Empresas se posicionam sobre eleições em campanhas próprias

BK, General Motors e Votorantim adotaram o valor do voto como "plataforma" nesse período pré-eleitoral

Estadão Conteúdo

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A uma semana das eleições, o assunto está quente nas redes sociais, mas a maioria das empresas optou por ficar de fora do debate – até porque as companhias estão proibidas de financiar candidatos. Algumas marcas, porém, decidiram abordar o tema, mas frisando a importância do voto consciente. Uma campanha da rede de fast-food Burger King ganhou a internet – e os grupos de WhatsApp – na segunda-feira, 1, ao desafiar pessoas que votam em branco a questionar sua atitude. Na mesma linha, General Motors e Votorantim adotaram o valor do voto como “plataforma” nesse período pré-eleitoral.

“Falar de eleição foi uma decisão consciente. O Burger King gosta de se posicionar, e não de ficar em cima do muro”, diz Ariel Grunkraut, vice-presidente de marketing da rede. A empresa já tomou partido a favor de causas como o orgulho LGBT e a neutralidade da rede.

A montadora GM, que colocou no ar um filme no domingo, 30, para o veículo Cruze, com o mote “Como deveria ser”, quer incentivar o eleitor a refletir antes de ir às urnas no domingo. “A ideia foi convidar todos a tomarem as melhores decisões, em todos os sentidos, incluindo a escolha do novo governante”, explica Hermann Mahnke, diretor de marketing da Chevrolet.

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Ferramentas

Com controladores que já participaram da cena política – Antônio Ermírio de Moraes chegou a disputar o governo de São Paulo e seu pai foi senador por Pernambuco -, o Grupo Votorantim foi pelo caminho da informação, com a criação do app Guia do Voto.

O conteúdo gratuito, desenvolvido em parceria com o professor Humberto Dantas, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), inclui informações sobre as atribuições de cada cargo público e a função dos partidos políticos, por exemplo. Uma das seções é intitulada “Se eu fosse um político”. Nela, o usuário é convidado a responder 20 perguntas sobre diferentes tópicos, de economia a questões sociais. Com base nas posições apresentadas, o app ainda faz um “match” eleitoral com políticos.

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Dentro do mesmo conceito, o empresário Abilio Diniz – sócio do Carrefour e da gigante dos alimentos BRF – também desenvolveu uma plataforma online para pregar o voto consciente. O empresário, que tem 1,6 milhão de seguidores nas redes sociais, aparece em posts e vídeos falando sobre as consequências das escolhas políticas – a estratégia também inclui entrevistas e artigos do empresário na imprensa. A agência responsável calcula que os conteúdos publicados atingiram cerca de 3 milhões de pessoas.

‘Timing’

A campanha sobre o voto em branco do Burger King foi viabilizada em 72 horas, da filmagem ao envio dos arquivos com o vídeo à TV Record, canal onde o filme estreou no intervalo do debate dos presidenciáveis, no domingo, 30. Na terça-feira passada, 25, a agência David São Paulo foi às ruas de São Paulo para ouvir as justificativas de quem vota em branco. “A gente queria mostrar o que pode acontecer quando uma pessoa abre mão do direito de escolha”, diz Rafael Donato, vice-presidente de criação da David. “E o que acontece é simples: você tem de aceitar a escolha dos outros.”

Para explicar o conceito de forma simples, a rede criou o Whopper em branco. Os consumidores que aceitaram participar da filmagem receberam, então, um sanduíche só de pão, cebola e maionese. O menu indigesto serviu para propor uma reflexão, de acordo com Donato: “Se você não escolher, alguém fará a escolha por você. E pode não ser o que você imaginava”.

No caso da GM, a campanha que foi ao ar na segunda-feira, 1, – mostrando paisagens de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador “repaginadas” de forma mais amigável – faz parte de um mote para o automóvel Cruze que começou a ser trabalhado no ano passado, segundo Mahnke.

Em uma peça de ativação anterior ao filme, a marca deixou um carro aberto no centro de São Paulo, propondo que as pessoas fizessem um test-drive grátis. Todos os que toparam o desafio devolveram o carro no mesmo lugar. “Foi uma espécie de teste de choque: o brasileiro é um caso perdido?”, pergunta o executivo. E o resultado, diz, foi um sonoro não. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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