Especialistas se reúnem em SP para debater mercado de commodities

"O Brasil sempre será o celeiro do mundo, afirmou Celson Placido, estrategista-chefe da XP Investimentos, organizadora do evento.

Rodolfo Mondoni

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SÃO PAULO – No 1° Fórum XP Commodities, realizado nesta terça-feira, 8/12, especialistas brasileiros e estrangeiros debateram os desafios e oportunidade do setor frente à crise econômica e política do Brasil.

“Nunca mais você verá o petróleo a US$ 100 o barril”, disse Celson Placido, estrategista-chefe da XP Investimentos, defendendo que combustíveis fosseis devem continuar sendo substituídos por outras fontes de energia e que o preço do petróleo continuará em queda. Nesse sentido, ele acredita que o país está muito bem posicionado e que o etanol deve ganhar mais espaço, apesar do forte lobby contrário.

Segundo ele, o Brasil deve continuar sendo o grande protagonista na produção de alimentos. “O Brasil sempre será o celeiro do mundo”, disse. Placido acredita que o governo não deve segurar o dólar para evitar queimar reservas. Com isso, o real irá de desvalorizar ainda mais, um cenário positivo para que o país se mantenha competitivo no mercado internacional.

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Uma das consequências da crise é que o agronegócio ganhará ainda mais relevância na economia pelo processo de desindustrialização que o país vem sofrendo. Isso significa que as commodities aumentarão sua participação no PIB, enquanto a indústria diminuirá.

Fórum XP Commodities

Ainda durante o evento, que contou com a presença de especialistas, produtores e investidores, a superintendente da BM&FBovespa, Fabiana Perobeli, apresentou o programa de formador de mercado para os contratos das principais matérias-primas, o que será um importante instrumento para prover liquidez ao mercado. “Abriremos 2016 com formador para as principais culturas: boi, milho, açúcar e etanol”, disse.

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Na sequência, Susan Sutherland, diretora sênior na CME Group, apresentou o atual panorama do mercado de soja, mostrando opções de curto prazo para a nova safra.

Steve Cachia, diretor de inteligência de mercados da Cerealpar, falou sobre os cenários de incertezas que rondam o mercado de commodities para o próximo ano, citando conflitos socioeconômicos e efeitos climáticos como El Niño e La Niña.

O próximo painel discutiu as perspectivas e desafios para o setor de proteínas: frango e carne bovina. O painel teve a participação de Leonardo Alencar, gerente executivo de inteligência de mercado da Minerva; e João Prado, gerente de operações internacionais da BRF – Brasil Foods.

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Na palestra de encerramento, Guilherme Nastari, diretor da consultoria Datagro, destacou as boas condições dos canaviais de São Paulo, principal região produtora de cana-de-açúcar. Ele apresentou um cenário otimista, apesar da falta de incentivo para o setor de açúcar e etanol, desde a descoberta do pré-sal.