Exército diz que TSE baseou-se em “apuração da imprensa” para tirar coronel de comissão e não nomeará substituto

Em nota, a instituição disse que o movimento se deu de forma "unilateral" e "sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta"

Reuters

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SÃO PAULO – O Exército afirmou em nota divulgada na noite de quarta-feira (10) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) baseou-se em “apuração da imprensa” para retirar o coronel Ricardo Sant’Anna, que disseminou informações falsas sobre as urnas eletrônicas, da comissão de transparência eleitoral da corte e que não indicará um substituto para o militar.

Em nota, o Exército disse ainda que o descredenciamento do coronel da comissão se deu de forma “unilateral” pelo TSE e “sem qualquer pedido de esclarecimento ou consulta ao Ministério da Defesa ou ao Exército Brasileiro”.

“Dessa forma, o Exército não indicará substituto e continuará apoiando tecnicamente o MD (Ministério da Defesa) nos trabalhos julgados pertinentes”, afirma a nota.

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A nota diz ainda que, ao tomar conhecimento da notícia divulgada pelo portal Metrópole de que Sant’Anna, que fez publicações nas redes sociais ecoando alegações falsas e suspeitas sem fundamentos feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sistema eletrônico de votação, o Exército “como usualmente faz nesses casos, buscou esclarecer os fatos antes de tomar quaisquer providências, eventualmente precipitadas ou infundadas”.

“Especificamente em relação ao oficial, cabe destacar que foi selecionado mercê de sua inequívoca capacitação técnico-científica e de seu desempenho profissional”, disse o Exército.

Nesta semana, o presidente do TSE, Edson Fachin, enviou ofício ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, comunicando a retirada do coronel da comissão de transparência eleitoral criada pela corte, após a publicação do Metrópole.

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O então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, que antecedeu Fachin no posto, convidou as Forças Armadas para participarem da comissão de transparência eleitoral, em resposta às constantes alegações falsas feitas por Bolsonaro contra as urnas eletrônicas.

A cúpula dos militares, no entanto, têm endossado as suspeitas sem fundamento feitas por Bolsonaro. Embora algumas das sugestões de mudança feitas pelos militares tenham sido acatadas pelo TSE, o ministro da Defesa tem insistido para que outras –já rebatidas pela Justiça Eleitoral– sejam aceitas.

Recentemente, Nogueira, que é general do Exército, enviou ofício a Fachin com o selo “urgentíssimo” pedindo acesso para os militares ao código-fonte da urna eletrônica. A corte respondeu –e Fachin posteriormente reiterou a resposta– que o acesso ao código foi disponibilizado em outubro do ano passado e segue disponível desde então a qualquer interessado.