Enauta coloca US$ 302 mi no caixa ao vender fatia em campos e mercado vê risco menor

Além da venda de participação, a petroleira aprovou recompra de ações

Felipe Moreira

(Getty Images)

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O noticiário da semana foi agitado para a Enauta (ENAT3), que viu suas ações caírem 3,46% nesta sexta-feira (22), mas que ainda registram ganhos de 34,54% na semana e de 153,44% nos últimos doze meses.

Na noite da última quinta-feira (21), a petroleira anunciou ter assinado acordo para a venda de 20% de participação na concessão BS-4, que inclui os campos de Atlanta e Oliva, para a Westlawn Americas Offshore (WAO). A petroleira também anunciou um programa de recompra equivalente a 7,5% de suas ações em circulação.

O acordo envolve a venda de 20% de participação nos campos de Atlanta e Oliva por US$ 302 milhões e uma opção de venda de 20% de participação no Atlanta Field BV (AFBV), afiliada da Enauta que detém o crédito de longo prazo da Yinson, por US$ 65 milhões.

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Para o Itaú BBA, a parceria vem como um reconhecimento ao bom trabalho da Enauta na redução de riscos do projeto FPSO Atlanta, respeitando o orçamento estabelecido durante a fase FID sem excesso de capex.

Do ponto de vista da avaliação, o pagamento de US$ 302 milhões pela WAO por uma participação de 20% no campo de Atlanta equivale a 20% do atual valor de mercado da Enauta. Isso, segundo BBA, parece justo e ainda sugere que há potencial de valorização para as ações levando em conta os demais ativos do portfólio (campos Parque das Conchas, Uruguá-Tambaú e Manati).

Olhando para o múltiplo de aquisição, o valor representa 8,7 vezes Valor da Firma (EV)/2P, em comparação com o múltiplo de 2,7 vezes pago pela Enauta em 2012, o que referenda o valor desbloqueado pela jornada de redução de risco do campo desde o primeiro petróleo em 2018 do Petrojarl, bem como o próximo primeiro óleo do sistema definitivo (FPSO Atlanta).

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O Itaú BBA explica que, depois de reduzir com sucesso o risco do projeto, a Enauta continua agora a sua estratégia de geração de valor através da gestão ativa do portfólio, o que permitirá a monetização antecipada da potencial geração de caixa de Atlanta, a diluição dos riscos operacionais e fornecerá poder de fogo para a empresa continuar a diversificar.

Já o Morgan Stanley destaca que a avaliação da operação atingiu um prêmio de 45% em relação ao cenário base, mas alinhada com a estimativa de cenário otimista para o ativo.

O banco americano disse que tem adotado uma postura conservadora em relação ao projeto de Atlanta devido aos diversos desafios operacionais do Sistema de Produção Antecipada. Após as recentes aquisições feitas pela empresa, o banco vê esta nova transação como mais um passo positivo em direção à redução de risco do portfólio.

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O Morgan Stanley mantém recomendação equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) e preço-alvo de R$ 15, pois enxerga oportunidades de crescimento mais claras nos pares PRIO (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3). Já o BBA reitera classificação outperform e preço-alvo de R$ 21.