Exchange espanhola Bit2Me demite funcionários e praticamente fecha sua operação no Brasil

Corretora havia chegado ao país há apenas cinco meses; executivo brasileiro cita "inverno cripto" como justificativa

Paulo Barros

(Kanchanara/Unsplash)

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Cinco meses após desembarcar no Brasil, a exchange espanhola Bit2Me demitiu praticamente todos os funcionários que tinha no país, afirmou na noite de ontem, por meio das redes sociais, Ricardo Da Ros, que até então comandava a corretora europeia em solo brasileiro.

Com a decisão, a empresa praticamente encerra sua operação local, que agora passa a ser tocada por poucos funcionários diretos, em contato com a sede na Espanha.

Em postagem em sua conta pessoal no LinkedIn, Da Ros cita o “inverno cripto” e diz que, “depois de liderar uma equipe de 30 profissionais talentosos no Brasil na Bit2Me, os ventos frios bateram e tivemos que deixar de lado praticamente a equipe completa”.

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Da Ros apontou ainda que o momento delicado do mercado traz “queda no interesse dos clientes, queda na receita, queda na estabilidade financeira, queda da confiança”, mas ressalta que “isso tudo é normal e faz parte do ciclo”.

A Bit2Me também já não conta com assessoria de imprensa no Brasil. A reportagem entrou em contato com um ex-funcionário brasileiro da corretora, mas ele se recusou a comentar por conta de um contrato de confidencialidade.

A Bit2Me chegou ao mercado brasileiro em abril como a primeira exchange com licença de prestadora de serviços em moeda virtual na Espanha e 1,1 bilhão de euros de volume anual transacionado.

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Em junho, John Izaguirre, responsável pela plataforma de lançamento de projetos da Bit2Me, disse ao InfoMoney que a corretora estava em condições de sobreviver à queda dos mercados e que, no Brasil, se concentrava em “navegar no setor político”, mirando a proposta de regulação em discussão na Câmara.

Izaguirre também anunciou, há duas semanas, sua saída da empresa.

*Uma versão anterior do texto afirmava que a Bit2Me havia fechado suas operações no Brasil, mas a empresa ainda mantém alguns poucos funcionários no país. A matéria foi atualizada.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos