Fator espera alta no volume de vendas de cigarros da Souza Cruz no 3º trimestre

Entretanto, analistas afirmam que ações já estão precificadas e mantêm recomendação dos papéis como "não atraente"

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SÃO PAULO – Apesar de esperar um aumento no volume de venda de cigarros no terceiro trimestre, a Fator manteve a recomendação de “não atraente” para ações da Souza Cruz (CRUZ3). Em relatório, os analistas Renato Prado e Ronaldo Kasinsky afirmam que os papéis da empresa já se encontram totalmente precificados e, com isso, não devem refletir essa variação positiva nos volumes.

“Não deveremos observar viés na base de comparação anual decorrente do aumento de tributos ocorrido em 2009, diferentemente do que ocorreu no trimestre anterior”, escreve a dupla em relatório, lembrando que no segundo trimestre de 2009 o governo federal aumentou as alíquotas de IPI, PIS e Cofins do setor de cigarros.

“Tendo em vista a perspectiva de elevação tributária, a Souza Cruz aumentou os preços das diversas classes de cigarros no início de abril de 2009. Portanto, o resultado do 2T10 apresentou margem bruta inferior àquela observada no 2T09, pois houve o recolhimento dos tributos que foram elevados durante todo o período, diferentemente do que ocorreu no mesmo período de 2009”, escrevem.

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No terceiro trimestre, a expectativa é de um crescimento de 2,5% no volume de venda de cigarros. A receita líquida de cigarros também deve avançar 2,5% na base anual, enquanto a receita líquida consolidada deve subir 1,3% no terceiro trimestre, “basicamente em função do referido aumento no volume de vendas de cigarro no mercado interno”, explicam os analistas em relatório.

Assim, a receita líquida deve ficar em R$ 1,444 bilhão, e o lucro líquido da empresa é estimado em R$ 368 milhões. “Estimamos ganho de 2,1 p.p. na margem Lajida em relação ao 3T09 basicamente em função de ganho de margem bruta decorrente de queda no preço de aquisição de fumo”, aponta a Fator em relatório.

Cabe lembrar que os resultados trimestrais da Souza Cruz são esperados para o dia 5 de novembro, próxima sexta-feira.

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Cenário macro
Os analistas também avaliam o cenário macroeconômico do terceiro trimestre que dá base aos números da empresa no período. “De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio, com dados atualizados até agosto de 2010, o segmento de ‘Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo’ cresceu 11,0% (volume) e 13,1% (receita) no mês de julho de 2010 (na base anual) e 7,2% (volume), e 9,3% (receita) no mês de agosto de 2010 (também na comparação anual)”, explicam em relatório.

O crescimento da massa salarial, o baixo nível de desemprego e a concentração das receitas no mercado interno também são considerados na avaliação dos números da empresa. “Os indicadores macroeconômicos que influenciam o desempenho do comércio varejista continuaram a registrar melhoras significativas no 3T10 e contribuíram para o bom desempenho das atividades do setor”, afirma a dupla em relatório.