Carrefour diz que pode congelar preços no RS sem afetar muito seus resultados

Participação do Estado nas operações totais do grupo gira em torno de 5% a 6%

Vitor Azevedo

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Com 90 lojas no Rio Grande do Sul, Estado que passa por alagamentos e inundações, por conta das fortes das chuvas, o Carrefour Brasil (CRFB3) anunciou que vai congelar os preços de todos os seus produtos, até o final de maio.

“Dá para congelar os preços por um mês sem atrapalhar muito o nosso resultado global. É óbvio que temos que cuidar das nossas atividades por lá, mas a prioridade, agora, é ajudar a população”, disse Stéphane Maquaire, CEO da empresa.

A analistas e investidores, durante teleconferência de resultados, para comentar o balanço do primeiro trimestre, o executivo afirmou que a participação do Estado nas operações totais do grupo, com as bandeiras Carrefour, Atacadão, Sam’s Club e Nacional, gira em torno de 5% a 6%.

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Carrefour (CRFB3): lojas impactadas

Segundo Eric Alencar, diretor financeiro do Carrefour, entre as unidades da empresa no Rio Grande do Sul, seis lojas do Atacadão e uma do Sam’s tiveram impacto relevante.

“Elas representam menos de 1% das nossas vendas. Temos apólices de seguros, estamos avaliando os impactos líquidos, mas acreditamos que não terá materialidade financeira.”

Maquaire afirmou ainda que, desde a semana passada, 20 lojas no Sul foram disponibilizadas para receber arrecadações.

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De olho nos resultados

Falando da performance da companhia no primeiro trimestre, o balanço do Carrefour foi considerado “misto” pelos analistas.

A XP, por exemplo, destacou do lado positivo o desempenho do atacarejo, com o Atacadão, que retornou ao terreno positivo, com vendas crescendo 1,8% no ano, beneficiando-se do aumento da inflação de alimentos e da recomposição de volumes entre consumidores. Do outro lado, porém, ficou o varejo, com a própria bandeira Carrefour, que teve suas vendas recuando 1,4%, conforme a companhia reduz a área de vendas, fechando e convertendo lojas.

O Bank of America menciona que a maturação de lojas e o ganho de sinergias com o Grupo BIG, adquirido no passado, ajudou a impulsionar o Ebitda, de R$ 1,4 bilhão (alta de 36,6% no ano), e sua margem, de 5,7% (alta de 1,5 ponto percentual).

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“O pior pode ter passado para a CRFB após o fechamento de locais deficitários, melhoria da inflação de alimentos e à medida que as unidades adquiridas amadurecem mais. Vendas adicionais de ativos e oportunidades promissoras de desenvolvimento também podem mitigar o risco de contingências trabalhistas. Os custos de financiamento também podem ter mais espaço para melhoria”, fala o time da instituição americana.