Fibria obtém grau de investimento; greve na Petrobras e 4 resultados agitam a noite

Confira os principais destaques corporativos da noite desta terça-feira (3)

Rodrigo Tolotti

Setor de papel e celulose (Shutterstock)

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SÃO PAULO – A volta do feriado seguiu agitada na Bolsa, com o Ibovespa registrando sua maior alta de 2015 diante de um agitado noticiário corporativo. Encerrado o pregão, as notícias continuam e a temporada de resultados volta ao centro das atenções, sem deixar de destacar ainda novidades sobre a Fibria e Petrobras. Confira os destaques:

Fibria (FIBR3)
A Fibria, maior fabricante de celulose de fibra curta do mundo, conseguiu nesta terça o grau de investimento pela agência de classificação de risco Moody’s. A nota acima do grau especulativo da agência era a única que faltava para a companhia, que já tinha sido elevada em fevereiro de 2014 pela Fitch e abril de 2015 pela Standard & Poor’s.

A Moody’s atribuiu rating em escala global “Baa3” e escala nacional “Aaa.br”, com perspectiva estável, à companhia. Antes, a Fibria era classificada com notas “Ba1” e “Aa2.br” nas mesmas escalas.

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“A elevação reflete, principalmente, a abordagem disciplinada da Fibria em relação à alavancagem e liquidez, e sua habilidade de consistentemente reduzir os índices de alavancagem ao mesmo tempo em que mantém uma sólida posição de liquidez, além de nossa expectativa de que a companhia continuará se beneficiando da depreciação do real e do suporte dos preços de celulose de fibra curta nos próximos 12 a 18 meses”, disse Barbara Mattos, vice-presidente e senior credit officer da Moody’s.

Multiplus (MPLU3)
A Multiplus, empresa de programas de fidelidade controlada pela TAM, registrou no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 144,75 milhões, uma alta de 66,9% se comparado com o mesmo período de 2014. Já a receita líquida subiu 20,5% para R$ 384,5 milhões, enquanto a receita bruta avançou 21,3% para R$ 649,145 milhões.

Os pontos emitidos entre julho e setembro recuaram 9,6%, enquanto os resgates cresceram em 2%. Segundo a Multiplus, a emissão de pontos foi impactada pela desaceleração econômica e menor demanda de viagens corporativas. Enquanto isso, a receita financeira atingiu R$ 99,2 milhões, uma forte alta de 177,9% que um ano antes. De acordo com a companhia, essa performance aconteceu em razão de recente alocação de parte do caixa da companhia em fundos cambiais ligados a dólar.

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TIM (TIMP3)
A companhia de telefonia TIM Participações reportou um lucro líquido de R$ 356,47 milhões no terceiro trimestre, ficando praticamente estável com os R$ 348,33 milhões de um ano antes. Apesar disso, a receita líquida da companhia recuou 15,2%, passando de R$ 4,85 bilhões para atuais R$ 4,12 bilhões. Já o Ebitda teve leve queda de 2,7%, atingindo os R$ 1,30 bilhão, contra R$ 1,33 bilhão no mesmo período de 2014.

“Com a pressão do cenário macroeconômico, o atingimento de um nível próximo à saturação no número de linhas de voz no país e a substituição acelerada de voz por dados e mensagens, confirmamos a nossa previsão quanto ao início de um processo significativo de consolidação no número de múltiplos SIM cards pré-pagos”, disse o CEO da companhia, Rodrigo Abreu.

Marcopolo (POMO4)
A fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo quase zerou o lucro do terceiro trimestre, em um resultado impactado pela crise do mercado automotivo brasileiro e impacto da variação cambial sobre a dívida em dólar. A companhia teve lucro líquido de R$ 8 milhões no terceiro trimestre, queda de 86% sobre sobre o resultado positivo obtido um ano antes.

O resultado foi divulgado no mesmo dia em que a companhia informou que está mantendo tratativas para incorporar os 55% restantes da rival Neobus, em uma operação em ações avaliada em cerca de R$ 30 milhões segundo os preços de fechamento desta terça-feira. A empresa também cancelou mais uma etapa de pagamento de juros sobre capital próprio a acionistas.

A Marcopolo apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 50,6 milhões, queda de 41% sobre o terceiro trimestre do ano passado. A receita líquida da companhia recuou 26,7% no trimestre passado sobre o mesmo período de 2014, para R$ 658,6 milhões. A produção da Marcopolo, enquanto isso, despencou 49%, para 2.601 ônibus, entre julho e setembro.

Mais cedo, a associação de concessionários de veículos Fenabrave informou que as vendas de ônibus novos no Brasil em outubro despencaram 29% sobre setembro e cerca de 67% sobre o mesmo mês de 2014, para 1.091 unidades. No ano, o setor acumula queda de cerca de 34%, a 17.648 ônibus.

BR Properties (BRPR3)
A BR Properties encerrou o período entre julho e setembro com lucro líquido ajustado de R$ 32,14 milhões, uma queda de 49% ante os R$ 62,57 milhões de um ano antes. Segundo a companhia, a queda é explicada “pela perda de receita de aluguel resultante das vendas de ativos ocorridas nos últimos 12 meses, além da maior despesa financeira líquida em decorrência do aumento na taxa de juros no Brasil”.

Já a receita líquida da companhia ficou praticamente estável, a R$ 187,05 milhões, enquanto o Ebitda ajustado recuou 3%, para R$ 164,91 milhões. Considerando os efeitos não caixa da desvalorização cambial sobre o bônus perpétuo denominado em dólar, e do desconto aplicado nas vendas de propriedades anunciadas no trimestre, a BR Properties registrou um prejuízo líquido de R$ 412,5 milhões no acumulado de 2015.

Petrobras (PETR3; PETR4)
A greve de trabalhadores da Petrobras interrompeu ou reduziu a produção de petróleo em diversas plataformas desde domingo, segundo informações de sindicatos, mas até o momento não afetou a operação de refinarias nem o abastecimento de combustíveis no país, informaram fontes à Reuters.

Na Bacia de Campos, o movimento grevista atinge atualmente 45 unidades marítimas da estatal, entre plataformas, sondas de perfuração e Unidade de Manutenção e Serviço (UMS), segundo levantamento do Sindipetro Norte Fluminense (Sindipetro-NF).

Das 45 unidades em greve, 29 estão com as atividades completamente paralisadas (26 plataformas e 3 UMS), outras sete estão com produção restrita e nove tiveram a operação assumida por equipes de contingência da Petrobras. Os sindicatos ainda não conseguiram contabilizar os impactos na produção nesta terça-feira, segundo explicou o diretor de comunicação do Sindipetro-NF, Tezeu Bezerra.

Entretanto, o sindicato havia estimado que a greve reduziu a extração em 500 mil barris de petróleo entre domingo e segunda-feira, o equivalente a cerca de 25 por cento da produção diária da estatal.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou nesta terça-feira que, no momento, não há risco de desabastecimento. “Caso haja, a ANP tomará as medidas cabíveis”, afirmou a agência em nota.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.