Enfraquecido, Bitcoin vai a US$ 30 mil após maior sequência de recuos em 8 anos

Criptomoeda já perde cerca de 11% em 24 horas e 20% nos últimos sete dias

Paulo Barros

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Enfraquecido em meio a uma onda mundial de aversão ao risco, o Bitcoin (BTC) dá continuidade ao período de queda que já passa de seis semanas, a maior sequência desde 2014, e é negociado próximo da região dos US$ 30 mil na tarde desta segunda-feira (9).

Após cair 10% na sexta-feira (6) e bater a mínima de três meses nesta manhã, por volta de US$ 33 mil, a criptomoeda cede mais uma vez e, às 16h06, é cotada US$ 30.647, queda de 11% em 24 horas e de mais de 20% em sete dias. Em relação à máxima histórica de US$ 69 mil, registrada em novembro, o BTC desvaloriza aproximadamente 55%.

Embora agudo, o recuo já era esperado por especialistas, que há semanas apontam os desafios impostos aos ativos de risco pelo cenário macroeconômico, com um aperto monetário sem precedentes promovido pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos.

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Para Joe DiPasquale, CEO da gestora de fundos de criptomoedas BitBull Capital, o Bitcoin deve cair ainda mais, “especialmente porque a política monetária continua a se contrair”. No entanto, enxerga a faixa entre US$ 25 mil e US$ 30 mil como possíveis fundos, mesmo que a queda atinja proporções extremas.

O analista também não descarta “um salto no curto prazo” com a proximidade do vencimento das opções de maio, de aproximadamente US$ 1,3 bilhão, na bolsa de futuros de Bitcoin Deribit.

Um dos indicativos de um possível salto de curto prazo é o indicador RSI (sigla em inglês para índice de força relativa), que aponta o maior nível de sobrevenda do Bitcoin desde 24 de janeiro. Na época, o mesmo nível precedeu um rali de alívio.

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O catalisador mais recente da queda foi o aumento dos juros em 0,5 pontos porcentuais pelo Fed Reserve, além de declarações de Jerome Powell na última quarta-feira. Em entrevista para comentar as decisões do Fomc, o presidente do Fed disse que estaria disposto a enfrentar recessão para conter a inflação galopante.

Se de um lado o aumentos dos juros torna os treasuries americanos mais atrativos, também reduz o crescimento econômico e afeta a bolsa, que já tende a sofrer com a menor disponibilidade de liquidez injetada pelo Fed para enfrentar a crise da Covid.

Na sexta, o chamado Payroll nos EUA mostrou que o crescimento do emprego permaneceu robusto no mês passado, em um nível que deve continuar a preocupar o Fed sobre um mercado de trabalho muito apertado. À medida que mais empregadores competem por trabalhadores, os salários podem começar a subir, aumentando as pressões inflacionárias e forçando o Fed a apertar as condições monetárias mais rapidamente.

“O BTC continuou sendo pressionado pelas pressões macro e pelo sentimento geral do mercado”, disse DiPasquale. “O FOMC resultou em volatilidade, mas o movimento de alta durou pouco”.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos