Empresas mal começaram a comprar Bitcoin, dizem especialistas após adesão da BlackRock

Marcos Viriato, da Parfin, e Guilherme Rebane, da OSL, foram os entrevistados de ontem no Cripto+

Paulo Barros

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A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, com US$ 10 trilhões sob gestão, jogou uma bomba no mundo cripto na semana passada ao anunciar o início da oferta de Bitcoin (BTC) para seus clientes institucionais, em parceria com a Coinbase.

Pelo acordo, os cerca de 200 clientes da plataforma institucional Aladdin – incluindo a própria BlackRock – terão acesso facilitado à compra de Bitcoin por meio da exchange americana.

Marcos Viriato, CEO e cofundador da provedora de infraestrutura cripto Parfin, disse ontem em participação ontem no Cripto+, o programa semanal do InfoMoney CoinDesk sobre criptoativos (assista a íntegra no player acima), que a novidade valida a Coinbase como plataforma e deve favorecer que mais empresas comprem Bitcoin como aposta para o futuro.

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“Quando você é um investidor institucional, precisa seguir alguns parâmetros de alocação de capital, de alocação de risco, trading, compliance. Quando você tem um sistema que te ajuda nessa jornada e uma contraparte com a qual você está operando foi validada pela BlackRock, facilita muito a adoção”, afirmou.

Para o executivo da Parfin, outros players do mercado deverão acompanhar a BlackRock por conta do fenômeno chamado de FOMO, sigla para a expressão em inglês “fear of missing our” (medo de ficar de fora, na tradução para o português). “Não são todos que vão aderir, obviamente, mas acredito que é um grande passo”, apontou.

Também em participação no Cripto+, Guilherme Rebane, Head of Latam da plataforma de ativos digitais OSL, pontuou que não vê uma nova onda institucional de adoção de Bitcoin, mas sim a continuidade do movimento que começou em 2020.

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“A gente já vê uma série de bancos e instituições financeiras, inclusive no Brasil, anunciando que vão oferecer serviços ou exposição à classe de ativos. É uma adoção em massa, que vai crescer ao longo do ano, vai crescer ano que vem, e não vai ser questão de um nome só”, comentou.

Os especialistas concordam que o potencial de valorização da criptomoeda ao longo do tempo é exponencial, especialmente considerando que a adoção por instituições ainda é tímida.

Viriato relembra que, apesar do impacto das compras de MicroStrategy e Tesla, os ralis do BTC entre 2020 e 2021 foram decorrentes principalmente da adoção pelo varejo. O impacto de uma adoção mais forte por empresas, afirma, é tão grande que fica difícil de quantificar.

“Você vê o potencial que gerou. Quem estava nos US$ 3 mil foi para US$ 20 mil, e quem estava nos US$ 20 mil foi para quase US$ 70 mil. Quando chegar o investidor institucional, minha visão é que esse investimento vai para 5, 10, 15 vezes [de retorno] a partir do preço atual”, projeta.

“[O investidor institucional americano] tem potencial de mexer no mercado. Imagina se o Texas Teacher’s Fund resolve colocar 5% em cripto, são US$ 300 bilhões”, especula o CEO da Parfin – o valor de mercado total do Bitcoin hoje gira em torno dos US$ 440 bilhões.

Segundo o head da OSL para a América Latina, até mesmo a adoção pelo varejo mal começou.

“Quem está em Bitcoin há um tempo escuta que quem tem Bitcoin não vende. Acho que é isso que a gente vai ver. É um ativo escasso, ainda com pouca adoção institucional, e a gente sabe que o grande viabilizador de acesso à classe de ativos vão ser as instituições financeiras, que têm os clientes que já fazem alocações em outros ativos”, comentou Rebane.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos