Faturamento industrial cai em setembro e abre dúvida sobre recuperação

Recuperação está mais lenta do que se imaginava, mas pelo menos está havendo reversão", diz gerente-executivo de pesquisa da CNI

Reuters

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BRASÍLIA – O faturamento real da indústria brasileira caiu 1,7 por cento em setembro, quando comparado com agosto, em mais um movimento que mostra uma recuperação mais lenta da atividade do que se esperava, informou nesta quarta-feira a CNI (Confederação Nacional da Indústria).

“A recuperação está mais lenta do que se imaginava, mas pelo menos não está havendo reversão”, afirmou o gerente-executivo de pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, acrescentando que isso ocorre porque a crise internacional ainda deixa os empresários cautelosos.

O dado reflete a queda acentuada na produção industrial de setembro, de 1 por cento, e coloca um ponto de interrogação sobre a capacidade do setor, um dos mais afetados pela crise internacional, de ganhar força para sustentar o crescimento da economia de 4 por cento anualizados no último trimestre do ano como espera o governo.

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Em agosto, o faturamento da indústria havia subido 4,8 por cento sobre o mês anterior, conforme a pesquisa Indicadores Industriais da CNI, que mostrou ainda que as horas trabalhadas na produção registrou queda de 0,7 por cento em setembro, também depois de apresentar crescimento de 0,9 por cento em agosto.

Outro dado que mostra o momento mais complicado da indústria é a estabilidade da utilização da capacidade instalada em 80,9 por cento em setembro, conforme dados dessazonalizados. Em setembro do ano passado, essa variável –considerado um indicador de potenciais pressões inflacionárias– estava em 81,6 por cento.

RECUPERAÇÃO LIMITADA

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A CNI espera uma leve melhora nos indicadores em outubro, mas ainda não consolidada, já que pode ser revertida no mês seguinte. A expectativa para o mês passado leva em conta dado pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI), que mostrou que a produção industrial registrou expansão em outubro sustentada pelo aumento no volume de novos pedidos.

“Está havendo uma recuperação no ajuste de estoques e uma melhora na confiança do empresário. A situação está melhorando lentamente, mas a queda em setembro chama a atenção que não está melhorando tão rápido”, afirmou Fonseca, lembrando que dezembro e janeiro são meses mais fracos para a indústria.

O dado mais fraco de setembro colocou em dúvida o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) para 2012, de acordo com a CNI. O coordenador dos Indicadores Industriais, Marcelo de Ávila, afirmou que a depender do desempenho do terceiro trimestre da economia, poderá haver uma redução da previsão de crescimento para este ano de 1,5 por cento.