Fim das ações preferenciais da Eletropaulo; lucro da Hering cai 38% e mais 3 resultados no radar

Confira as principais notícias corporativas da noite desta quinta-feira (23)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A temporada de balanços do quarto trimestre do ano passado ganha força na noite desta quinta-feira (23), com destaque para os números divulgados pela Multiplus e pela Hering. Enquanto isso, a Eletropaulo informou que fez uma proposta para migrar para o Novo Mercado, o que irá acabar com suas ações preferenciais. Confira os destaques:

Multiplus (MPLU3)
A Multiplus reportou um lucro líquido de R$ 116,2 milhões no quarto trimestre do ano passado, uma queda de 7,6% em relação ao mesmo período de 2015. Enquanto isso, a receita líquida da companhia recuou 5,7% no mesmo período, passando de R$ 580,6 milhões para R$ 547,4 milhões. Já a receita com venda de pontos ficou em R$ 523,6 milhões nos três últimos meses de 2016.

Os pontos emitidos pela companhia entre outubro e novembro caíram 5,9%, para 20,1 bilhões, refletindo uma redução de 11,3% no número de pontos emitidos para os bancos, impactado pelos menores gastos em geral no cartão de crédito. Já os resgates somaram 17,9 bilhões de pontos, uma queda de 3,2% por conta do cenário econômico ruim.

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Hering (HGTX3)
A Hering fechou o quarto trimestre de 2016 com queda de 38,7% em seu lucro líquido, que ficou em R$ 50,9 milhões. O resultado, segundo a companhia, foi afetado pelo desempenho de vendas em redes multimarcas e lojas de franquias. A empresa também ressaltou que registrou um ganho não recorrente em 2015 de R$ 53,5 milhões, relativo à liquidação de subsidiária e dívida intercompanhia, o que tornou a base de comparação mais alta.

No mesmo período, a receita líquida recuou 14,8%, para R$ 432,1 milhões. As vendas brutas da Hering Store tiveram queda de 19%, para R$ 384,9 milhões, enquanto a Hering Kids avnaçou 10,3%, a R$ 64,4 milhões, sendo o único segmento que registrou crescimento.

Marisa (AMAR3)
A varejista de roupas Marisa registrou prejuízo líquido de R$ 6 milhões entre outubro e dezembro do ano passado, revertendo o lucro líquido de R$ 16,7 milhões do mesmo período do ano anterior. Segundo a companhia, o desempenho foi afetado pela queda nas vendas no período. A receita líquida caiu 14,8%, para R$ 673,8 milhões, enquanto as vendas em mesmas lojas (lojas abertas há mais de um ano) recuaram 14,8%.

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No período, houve uma queda de 22,6% nos custos de produtos vendidos, para R$ 338,6 milhões, enquanto as despesas gerais e administrativas aumentaram 7,6%, para R$ 335,2 milhões. A Marisa associou esse aumento a gastos com reoneração da folha de pagamentos e com provisões para pagamento de remuneração sobre resultados, totalizando R$ 8,8 milhões.

Engie (EGIE3)
A geradora de energia Engie Brasil, controlada pela francesa Engie, reportou lucro líquido de R$ 475,6 milhões no quatro trimestre de 2016, o que representa queda de 20,7% ante o mesmo período do ano anterior, disse a empresa nesta quinta-feira.

A companhia, uma das maiores geradoras do Brasil, teve uma geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 824 milhões no último trimestre do ano passado, recuo de 14,8% na comparação com mesmo período do ano anterior.

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Eletropaulo (ELPL4)
A Eletropaulo anunciou que submeteu aos seus acionistas a proposta de migração da companhia para o Novo Mercado da BM&FBovespa. Segundo a companhia, a iniciativa tem três objetivos.

O primeiro é aumentar o nível de governança corporativa e transparência a partir da extensão do direito de voto a todos os acionistas. O segundo é “aumentar a capacidade de investimento necessária para fomentar o seu crescimento, na medida que facilita novas captações pela companhia e espera-se que reduza seu custo de capital”.

Por fim, a Eletropaulo também espera “potencializar a liquidez das ações negociadas publicamente pela companhia, por meio da consolidação da negociação dos valores mobiliários exclusivamente em ações ordinárias, aumentando a atratividade para novos investidores”.

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A empresa informou ainda que dará início à preparação da documentação a ser apresentada aos órgãos reguladores competentes, incluindo a proposta de reforma do Estatuto Social da companhia para adequá-lo às exigências do Regulamento de Listagem do Novo Mercado.

Uma vez concluídas as tratativas, a Eletropaulo convocará assembleia geral de acionistas e assembleia especial de acionistas preferenciais para deliberar sobre o assunto. A expectativa da administração da companhia é que a migração para o Novo Mercado seja concluída no quarto trimestre de 2017.

Vale lembrar que uma das principais exigências para entrar para o Novo Mercado é que a companhia tenha apenas ações ordinárias (com direito a voto). Neste sentido, a Eletropaulo informou que irá convocar seus acionistas para aprovar a conversão dos papéis PN em ON, sendo que quem tiver papéis preferenciais da empresa e  votar contra a conversão, se abstiver de votar ou não comparecer à assembleia especial, poderá pedir o reembolso do que tem investido.

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A companhia divulgou também um plano de investimento de R$ 3,97 bilhões no período 2017-2021. Desse total, R$ 3,542 bilhões serão de recursos próprios e os R$ 428 milhões restantes devem vir de projetos financiados por clientes.

A companhia de eletricidade divulgou também um plano de produtividade, que prevê reduzir em R$ 200 milhões seus custos operacionais em 2017 em relação ao ano passado e outros R$ 150 milhões de economia em 2018.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.