Fibria e Suzano rebaixadas de novo e mais 5 recomendações; Eletrobras faz apelo ao Congresso; Petrobras e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta sexta-feira (1)

Lara Rizério

Setor de papel e celulose (Shutterstock)

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SÃO PAULO – Dezembro começa bastante movimentado no radar corporativo, com destaque para as diversas recomendações de ações, OPA da CPFL, Eletrobras pedindo pressa para ser privatizada, entre outros destaques. Confira abaixo no que se atentar na sessão desta sexta-feira (1):

Recomendações

O radar de recomendações é bastante movimentado. Após o Santander, foi a vez do Credit Suisse reduzir a recomendação para Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB3) de compra para manutenção. O preço-alvo para Fibria foi reduzido de R$ 60 para R$ 48 e o de Suzano foi reduzido de R$ 24 para 20. 

A percepção mais negativa ocorre em meio à viagem dos analistas do setor à China, apontando uma percepção mais negativa para o preço de celulose no curto prazo, podendo ter uma queda já no primeiro trimestre de 2018. “Agora esperamos preço em 2018 de US$ 646 a tonelada versus US$ 749 antes, antes de recuperar em 2019-2020.

A recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 21 foram mantidos para a Klabin.  “Nossa visão estrutural de longo prazo continua positiva, com a restrição de papel reciclado e a conversão de algumas plantas da China, mas isso não deve ser rápido suficiente para compensar o aumento de oferta no primeiro semestre do ano que vem e menores preços de celulose. Por outro lado, dada as incertezas do mercado com reforma da previdência e eleições em 2018, o setor pode acabar se beneficiando caso tenha algum stress no câmbio e o real desvalorize”. 

Já a Alliar (ALLR3) foi iniciada como manutenção por HSBC, a Fleury (FLRY3) foi iniciada como compra por HSBC, assim como Hermes Pardini (PARD3), enquanto a Randon (RAPT4) foi rebaixada a manutenção pelo Santander. 

Os analistas do Bradesco BBI, por sua vez, elevaram a recomendação para os papéis da BR Malls (BRML3) de “neutra” para “outperform”, com o preço-alvo saltando de R$ 15 para R$ 16.

Carteira do Ibovespa

A primeira prévia da carteira do Ibovespa que irá vigorar entre janeiro e abril de 2018 conta com três novidades: as ações da Fleury (FLRY3), Iguatemi (IGTA3) e Magazine Luiza (MGLU3), informou a B3 na manhã desta sexta-feira.

Nenhuma ação foi excluída do índice, mas a ação PNA da Suzano (SUZB3) foi substituída pela ação ON devido à conversão das ações. 

A segunda prévia será divulgada em 18 de dezembro e  a última prévia em 28 de dezembro. 

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras informou que em Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas, realizada nesta quinta-feira, 30, foi aprovada a reforma do estatuto social da companhia nos termos da proposta da diretoria executiva, com as modificações sugeridas pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) e pelo Tesouro Nacional. As mudanças fazem parte da Lei nº 13.303 (Lei das Estatais), que estabeleceu o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Houve alteração no artigo 32, parágrafo 4º, que passou a ser redigido da seguinte maneira: “O Conselho de Administração deverá ser composto, no mínimo, por 30% (trinta por cento) de membros independentes, respeitando-se o critério de independência mais rigoroso, em caso de divergência entre as regras da Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, e do Regimento do Programa Destaque em Governança de Estatais da Brasil, Bolsa, Balcão S/A (B3).”

 
Outra alteração ocorreu no artigo 36, XXXI: “aprovar o regulamento de pessoal e estabelecer o quantitativo de funções de confiança da administração superior da Eletrobras, nos termos do inciso II, do art. 62 deste Estatuto, bem como de suas controladas”. Também houve mudança no artigo 47, VII: “submeter à aprovação do Conselho de Administração propostas sobre planos que disponham sobre admissão, carreira, acesso, vantagens e conduta para os empregados da Eletrobras.”

Ao convocar a assembleia, em outubro, a Eletrobras lembrou que, entre outras disposições, a Lei das Estatais instituiu a necessidade de criação de órgãos internos e o estabelecimento de regras específicas de governança corporativa para as sociedades por ela regidas, que por sua vez, para serem atendidas, necessitam de previsão estatutária. A estatal ressaltou ainda que adicionalmente, corroborando para o aprimoramento das práticas de governança nas companhias controladas, direta ou indiretamente, pelos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), a B3 desenvolveu o “Programa Destaque em Governança de Estatais”, que estabelece medidas de governança corporativa a serem adotadas pelas Estatais que voluntariamente a ele aderirem, tendo acompanhamento periódico no mínimo anualmente.

“Pretende-se alinhar o Estatuto Social da Eletrobras à legislação em vigor, notadamente a Lei das Estatais, e aprimorar as práticas de Governança Corporativa, em especial aquelas previstas no ‘Programa Destaque em Governança de Estatais’ da B3”, disse a empresa.

Já em entrevista ao Valor, o presidente da Eletrobras Wilson Ferreira Jr pediu pressa ao Congresso para aprovar projeto e permitir privatização em 2018. Segundo ele, a emissão de capital da Eletrobras será uma das dez maiores operações do tipo no mundo no próximo ano. “Isso não é uma coisa que interessa apenas à Eletrobras, apenas ao governo ou apenas aos consumidores. Isso interessa a todos. Espero que essa convergência de interesses chame a atenção dos nossos representantes eleitos [no Congresso]”, disse ele na entrevista. 

Petrobras (PETR3; PETR4)
A estatal informou que apresentou à ANP (Agência Nacional de Petróleo) nesta quinta-feira a declaração de comercialidade da acumulação de petróleo localizada na porção noroeste do bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos. A denominação sugerida para o novo campo é Mero e o volume recuperável total estimado é de 3,3 bilhões de barris de óleo. O consórcio, liderado pela Petrobras (com participação de 40%) planeja dar continuidade à fase exploratória do restante da área de Libra, com prazo estendido por 27 meses.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil terá quase R$ 7 bilhões extras para emprestar livremente aos clientes. O espaço para as novas operações foi criado ontem pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que alterou a destinação dos recursos depositados nas cadernetas de poupança rural, segmento em que o BB tem 92% do mercado.

A decisão reduziu o direcionamento obrigatório dos depósitos da poupança rural para o crédito do campo, de 65% para 60%. Ao mesmo tempo, aumentou a fatia que pode ser aplicada livremente, de 14% para 19%. A medida foi tomada porque há recursos excedentes na oferta de financiamento rural diante da maior captação em outras duas fontes: depósitos à vista e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

O CMN também fixou pela primeira vez o limite global para as operações de crédito bancário com órgãos e entidades do setor público em 2018. O limite será de R$ 24 bilhões, sendo até R$ 17 bilhões em operações com garantia da União e R$ 7 bilhões sem garantia. O limite leva em conta as metas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e não gera impacto fiscal para a União. Em 2017, o limite foi de R$ 17 bilhões com garantia e R$ 3 bilhões sem garantia.

O CMN também alterou as regras de aplicação de fundos de pensão brasileiros no exterior. A resolução faz parte do esforço do governo brasileiro em promover a liberalização dos fluxos de capitais, tendo em vista a candidatura de ingresso do Brasil na OCDE. 

CPFL (CPFE3)
O leilão de oferta pública para aquisição de ações (OPA) da CPFL Energia, realizado pela chinesa State Grid, teve adesão de 88,46% das ações que eram objeto da operação. Foram 408.447.534 ações ON negociadas, ao preço unitário de R$ 27,69. O leilão movimentou R$ 11,309 bilhões.

Em comunicado ao mercado, a CPFL Energia disse que State Grid, em conjunto com ESC Energia, passa a deter aproximadamente 94,8% do capital total após a operação. 

PDG (PDGR3)

Após nove meses de negociação, a incorporadora PDG aprovou na quinta-feira seu plano de recuperação judicial, que envolve quase R$ 6 bilhões em dívidas. O plano definiu como será o pagamento aos credores, em especial os bancos, que detêm 80% dos débitos. A situação para quem ainda espera pela entrega de um imóvel, no entanto, é incerta.

A retomada das obras não foi tratada no plano e depende de uma nova rodada de negociação com bancos. Há 19 empreendimentos inacabados. Para terminá-los são necessários R$ 730 milhões – dinheiro que a PDG não tem. Uma fonte próxima à empresa diz que são boas as chances de um acordo para financiar os empreendimentos, já que grande parte está com mais de 80% das obras concluídas. Há incerteza, porém, se haverá recursos para os que estão em estágio inicial ou ainda nem começaram a sair do chão.  

Os clientes que compraram imóveis na planta terão de discutir a conclusão do negócio diretamente com a empresa, fora do processo de recuperação judicial. Já existem comissões organizadas de adquirentes, que tentam transferir o empreendimento da PDG para outra construtora. Muitos dos compradores já entraram com ações na Justiça contra a empresa.

Dos 19 empreendimentos inacabados da PDG, só três estão incluídos na recuperação judicial. Os demais ficaram de fora, a pedido dos bancos, porque têm patrimônio de afetação – uma espécie de poupança para garantir o término do empreendimento. No entanto, como a PDG sofre com prejuízos milionários há muitos anos, o advogado Hamilton Quirino – que representa um grupo de compradores de um projeto da PDG, o Niemeyer Monumental – diz que o dinheiro nem sempre existe na prática. No caso do empreendimento localizado em Niterói (RJ), quase nada sobrou em caixa dos R$ 49 milhões pagos pelos clientes. Agora, os consumidores tentam se unir para repassar o projeto a outra incorporadora.

 A PDG depende da venda de ativos para pagar seus credores. O problema é que a conta não fecha. Enquanto a dívida beira R$ 6 bilhões, estima-se que o estoque de terrenos e imóveis da companhia valha R$ 2,3 bilhões, contando obras prontas e inacabadas. O plano prevê que o dinheiro levantado com vendas vá para os bancos, mas só depois de a PDG bancar despesas para seguir operando, quitar dívida trabalhista e uma pequena parcela do que deve aos credores sem garantia (R$ 88 milhões, divididos em um pagamento individual máximo de R$ 35 mil). Em todos os casos, o prazo máximo para quitação é de 180 dias.

“Com a aprovação do plano, a PDG poderá voltar à normalidade no pagamento de suas despesas. Isso é importante para que ela volte a operar”, disse Eduardo Munhoz, advogado responsável pelo plano de recuperação judicial da PDG. Considerada a complexidade do caso, que envolve 23 mil credores, o tempo de negociação foi curto. “Temos um número mínimo de brigas e de contencioso.” Apesar de a companhia ter muitos problemas a resolver ao longo de 2018, o presidente da PDG, Vladimir Ranevsky, afirma que a incorporadora será capaz de voltar a lançar novos empreendimentos imobiliários a partir de 2019 – esse prognóstico é visto como excessivamente otimista por fontes próximas à companhia, uma vez que a dívida é muito superior aos ativos. 

 Cemig (CMIG4)

A Cemig adquiriu ações da Lepsa e da RME por R$ 1,02 bilhão  detidas pelo BB-BI, BV Financeira e pelo Santander Brasil, disse a companhia em fato relevante. Com a aquisição, Cemig amplia participação na RME de 66,27% para 75% do capital total
A empresa manteve participação de 50% no capital votante. A fatia da Cemig na Lepsa passou de 66,62% para 100% do capital votante e total. 

Restoque (LLIS3)

O Conselho da Restoque aprovou a fixação do preço por ação de R$ 30 em sua oferta primária de ações, segundo comunicado ao mercado. A companhia emitiu 4,94 milhões de novas ações ordinárias, elevando o capital social para R$ 417 milhões. A opção de lote suplementar não foi exercida. As ações foram precificadas abaixo da faixa indicativa de R$ 38,50 a R$ 42,50.

Prumo (PRML3)

O laudo de avaliação da Prumo, elaborado pela Brasil Plural e atualizado de acordo com a data-base do ITR do 3º trimestre de 2017, indica R$ 9,94 por ação como valor econômico e justo das ações da companhia com a faixa de preço variando entre R$ 9,44 a R$ 10,44 por ação, segundo comunicado.

Em 14 de novembro, a CVM suspendeu análise da Oferta de ações para cancelamento de registro e saída da Prumo Logística do Novo Mercado da B3 para que fosse feita atualização do laudo de avaliação. A CVM definiu que após a disponibilização do laudo de avaliação atualizado deverá ser reaberto prazo de 15 dias para que acionistas possam requerer a convocação de assembleia especial para deliberar sobre a realização de nova avaliação. 

Rumo (RAIL3)

A Rumo informou que não existe oferta vinculante da CCCC por Malha Sul. A companhia ratifica que constantemente conduz estudos e avalia oportunidades dentro de seu plano de negócios, mas que não existe nenhuma oferta vinculante a respeito do assunto tratado na matéria”, diz Rumo em resposta a pedido de esclarecimento sobre reportagem envolvendo participação na Malha Sul.

Em 29 de novembro, O Estado de S. Paulo disse que gigante chinesa CCCC quer comprar participação na Malha Sul. A companhia asiática estaria disposta a fazer aporte de capital de R$ 2 bilhões no ativo e a investir mais R$ 6 bilhões em 10 anos. 

Magnesita (MAGG3)

AGE (Assembleia Geral Extraordinária) da Magnesita aprovou, entre outros assuntos, a escolha, dentre uma lista tríplice, da BR Partners Assessoria Financeira como responsável pela elaboração do laudo de avaliação das ações no âmbito da oferta pública de aquisição das ações ON visando o cancelamento de registro de cia. aberta e saída do Novo Mercado, segundo comunicado.

A OPA poderá ser “eventualmente lançada pelo acionista controlador da companhia e unificada com a oferta pública obrigatória de aquisição de até a totalidade das ações ordinárias de emissão da companhia em razão da alienação do controle da companhia”, segundo o comunicado. 

(Com Agência Estado) 

 

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.