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SÃO PAULO – O Federal Reserve, autoridade monetária norte-americana, tem como premissa básica tornar a sua mensagem bastante clara para aqueles que não falariam a “mesma língua que ele”, tornando assim a ressaltá-la por diversas vezes. A mensagem é de que a política monetária do país será expansionista o quanto for preciso, até que a economia apresente recuperação.
Entretanto, apesar das diversas sinalizações de que fará a manutenção desta política, os dados econômicos norte-americanos não parecem responder a essas mudanças, de acordo com os economistas da First Trust Advisors, Brian Wesbury, Robert Stein e Strider Elass. O PIB (Produto Interno Bruto) real da maior economia do globo cresceu 2,4% em 2010, 2% em 2011, e depois desacelerou mais ainda, para 1,75% neste ano – de acordo com as estimativas.
Então, o que o Fed deve fazer, segundo os economistas? Na semana passada, a autoridade monetária realizou outro programa de flexibilização monetária, deixando cada vez mais clara a impressão, segundo Wesbury, Stein e Elass, que a injeção de capital continuaria. O Federal Reserve já realizou injeções de capital de US$ 900 bilhões para US$ 2,8 trilhões, tendo pouco impacto. Então, por que um programa de flexibilização maior, de US$ 4 trilhões, faria alguma diferença?
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Entretanto, apontam Wesbury, Stein e Elass, o Quantitative Easing não funcionou. Os bancos responderam aos estímulos aumentando excessivamente as suas reservas, segurando ativos ao invés de emprestá-los e impedindo que o efeito multiplicador do dinheiro fizesse a sua”magia”. Na verdade, apontam os economistas, excluindo o excesso de reservas, o Fed tem menos ativos do que no final de 2008, quando houve o colapso do Lehman Brothers.
Além disso, a relação entre preço e lucro por ação é menor hoje do que em 2007. “Então, observa-se que não se deve comprar o argumento de que os programas de QE levantaram o mercado de ações”, apontam os economistas, avaliando que o que realmente impulsionou os preços mais altos foram os lucros crescentes das companhias.
Aperto monetário não é razão para crescimento morno
“A razão para que os programas de flexibilização monetária não tenham funcionado não é a falta de clareza do Fed sobre as suas intenções, mas porque o aperto monetário não é a razão para o crescimento econômico morno no país”, apontam os economistas.
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Assim, a falta de liquidez na economia dos EUA não é o problema, e sim a enorme expansão do governo e asua incapacidade de resolver reinvidicações de longo prazo, avaliam. Os gastos excessivos estão tirando o potencial de crescimento da economia, assim como as expectativas de maiores impostos no futuro.
O único fator positivo sobre o anúncio da semana passada, apontam os economistas, é que o Federal Reserve disse quando interromperá os seus programas. Quando a taxa de desemprego cair para um patamar entre 6,5%, a perspectiva é de um aumento nas taxas básicas, o que deve ocorrer em meados de 2014 segundo os economistas e não em 2015, como o Fed projeta.
Com isso, apontam, talvez o Fed deva parar com estas políticas e deixem de forçar algo do qual eles não podem ser responsáveis. “É o excesso de gastos e de regulamentação que está mantendo a recuperação tão lenta, não as falhas de comunicação do Fed”, concluem os economistas.