na condição “ex” dividendos a partir de 20 de março de 2024 (inclusive). O pagamento dos dividendos ocorrerá em 1 de abril de 2024.

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Este montante, somado às distribuições de juros sobre o capital próprio ao longo do ano de 2023, totalizam R$ 317,81 milhões em proventos distribuídos com relação ao lucro líquido apurado no exercício social de 2023.