Fitch vê mais companhias melhorando de situação na América Latina do que piorando

Agência destaca desafios maiores enfrentados por empresas na Argentina, onde o governo tem realizado intervenções e a inflação segue alta

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Em relatório, a agência de rating Fitch afirmou que o cenário corporativo para a América Latina em 2013 deve se manter estável, ou até levemente positivo. Com uma taxa baixa de desemprego, salários maiores, inflação modesta e aumento da confiança do consumidor, a agência vê um cenário com mais empresas tendo seu rating aumentado do que rebaixado.

Joe Bormann, diretor da Fitch, afirmou que o estímulo monetário e fiscal ajudam a criar um ambiente positivo para as empresas no Brasil, enquanto o crescimento do setor manufatureiro no México tem ajudado as companhias, que devem continuar tendo a qualidade de seu crédito melhoradas. Ele ainda apontou para uma perspectiva estável na qualidade do crédito na Colômbia.

Diferente dos outros países da região, a visão para a Argentina segue ligeiramente negativa. No país, o risco se dá por uma possível intromissão do governo e uma deterioração do ambiente econômico são os grandes desafios para 2013. Enquanto no Chile, a perspectiva segue neutra para o próximo ano.

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Desafios para 2013
As empresas brasileiras devem se beneficiar de um aumento no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, passando de 1% em 2012 para 3,7% em 2013. Além disso, a redução de 20% nas tarifas de energia, que podemo prejudicar as companhias do setor, devem ajudar as empresas de manufatura para o próximo ano. O câmbio é outro fator que pode ajudar, com os exportadores sendo ajudados por uma taxa mais baixa e novas tarifas do governo sobre as importações.

Na Argentina, o grande problema deve ser a inflação. A Fitch aponta para o mercado da dívida internacional, que foi inexistente neste ano e não deve se recuperar em 2013. Além disso, o país segue com as incertezas sobre a sua economia.

Por fim, a agência destaca as fortes estruturas de capital e grande liquidez para as empresas chilenas. Porém, o país tem um risco a mais quando se trata dos altos custos e energia e as condições restritas de trabalho. Exportadores enfrentam um desafio adicional de aumento de custos devido à uma moeda relativamente forte.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.