Enxurrada de liquidez por bancos centrais acalmou o mercado, mas até quando?

Ricardo Kazan, gestor da Novus Capital, participou de uma live no Instagram do InfoMoney nesta quarta-feira (8)

Anderson Figo

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SÃO PAULO — O Banco Central do Brasil, na esteira do americano Federal Reserve e do Banco Central Europeu, tem promovido uma enxurrada de liquidez nos mercados. Com isso, o dólar, que chegou a romper a casa dos R$ 5,30, voltou para a casa dos R$ 5,20. Mas até quando isso vai durar?

Em live do InfoMoney no Instagram nesta quarta-feira (8), o gestor Ricardo Kazan, da Novus Capital, avaliou possíveis cenários no pós-coronavírus e explicou o que tem acontecido no câmbio e com as commodities.

Segundo o especialista, o movimento de valorização do dólar é global, mas o real acaba se destacando entre as moedas que mais perdem valor frente a divisa americana porque, antes da crise do coronavírus, o real já sofria com o menor prêmio de risco do país (corte da Selic).

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“Será que a gente não está indo no mesmo movimento de saída da crise de 2008/2009? Com o Fed e outros bancos centrais importantes do mundo gerando um excesso de liquidez nos mercados, desvalorizando o dólar? Se isso se confirmar, vai impactar o preço do dólar e do ouro”, avaliou.

O gestor disse que existe, sim, a possibilidade de um corte mais profundo na Selic, mas que não sabe se isso ajudaria de fato a economia a lidar com a crise. Se isso ocorrer, a pressão sobre o dólar pode aumentar, já que reduz ainda mais o prêmio de risco (diferença de juros no Brasil e nos EUA) brasileiro, o que provoca uma saída maior de dólares do país, restringindo a oferta e jogando o preço da moeda para cima.

Quanto ao petróleo, o gestor afirmou que esta semana é bastante importante, já que os países membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e do G20 (o grupo das 20 maiores economias globais) devem se reunir para decidir sobre como será feita uma redução organizada da produção global da commodity.

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“Alguns participantes do mercado têm produzido menos petróleo, mas por uma questão de viabilidade. É importante que haja um acordo coletivo entre os países produtores e exportadores da commodity para que isso reduza a volatilidade dos preços internacionais. É essencial que os EUA participem dessa negociação”, avaliou.

Kazan comentou ainda sobre o preço do ouro e o que os investidores devem fazer para montar suas carteiras em tempos de crise. Assista à live completa acima.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.