ETF brasileiro EWZ cai 6% e ADR da Petrobras despenca 17% no pré-market da Bolsa de Nova York

Pregão desta segunda-feira promete ser movimentado em meio ao noticiário indicando maior intervenção do governo nas estatais

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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SÃO PAULO – O EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, registrava queda de cerca de 5% no pré-market da Bolsa de Nova York nesta segunda-feira (22). Às 8h45 (horário de Brasília), a baixa era de 6,22%, em meio ao anúncio do governo de trocar o CEO da Petrobras (PETR3;PETR4) e ainda indicar intervenção no setor de energia elétrica. Os papéis da Petrobras PBR (equivalente às ações ordinárias) tinham uma derrocada de mais de 17% no mesmo horário: a derrocada era de 17,13%, a US$ 8,31. Já os PBR-A tinham baixa de 14,29%, a US$ 8,70.

Após a indicação do governo do general Joaquim Silva e Luna para presidência da Petrobras, em substituição a Roberto Castello Branco, a percepção de risco para as ações da Petrobras, que já estava alta por conta das críticas de Jair Bolsonaro ao reajuste de combustíveis e ao CEO da estatal, aumentou ainda mais, levando os ADRs (recibos de ações, na prática, os papéis negociados nos EUA) a caírem mais de 9% no after market na sexta após terem registrado uma queda de mais de 7% no pregão regular. O EWZ, principal ETF brasileiro negociado no mercado americano, que replica o índice MSCI Brazil, já tinha caído 3,64% no after market na sexta.

Soma-se a isso mais declarações do presidente Bolsonaro que pode impactar outras ações. Em conversa com apoiadores no sábado (20), após dizer que decidiu afastar Roberto Castello Branco porque os reajustes dos preços dos combustíveis este ano foram uma “covardia”, o presidente prometeu agir também no mercado de energia elétrica. “Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também”, afirmou, o que pode impactar também os papéis da Eletrobras (ELET3;ELET6).

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XP rebaixa para venda recomendação para as ações da Petrobras após anúncio de troca de comando

Depois da indicação do general Silva e Luna, a XP Investimentos rebaixou de neutra para venda a recomendação das ações da Petrobras neste domingo (21). O preço-alvo foi reduzido de R$ 32 para R$ 24, tanto para ações ordinárias quanto para as preferenciais. No relatório, os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado justificam que a troca de comando coloca em risco a independência da Petrobras e a política de preços de combustíveis em linha com referências internacionais de preços.

“Embora não possamos tecer conclusões preliminares se a política de preços da Petrobras mudará sob uma eventual gestão do Sr. Silva e Luna, o que importa é a mensagem que está sendo transmitida ao mercado: está se tornando cada vez mais difícil do ponto de vista político para a Petrobras implementar uma política em que os preços dos combustíveis variam de acordo com as variações dos preços do câmbio e do barril de petróleo (principalmente no caso do diesel, dadas as pressões da categoria dos caminhoneiros)”, disseram os analistas da XP.

Luiz Fernando Figueiredo, sócio da Mauá Capital e ex-diretor Banco Central, afirma que o combo entre a troca de comando da Petrobras e a menção às elétricas, deve levar todas as estatais “a sofrer muito”. “As empresas públicas sempre têm um desconto, porque sempre estão sujeitas a passar pelo que aconteceu na Petrobras. Mas o desconto vai aumentar porque agora não é mais só uma dúvida, na prática aconteceu uma interferência política firme numa empresa pública. Agora, isso vai para as outras ou não? Pelo que parece, o presidente disse que não vai ficar só na Petrobras”, afirma. Veja mais análises clicando aqui. 

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