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SÃO PAULO — A agência de classificação de risco Fitch Ratings cortou nesta sexta-feira (16) a nota soberana da Argentina em dois níveis, de “B” para “CCC”. O corte reflete o aumento das incertezas políticas no país, especialmente depois do resultado das eleições primárias no último domingo.
Em relatório assinado por Shelly Shetty e Charles Seville, a agência de risco destacou uma piora nas condições financeiras do país e uma esperada deterioração no ambiente macroeconômico, que aumentam a probabilidade de um default soberano ou de uma restruturação da dívida do país.
“O resultado das eleições primárias [no último domingo] destacaram riscos maiores de uma descontinuidade de políticas a partir das eleições de outubro de 2019. Isso gerou um colapso nos mercados, incluindo uma enorme depreciação do peso argentino e a disparada dos spreads de títulos públicos, o que sugere que esforços maiores para uma estabilização macroeconômica e das condições financeiras soberanas são necessários. Esses eventos adversos podem afetar a liquidez soberana no curto prazo e aumentar os riscos de sustentabilidade da dívida”, escreveu a Fitch.
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No último domingo, os argentinos votaram nas eleições primárias — uma prévia para as eleições oficiais, que estão marcadas para outubro. A chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner (como vice) ficou 15 pontos percentuais à frente da chapa do atual presidente do país, Mauricio Macri.
O mercado recebeu a notícia negativamente, uma vez que o governo de Cristina Kirchner — entre 2007 e 2015 — foi marcado por estatizações e manipulação de dados oficiais. A percepção é de que foi o governo de Cristina que guiou a Argentina para a crise na qual ela se encontra hoje, com inflação de mais de 50% e taxa de juros de 74% ao ano.
Segundo a Fitch, uma eventual vitória da Chapa Fernández-Kirchner pode interromper o programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) seguido pela administração de Macri. “Na campanha, até agora, Fernández questionou alguns elementos-chave da atual estratégia política no país e defendeu alguma forma de renegociação do programa do FMI, ao mesmo tempo o histórico de Kirchner de 2007 a 2015 indicam a mesma inclinação para isso.”
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A Fitch prevê que a dívida pública da Argentina vai alcançar 95% do PIB em 2019 — o que significa que o peso não deve se depreciar muito além do que já se depreciou contra o dólar, perto de 60 pesos argentinos por dólar. A projeção da agência é de uma contração de 2,5% do PIB do país neste ano. Antes, esperava uma queda menor, de 1,7%.
Veja abaixo as notas praticadas pelas agências de classificação de risco.
Fitch Ratings | Moody’s | Standard & Poor’s |
AAA | Aaa | AAA |
AA+ | Aa1 | AA+ |
AA | Aa2 | AA |
AA- | Aa3 | AA- |
A+ | A1 | A+ |
A | A2 | A |
A- | A3 | A- |
BBB+ | Baa1 | BBB+ |
BBB | Baa2 | BBB |
BBB- | Baa3 | BBB- |
BB+ | Ba1 | BB+ |
BB | Ba2 | BB |
BB- | Ba3 | BB- |
B+ | B1 | B+ |
B (rating anterior Argentina) | B2 | B |
B- | B3 | B- |
CCC (novo rating Argentina) | Caa1 | CCC+ |
CC | Caa2 | CCC |
C | Caa3 | CCC- |
RD | Ca | CC |
D | C | C |
– | – | D |
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