Fibria vê demanda por celulose positiva, mas incerteza sobre novo reajuste de preços

"Temos demanda alta e elevação de preços (...) Isso indica retomada. Mas achamos que a questão da oportunidade de mais um aumento de preço não está definida", disse o presidente-executivo da companhia

Reuters

(Divulgação/Cemig)

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SÃO PAULO (Reuters) – A Fibria avalia que a demanda por celulose está positiva, mas prefere aguardar mais tempo antes de se decidir por um novo reajuste nos preços do insumo necessário para a produção de papel, afirmou o presidente-executivo da companhia, Marcelo Castelli, nesta segunda-feira.

“Temos demanda alta e elevação de preços (…) Isso indica retomada. Mas achamos que a questão da oportunidade de mais um aumento de preço não está definida. Estamos fazendo leitura de mercado”, disse o executivo em teleconferência com jornalistas.

A empresa anunciou no final de setembro um aumento de 20 dólares na tonelada vendida de celulose para a Ásia, mas, segundo Castelli, o aumento que entraria em vigor a partir de 1º de outubro ainda não foi totalmente implementado.

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Na semana passada, a rival Suzano Papel e Celulose, afirmou que estava considerando planos para uma eventual redução de sua produção de celulose em 2017 diante de futuras novas capacidades da indústria que estão sendo preparadas para entrar em operação nos próximos meses. A avaliação da empresa era que uma grande oferta de celulose poderia ter impacto sobre os preços do insumo, algo que destruiria valor para a indústria. O presidente da Suzano, porém, afirmou que a empresa apenas cortaria a produção se entendesse que outras companhias do setor fizeram o mesmo.

Questionado sobre o posicionamento da Suzano, Castelli comentou: “Não acredito que uma empresa sozinha conseguiria fazer alguma mudança drástica no mercado, precisaria de algo um pouco maior”, afirmou o executivo aos jornalistas.

“A Fibria não pretende parar (…) Somente em alguns casos específicos é que poderíamos considerar isso”, disse o executivo. “Já fazemos gestão de capacidade. Não vamos tomar nenhuma decisão que não agregue valor”, acrescentou.

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Castelli citou que nos próximos meses cerca de mais 8 milhões de toneladas de capacidade de celulose devem entrar no mercado global. A própria Fibria espera concluir no final de 2017 expansão de 2 milhões de toneladas de capacidade em que está investindo 7,5 bilhões de reais, projeto conhecido como Horizonte 2.

Além da Fibria, a Asia Pulp & Paper está preparando para os próximos meses a entrada de uma unidade na Indonésia com capacidade para 2,5 milhões de toneladas no próximo ano. A expectativa era que a fábrica entrasse em operação no final deste ano, mas Castelli comentou que o “mercado já entendeu que o Projeto Oki (como é conhecida a expansão da APP) não entra neste ano.

Mais cedo, a Fibria divulgou lucro de 32 milhões de reais para o terceiro trimestre ante prejuízo de 601 milhões no mesmo período de 2015.

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As ações da companhia exibiam alta de 1,6 por cento às 12:36, enquanto o Ibovespa mostrava ganho de 0,22 por cento.

(Por Alberto Alerigi Jr.)