Exchange argentina com operação no Brasil demite 100 funcionários

Empresa disse que os motivos do corte são o ambiente desafiador do setor e a falta de um horizonte claro de recuperação do mercado de capital de risco

CoinDesk

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A Lemon Cash, uma exchange cripto argentina com operação no Brasil, cortou 38% de sua força de trabalho – cerca de 100 funcionários – nesta quinta-feira (24), citando o ambiente desafiador do setor e a falta de um horizonte claro de recuperação no mercado de capital de risco.

Os escritórios da Argentina e do Brasil foram afetados, disse o CEO Marcelo Cavazzoli em entrevista. No início do ano, quando abriu uma filial em território brasileiro, a empresa disse que contrataria 60 pessoas no país até o final deste ano.

“Não sabemos quando o mercado de venture capital vai se recuperar, e menos ainda para uma empresa em estágio de hipercrescimento entre uma série A e uma série C”, disse Cavazzoli.

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O corte da Lemon vem na sequência de demissões feitas por outras empresas do setor. Em setembro, a 2TM, que controla o Mercado Bitcoin, a maior exchange brasileira por valuation, demitiu 15% de sua base de funcionários (cerca de 100 profissionais).

Em maio, a Buenbit, baseada na Argentina, demitiu 45% de sua equipe (cerca de 80 funcionários). A Bitso, uma exchange mexicana, também demitiu 80 colaboradores naquele mês.

Nova estratégia

Em julho de 2021, a Lemon levantou US$ 16,3 milhões em uma rodada de investimento série A liderada pelo fundo britânico Kingsway Capital. A empresa ampliou a rodada, somando US$ 27,8 milhões e elevando o total para US$ 44,1 milhões, disse Cavazzoli.

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“Essa extensão nos dá a espinha dorsal para enfrentar o inverno (cripto) que vemos chegando em nível de investimento”, disse ele. “Não dependemos de mais investimentos para os próximos anos. Se o mercado se recuperar antes, ótimo, mas não é algo que vamos correr atrás.”

A Lemon planejava aplicar quase todo o valor em sua expansão no Brasil, onde abriu operações no início deste ano. Dado o contexto atual, sua entrada no país sul-americano será “mais estratégica e de nicho”, disse Cavazzoli. A corretora colocou os planos de expansão para o Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai até o final de 2022 em segundo plano.

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Em 3 de novembro, após as revelações do CoinDesk, parceiro do InfoMoney, sobre os vínculos financeiros entre a falida exchange FTX e sua empresa-irmã Alameda Reserch, a Lemon retirou quase todos os fundos que investiu na Alameda, deixando apenas uma “pequena quantia” que a FTX Ventures havia investido na Lemon em sua extensão da série A, disse Cavazzoli, acrescentando que não espera recuperar esse dinheiro.

Cavazzoli falou ainda que a Lemon divulgou uma prova de reservas e uma prova de responsabilidades certificadas por um auditor na semana passada, enquanto na quarta-feira (23) adicionou um teste de reserva em seu aplicativo. Em breve, acrescentou o executivo, a Lemon apresentará uma prova de responsabilidade baseada cripto.

Além disso, a plataforma planeja também usar apenas protocolos totalmente descentralizados para seu produto de renda em criptomoedas, permitindo que os usuários escolham sua plataforma preferida para investir seus ativos, disse Cavazzoli.

A empresa, fundada em 2019, tem 1,6 milhão de usuários na Argentina e já emitiu 760.000 cartões cripto pré-pagos.

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