Ethereum queima US$ 1 bilhão em taxas em meio a novo frenesi dos NFTs

Ethereum já retirou mais de 300.000 ETH do mercado e se aproxima de emissão deflacionária.

Paulo Barros

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SÃO PAULO – O Ethereum (ETH) atingiu nas últimas horas a marca psicológica de US$ 1 bilhão (R$ 5,28 billhões) em ETH queimado por meio do sistema automático implementado no último mês de agosto. O mecanismo, introduzido na atualização London, tira de circulação uma porção das taxas pagas por usuários que fazem transações na rede, como conversão (swap) e transferências de tokens que rodam na blockchain.

O número registrado nesta quinta-feira (16) é visto como um marco importante rumo à transformação do ETH em uma criptomoeda deflacionária, que ocorrerá quando a queima ultrapassar a emissão diária do criptoativo. A expectativa é que isso ocorra até meados de 2022.

A OpenSea, plataforma de compra e venda de tokens não-fungíveis (NFTs), foi a que mais contribuiu para o alto volume de taxas queimadas, puxado pela comercialização de artes digitais que passaram a valer milhões de dólares, caso da coleção CryptoPunks distribuída de graça em 2017. O marketplace de NFT já queimou sozinho 43.053 ETH, o equivalente a mais de US$ 156 milhões, bem acima dos 26.729 ETH (US$ 97 milhões) retirados de circulação a partir de taxas de transferências do próprio ETH.

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Na sequência aparecem a exchange descentralizada Uniswap (UNI), com 16.773 ETH ou US$ 60,8 milhões; a stablecoin Tether (USDT), com 15.041 ETH ou US$ 54,5 milhões; e o jogo Axie Infinity (AXS), que queimou 9.463 ETH, equivalente a US$ 34,3 milhões.

As informações estão no portal ultrasound.money, que monitora a queima de taxas do Ethereum. Ele também revela que já foram eliminados mais de 304.216 ETH desde o dia 5 de agosto, o que resulta em um ritmo de 5,03 ETH removidos do mercado a cada minuto. A quantia equivale a US$ 1,1 bilhão pela cotação de hoje.

A queima de ETH faz parte de um novo sistema de definição de taxas de rede cobradas de usuários. A partir do último mês, a blockchain Ethereum deixou de lado o mecanismo de leilão para definir o custo de cada transação, e passou a estabelecer um patamar base de preço para tentar segurar o aumento do valor cobrado de usuários.

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Combinando com a queima de ETH, o novo método de cálculo surgiu como uma primeira tentativa de segurar o preço das taxas. Em momentos de pico de atividade no Ethereum em 2021, quando usuários disputavam por um espaço no bloco para confirmar transações, a rede chegava a exigir o desembolso de até US$ 200 por uma conversão simples de token.

O impacto ainda é pequeno na redução de taxas, mas o comportamento já era previsto. A mudança mais profunda está reservada apenas para o ano que vem, quando a rede atual do Ethereum será fundida com a Ethereum 2.0, que já está rodando em versão de testes. A partir de então, a queima da moeda se junta a um novo mecanismo de consenso de Proof-of-Stake, que substitui o Proof-of-Work e elimina mineradores da equação que ajuda a encarecer o preço de transações na rede.

Preço do ETH

Investidores apostam na deflação do Ethereum como catalisador para uma nova disparada de preço da criptomoeda. Com maior escassez do ativo, seu valor de mercado seria catapultado se o ritmo de crescimento de novos usuários se mantiver no mínimo estável.

Os dados disponíveis até aqui mostram que a taxa atual de inflação é de 2,3% ao ano. No entanto, com a atualização ETH 2.0, que deverá vigorar para todos os usuários até metade do próximo ano, o ritmo de queima aumentaria a ponto de provocar deflação anual de 1,9%.

A marca de US$ 1 bilhão queimado hoje coincide com ganho de 6,4% no dia para o ETH, que volta a ser negociado acima de US$ 3.600 em meio a uma recuperação generalizada de criptomoedas de finanças descentralizadas (DeFi).  Agora, o segundo criptoativo mais valioso do mundo está cerca de 17% abaixo da sua máxima histórica de US$ 4.356, registrada em 12 de maio.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos