Publicidade
SÃO PAULO – Um aspecto do documento lançado nesta segunda-feira (23) pelo governo dos EUA despertou grande interesse. Não só pelo grau de desconfiança em torno da eficiência do programa de auxílio ao setor financeiro, que tem início marcado para quarta-feira, mas em particular pela metodologia do processo. Trata-se do teste de estresse.
De acordo com o Departamento do Tesouro, a partir do dia 25 de fevereiro o Capital Assistance Program irá avaliar a necessidade de capital dos grandes bancos em um ambiente econômico mais desafiador. Para tanto, serão realizados testes “abrangentes e cuidadosamente projetados”.
Antes das especulações sobre critérios serem ventiladas, o governo já deixou claro que, entre as diretrizes, os esforços em prover dinheiro às instituições, se necessário, não implicam um novo padrão na estrutura de capital e não se espera que seja mantido no longo prazo.
Aproveite a alta da Bolsa!
Conceitos
Atualmente, são utilizadas as medidas Tier 1 e Tier 2 para calcular a saúde financeira de um banco, do ponto de vista do regulador. O primeiro e mais importante congrega a equação: patrimônio líquido, lucros retidos na fonte e goodwill, menos perdas acumuladas.
Ainda conforme a regulação do sistema financeiro norte-americano, um banco adequadamente capitalizado deve possuir uma razão Tier 1 de no mínimo 4%. E uma combinação de Tier 1 e Tier 2 de 8%. Para se defender do rumor de necessidade de suporte estatal, o Citigroup enfatizou deter uma razão Tier 1 de 11,9%.
Tangível
Se, conforme disse em comunicado, essa é uma das relações Tier 1 “mais elevadas da indústria”, o banco dos EUA esqueceu de citar a medida combinada com o Tier 2. Esta categoria é tida como mais complicada de mensurar, pois envolve reservas não divulgadas, provisões em geral e a combinação de dívidas e apólices.
Continua depois da publicidade
Também pode preencher o teste de resistência uma medida considerada por alguns como a mais “real” para analisar o patrimônio de um banco. O TCE (Tangible Common Equity), cuja ideia é contabilizar o valor das ações ordinárias, sem ativos intangíveis. O fato do Citi ter destacado somente o Tier 1 pode indicar qual a medição preferida dos bancos.