Exportadoras caem até 5% com Yellen, Petrobras sobe 4% e Estácio salta 5%

Ainda entre os destaques esteve a Equatorial, que fora do Ibovespa disparou 6% após notícia de que quase 10% da companhia trocarão de "mão" nesta terça

Paula Barra

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SÃO PAULO – A terça-feira (24) foi positiva para a Bolsa, que ontem fechou na estabilidade. O Ibovespa encerrou a sessão com alta de 1,16%, a 51.874 pontos. Nos destaques, estiveram os papéis das blue chips Petrobras – que foram beneficiados pela alta do petróleo no exterior (embora tenha virada para alta próximo ao fechamento da Bovespa) – e Vale, que após caírem ontem apresentaram valorização nesta terça. 

No lado negativo, no entanto, estiveram os papéis das exportadoras Fibria e Suzano, que foram prejudicadas pela queda do dólar hoje. A moeda norte-americana fechou com queda de 1,6%, a R$ 2,833 após fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que manteve o discurso que permanecerá “paciente” sobre o início da alta dos juros. Fora do Ibovespa chamaram atenção os papéis da Equatorial, que dispararam após quase 10% da companhia trocar de “mãos” nesta terça. Para ver os principais ganhos e perdas da Bolsa nesta terça, acesse a ferramenta do InfoMoney “altas e baixas” clicando aqui.

Confira abaixo os principais destaques da sessão desta terça-feira:

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Petrobras (PETR3, R$ 9,74, +3,84%; PETR4, R$ 9,86, +3,90%)
As ações da Petrobras tiveram nesta terça sua primeira alta após três sessões seguidas de quedas. O petróleo chegou a operar no positivo nesta sessão, ajudando a puxar uma alta dos papéis, mas viraram para a queda nesta tarde, com o Brent, negociado em Londres, operando com queda de 0,41%, a US$ 58,66, enquanto o WTI, negociado no Texas, registrando queda de 0,36%, a US$ 49,26. Mesmo com a queda da commodity, os papéis da Petrobras fecharam no positivo. 

Vale (VALE3, R$ 22,04, +1,94%; VALE5, R$ 19,14, +2,08%)
As ações da Vale também fecharam com ganhos após forte queda da véspera, quando o Morgan Stanley cortou a recomendação dos papéis da companhia de equal weight (desempenho em linha com a média) para underweight (desempenho abaixo da média). Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,56, +2,73%), holding que detém participações na mineradora.  

Exportadoras
Por outro lado, os papéis das exportadoras Suzano (SUZB5, R$ 11,49, -5,28%) e Fibria (FIBR3, R$ 36,00, -4,00%), ambas do setor de papel e celulose, fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa em meio à desvalorização do dólar, uma vez que essas empresas são prejudicadas com o movimento já que suas receitas são cotadas na divisa. Os papéis da Suzano caíram após subir 21% desde o fechamento do dia 23 de janeiro, enquanto as ações da Fibria acumularam ganhos de 28% no período. 

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Enquanto isso, na contramão estiveram os papéis da Gol (GOLL4, R$ 10,87, +3,43%), que são beneficiados com a queda do dólar, uma vez que o principal produto consumido por elas – o petróleo (para o combustível das aeronaves) é cotado na moeda.

Usiminas (USIM3, R$ 15,89, -1,91%; USIM5, R$ 3,90, +0,52%)
Depois de forte disparada nos últimos dias (de +80% entre 27 de janeiro e 4 de fevereiro), as ações ordinárias da Usiminas passaram a cair. Hoje, as ações USIM3 fecharam em sua sexta queda seguida, acumulando no período desvalorização de 27,58%. Após ter sido marcado para esta terça, o novo capítulo da novela entre a briga da argentina Ternium-Technit e da japonesa Nippon Steel no bloco de controle da Usiminas foi deixado “para depois” após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais ter adiado o julgamento do agravo de instrumento da Ternium, que pedia a volta de três executivos da siderúrgica, destituídos em setembro do ano passado. As informações são do Valor Econômico

Após duas horas de reunião, o desembargador Vicente de Oliveira Silva aceitou o recurso da Ternium, mas os dois outros juízes pediram vistas do processo. Uma fonte ligada a um dos acionistas informou ao Valor que a nova sessão para analisar o caso vai ocorrer daqui a um mês e que, até lá, tudo permanece como está no comando da Usiminas. Vale monitorar o aluguel de ações com USIM5. Segundo a mesa de BTC da XP Investimentos, tinha mais de 690 mil ações emprestadas, batendo 18,85% do free float (ações em circulação no mercado). 

Educação
Depois da forte disparada da véspera, as ações do setor de educação fecharam entre leves altas e baixas hoje: Kroton (KROT3, R$ 12,63, +2,85%), Estácio (ESTC3, R$ 21,35, +5,02%), Anima (ANIM3, R$ 23,40, -0,85%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 14,65, +1,74%). A Kroton teve sua recomendação elevada de market perform (desempenho em linha com a média) para outperform (desempenho acima da média) pelo Bradesco BBI.

O Ministério da Educação publicou nova portaria informando que a partir do próximo ano voltará a efetuar os repasses a cada 30 dias em vez dos 45 dias que será realizado hoje. Agora, o setor reivindicará a derrubada do teto de reajuste da mensalidade escolar. As últimas notícias foram bem positivas para as faculdades privadas, pelo fato de o governo ter recuado nas medidas de restrição ao FIES – esperava-se que o teto do reajuste fosse de 4,5% e que o repasse de recursos continuasse em 45 dias (sendo efetivado em 18 meses em vez do espaço de um ano), mas tivesse uma correção pelo IGP-M das parcelas remanescentes entre um ano e outro, comentou a Guide Investimentos. 

Embraer (EMBR3, R$ 25,60, -2,44%)
O governo da Indonésia ameaça cancelar a compra de aviões da Embraer após a deterioração das relações entre os dois países em função da execução do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, em janeiro. Hoje, as ações da fabricante de aeronave fecharam em queda, entre as principais perdas do Ibovespa. 

Ambev (ABEV3, R$ 18,54, +0,87%)
As ações da Ambev renovaram máxima histórica nesta sessão. Do dia 5 de janeiro para cá, a valorização do papel atinge 18,5%. No radar, o conselho de administração da companhia aprovou o pagamento de juros sobre capital próprio no valor bruto de R$ 0,09 por ação, que após o imposto de renda cai para R$ 0,076. O pagamento será feito no dia 31 de março, considerando as posições dos acionistas em 27 de fevereiro. Vale mencionar ainda que na quinta-feira (26) antes da abertura dos mercados, a produtora de bebidas divulgará seus resultados para o quarto trimestre de 2014.

Equatorial (EQTL3, R$ 27,25, +6,20%) 
Um dos maiores acionistas da Equatorial – que controla as distribuidoras Cemar, no Maranhão, e a Celpa, no Pará – se desfez de quase 10% da empresa em leilão que ocorreu na BM&FBovespa nesta terça-feira (24). Embora o comunicado divulgado pela Bolsa não faça menção de quem tenha sido o acionista, pelo tamanho da venda trata-se de um dos dois maiores acionistas da empresa: o fundo FIC PCP, gerido pela Vinci Partners, ou a Squadra Investimentos.
 

A operação, que ocorreu nesta manhã, tinha como previsão a venda de 5,96 milhões de ações da companhia, conforme comunicou a Bolsa, mas acabou envolvendo 19,47 milhões de papéis, ou 9,8% da empresa, como uma indicação de forte demanda por parte do mercado. Apesar de não ter sido divulgado oficialmente, pelo Profit Chart pode-se observar que o BTG Pactual intermediou a venda desse montante de papéis na Bolsa durante o leilão. A ação iniciou sua negociação na Bovespa hoje às 10h34 (horário de Brasília) por conta da operação. 

PDG Realty (PDGR3, R$ 0,47, +2,08%)
A PDG Realty teve seu rating corporativo reduzido a B3/B1.br pela agência de classificação de risco Moody’s. O que mais preocupa é o nível de endividamento o cronograma de amortização da dívida, com uma concentração grande no curto prazo, este ano, disse a XP Investimentos. A companhia, no final do 3° trimestre de 2014, possuía um caixa de R$ 1 bilhão. E este ano tem R$ 1,78 bilhão de vencimentos. A rolagem da dívida é imprescindível para a companhia. 

Braskem (BRKM5, R$ 12,49, -0,79%)
O mercado continua no aguardo em relação ao contrato de fornecimento de nafta pela Petrobras, sua principal fornecedora. O contrato tem previsão de termino para essa sexta-feira, dia 28 de fevereiro. O acerto considerado mais “factível” pela petroquímica neste momento seria a assinatura de um novo aditivo com duração de 6 meses, o terceiro acordo do tipo assinado entre as empresas. O período seria suficiente para que a nova diretoria da Petrobras analisasse o tema e negociasse com a Braskem uma solução de longo prazo, com custos mais competitivos e prazo de 5 ou 10 anos. 

A companhia defendeu hoje, em encontro com analistas, a necessidade do governo de estabelecer uma agenda de defesa da indústria local, em pararelo às propostas de ajuste fiscal que têm sido apresentadas. 

Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,62, +1,05%)
Foi anunciado ontem à noite o início da reestruturação do alto comando do Itaú e, conforme se espera, Roberto Setúbal deve começar a deixar a direção do Itaú Unibanco. Agora, um trio de diretores comandará o maior banco privado do país: Marcos Bonomi no varejo, Candido Bracher no banco de investimentos e Marcio Schettini na área de tecnologia. Setubal continuará na presidência da holding por mais dois anos. O comitê executivo do banco passará a ser formado por apenas cinco executivos, depois da saída de quatro vice-presidentes, além dos três diretores-gerais acima citados teremos dois vice-presidentes: Eduardo Vassimon e Claudia Politanski. 

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 0,99, +7,61%)
A Brasil Pharma, braço de varejo de farmácias do banco BTG Pactual (BBTG11), estuda colocar redes à venda, apurou o Valor. A companhia, no entanto, nega que suas redes estejam à venda. No ano, as ações da empresa caem 64%. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 82,44, +2,16%)
A Lojas Renner teve recomendação elevada de neutra para overweight (desempenho acima da média) pelo JPMorgan.

Marcopolo (POMO4, R$ 2,54, +4,27%)
A Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus, informou na noite de ontem que seu conselho de administração aprovou hoje o programa de recompra de até 20 milhões de ações preferenciais da companhia, o que representa 3,70% do total das ações em “free float” (em circulação no mercado), em um prazo de 120 dias. O anúncio vinha sendo aguardo pelo mercado. Nos últimos dias, analistas atribuíram a alta das ações de 12% em seis pregões à possibilidade da recompra. A recuperação dos papéis veio após ter batido sua mínima de agosto de 2010 no dia 11 de fevereiro. Segundo a Guide Investimentos, o curto espaço da recompra pode ter um impacto positivo e leva em consideração 9,2 “trading days”. 

Além disso, nesta manhã, a empresa divulgou seu resultado do quarto trimestre. A empresa mostrou queda de 23,3% no lucro líquido de 2014 ante o ano anterior, a R$ 224,1 milhões.