EUA podem barrar empresas da China de suas bolsas – mas caminho para deslistagem é longo

É improvável que o fascínio dos mercados de capitais dos EUA - com sua melhor liquidez e base mais profunda de investidores - desapareça

Bloomberg

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(Bloomberg) — Os Estados Unidos lançaram mais uma flecha contra a China em meio à crescente rivalidade com a esmagadora aprovação do projeto de lei pelo Senado que poderia impedir que empresas chinesas sejam listadas nas bolsas de valores dos EUA. Mas poucos esperam que as corporações chinesas desistam de listagens nos EUA completamente.

A relação entre as duas maiores economias do mundo se deteriorou muito nos últimos meses. As tensões atingiram o acesso de empresas chinesas ao mercado de capitais dos EUA após a rápida queda da Luckin Coffee, uma das startups mais destacadas da China, como resultado de uma fraude contábil.

O projeto aprovado na quarta-feira exigiria que as empresas certificassem que não estão sob o controle de um governo estrangeiro ou se submetessem a auditorias de uma agência de contabilidade dos EUA para determinar essa condição. A recusa da China em deixar que o Conselho de Supervisão de Contabilidade de Empresas Públicas examine auditorias de empresas cujas ações são negociadas em bolsas de valores dos EUA é um antigo ponto de discórdia entre os dois lados. O colapso da Luckin Coffee trouxe o assunto novamente à tona.

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Mas, embora o ambiente para empresas chinesas nos EUA tenha se tornado decididamente mais hostil ultimamente, é improvável que o fascínio dos mercados de capitais dos EUA – com sua melhor liquidez e base mais profunda de investidores – desapareça.

“Será um equilíbrio delicado para investidores que pesam os riscos aqui”, disse Jingyi Pan, estrategista de mercado na IG Asia. “Os EUA podem não perder o posto de um dos principais destinos de IPOs para empresas chinesas, há muito tempo visto como uma avenida altamente líquida que também ajuda a aumentar a atratividade da empresa. Dito isto, o agravamento dos laços EUA-China pode desencadear considerações de alternativas na Europa e mais perto de casa, na Ásia.”

Uma série de aberturas de capital decepcionantes de empresas chinesas nas bolsas nos EUA no ano passado também reforçou a preocupação de investidores e formuladores de políticas. E alguns bancos globais começaram a abandonar acordos, preocupados com o aumento dos riscos para sua reputação. Das 12 empresas listadas em Nova York neste ano, apenas duas são negociadas acima dos preços do IPO, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

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“A recente votação no Senado não deve ser vista como um blefe”, disse Brock Silvers, diretor de investimentos da Adamas Asset Management. “A ‘exceção chinesa’ do acesso reduzido à auditoria não vai durar muito. A Nasdaq ofereceu uma solução, mas que talvez não elimine a brecha. Independentemente de qual partido vencer a eleição, a China poderá enfrentar deslistagens caso reguladores de Pequim não cedam.”

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