Faturamento das empresas em 2005 fica pouco acima das projeções de analistas

Comparação entre projeções e receitas efetivas de 65 empresas indica simetria entre boas e más surpresas e alto índice de acertos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Encerrada a temporada de publicação dos resultados corporativos de 2005, vale a pena fazer um balanço do desempenho das empresas, assim como dos analistas que cobrem o mercado. Afinal de contas, atualmente o mercado reage muito mais ao desvio entre o resultado apresentado e as projeções do que aos números efetivamente divulgados pelas empresas.

A InfoMoney organizou os dados de faturamento de 65 companhias não-financeiras de capital aberto e os comparou com a média das projeções de corretoras e bancos de investimento. Como principal impressão, a de que as estimativas traçadas não fugiram muito das receitas observadas no ano passado. Indício de que, ao menos na média, as projeções dos analistas ficaram em linha com o cenário corporativo.

Simetria e proximidade

Da amostra descrita de 65 empresas, 33 (ou 51% do total) registraram faturamento superior às expectativas, e 32 (ou 49%) decepcionaram. A simetria descarta hipóteses de um viés significativo por parte das corretoras e bancos, para cima ou para baixo.

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Outro bom indicativo para os analistas está no grau de diferença entre o observado e o verificado. Essa variação não passou de 2% para mais ou menos em 52 das companhias monitoradas, o que corresponde a um grau de acerto bastante aceitável para 80% das projeções. O desvio máximo ficou entre 6% e 7%, para apenas três empresas.

É importante ressaltar que a aderência constatada está ligada ao perfil das projeções. As estimativas de receita anual têm como incógnita apenas o quarto trimestre, posto que os demais já eram conhecidos do mercado; isso alivia o peso de eventuais variações.

Destaques

Os analistas parecem ter avaliado com bastante rigor os fundamentos de AmBev, Embratel e Usiminas. Para elas, a diferença entre o efetivo e o projetado ficou entre 0,03% e 0,06%. Na prática, um acerto praticamente inquestionável.

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Já como exceção à correlação geral entre dados efetivos e expectativas, as surpresas negativas ficaram com Grendene, Santista Têxtil e Cemig. Nesses casos, as receitas ficaram abaixo da média dos analistas consultados pela InfoMoney em 6,5%, 6,2% e 3,4%, sugerindo algumas surpresas em relação ao cenário básico das corretoras e bancos.

Por outro lado, Coelce (+7,0%), Fosfértil (+5,7%) e Confab (+5,38%) foram as companhias que superaram de forma mais significativa as projeções dos analistas consultados. Também as duas maiores empresas brasileiras – Petrobras e Vale do Rio Doce – surpreenderam positivamente. No caso da petrolífera, a variação foi de 3,3%; no da mineradora, 1,5%.

Receitas superaram o esperado

Como idéia final, a comparação dos totais formados a partir das 65 projeções resulta em uma leve variação positiva de 1,20% em relação aos dados efetivos. Ou seja, de forma geral, os analistas foram bem sucedidos em suas projeções de receitas, embora o desempenho das empresas neste indicador tenha ficado um pouco acima do esperado.