Enem pode prejudicar as ações das instituições de ensino listadas na Bolsa

BTG Pactual diz que inúmeras fraudes colocam o exame em xeque, podendo impactar o resultado das empresas no curto prazo

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SÃO PAULO – O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), aplicado no último final de semana, trouxe uma série de inconvenientes como a má impressão da folha de respostas das questões, o que pode prejudicar no curto prazo os resultados de algumas companhias ligadas à educação na primeira metade de 2011, como Anhanguera Educacional (AEDU11), Kroton Educacional (KROT11), Seb (SEBB11) e Estácio (ESTC3), todas listadas na Bolsa, segundo o BTG Pactual.

O teste aplicado pelo MEC (Ministério da Educação)  é usado por algumas instituições de ensino superior para selecionar seus futuros alunos, e diversas instituições de ensino privado aguardam estes resultados para intensificar seus esforços de captação de alunos. Porém com o possível cancelamento ou reaplicação do teste, após o Ministério Público Federal do Ceará ter determinado, em caráter liminar, a suspensão do Eenm, o processo de admissão e as matrículas para 2011 devem ficar atrasados, fazendo com que o desempenho de algumas das instituições listadas acima fique abaixo do esperado no próximo ano.

O problema se repete
Na realidade, problemas com o Enem não são exclusividade deste ano. Em 2009, dificuldades similares já haviam sido verificadas quando alguns testes foram roubados e as provas tiveram que ser aplicadas novamente, o que causou uma série de transtornos para as empresas educacionais de ensino privado que utilizariam a nota do teste para seleção de alunos.

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Assim, um novo problema decorrente da necessidade de uma nova prova e demora na divulgação dos resultados pode impactar negativamente essas empresas. Porém, o banco de investimentos afirma que o impacto agora tende a ser menor, uma vez que esses centros de ensino já estariam mais preparados para lidar com a situação.

O BTG Pactual analisa a iniciativa de um teste nacional como “interessante”, mas os recentes fracassos e fraudes colocam em xeque a credibilidade da prova idealizada pelo MEC.

Otimismo para o longo prazo
Contudo, as perspectivas para o longo prazo são otimistas, apesar do fluxo de notícias negativas. Os resultados do terceiro trimestre das instituições devem ser sólidos, impulsionados por um fortalecimento no processo de admissão a partir da segundo metade do ano e crescimento dos cursos à distância.