Embraer sobe após contrato com United; siderúrgicas caem com exterior e Petrobras avança

Confira os destaques da B3 na sessão desta segunda-feira (17)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (17) conforme o mercado segue o cenário externo e acompanham os destaques do noticiário corporativo, com a Embraer registrando alta após assinar contrato com a United Airlines, enquanto a Petrobras teve ganhos a despeito da nova sessão de queda do petróleo. Confira os destaques: 

Embraer (EMBR3)

A Embraer assinou contrato com a United Airlines para a venda de até 39 jatos E175, pelo valor de US$ 1,9 bilhão. O pedido inclui 20 pedidos firmes e 19 opções com as aeronaves sendo configuradas com 70 assentos.

O anúncio foi feito hoje na 53ª edição do Paris Air Show International. De acordo com a fabricante de aviões, o pedido firme será incluído na carteira de pedidos (backlog) da Embraer do segundo trimestre de 2019.

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As entregas têm previsão de início no segundo trimestre de 2020. Essas aeronaves substituirão aviões de 70 lugares mais antigos que atualmente operam com os parceiros regionais da United.

Incluindo este novo contrato, a Embraer vendeu mais de 585 jatos E175 para companhias aéreas na América do Norte desde janeiro de 2013.

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Petrobras informou na noite de sexta-feira que a 24ª Vara Federal do Rio de Janeiro revogou a decisão liminar que determinava a suspensão da venda de 100% de sua participação acionária na Araucária Nitrogenados S.A. (Ansa) e da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN-III).

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“Dessa forma, a Petrobras está retomando o processo competitivo para a venda dessas unidades, em consonância com a Sistemática para Desinvestimentos da companhia e alinhada ao regime especial de desinvestimento de ativos pelas sociedades de economia mista federais previsto no Decreto 9.188/2017”, destacou a empresa.

Além disso, reportagem do jornal O Estado de S.Paulo destaca que a Petrobras fez em Sergipe sua maior descoberta desde o pré-sal, em 2006. De seis campos, espera extrair 20 milhões de m³ por dia de gás natural, o equivalente a um terço da produção total brasileira.

Divulgada no mês passado, a descoberta deve gerar R$ 7 bilhões de receita anual à estatal e sócias, calcula a consultoria Gas Energy. Na avaliação do governo, a conquista pode ajudar a tirar do papel o esperado “choque de energia barata” prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes – plano para baratear em até 50% o custo do gás natural e “reindustrializar” o País.

A aposta do governo é que, em pouco tempo, deva sair de Sergipe o gás mais barato do Brasil. Primeiro, pelo próprio aumento da produção, que ajuda na redução dos custos. Segundo, pela entrada em operação de rivais da petroleira, como a americana ExxonMobil, que tem projetos de exploração na região.

Por fim, pela presença de empresas importadoras de gás, que também vão concorrer pela infraestrutura de escoamento. Dessa maneira, a tendência é de redução na tarifa de transporte e, com isso, também do preço final do produto.

O governo também tem a expectativa de estimular a economia na região com o gás. De 2014 a 2017, a cadeia de óleo e gás ficou praticamente paralisada como reflexo da forte queda no preço do insumo no mercado internacional e das revelações da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que revelou bilhões em desvios de recursos na Petrobrás.

“É possível que a gente assista a uma retomada da indústria de petróleo e gás no Nordeste, onde tudo começou”, diz o presidente da Gas Energy, Rivaldo Moreira Neto.

O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Felipe Kury, classifica o potencial da Bacia de Sergipe-Alagoas como “muito promissor”. Além dos seis campos da Petrobrás, a ANP acredita que existem na região outras áreas com indícios de presença de petróleo e gás que, nos próximos anos, podem resultar em novas descobertas relevantes.

Em comunicado ao mercado esta manhã, a Petrobras esclareceu que foram confirmadas, nos últimos anos, seis descobertas em águas profundas na Bacia de Sergipe: Cumbe, Barra, Farfan, Muriú, Moita Bonita e Poço Verde, conforme já divulgado ao mercado.

“O Plano de Negócios e Gestão 2019-2023 contempla o orçamento para a instalação de um sistema de produção, estando os estudos sobre esse projeto em sua fase inicial”, informou.

A petroleira afirma ainda que está realizando o Plano de Avaliação da Descoberta dessas áreas, “para avaliação do potencial produtivo de suas acumulações de petróleo e gás natural, estando ainda previsto para esse ano, um teste de longa duração na área de Farfan, com o objetivo de obter informações que subsidiarão os estudos para uma melhor caracterização da rocha-reservatório e dos fluidos desta área”.

Vale (VALE3)

O desembargador Antonio Souza Prudente, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), aumentou para R$ 200 mil a multa diária para a Vale por dia que sejam feitas atividades na mina Onça Puma, no Pará. A multa de R$ 100 mil por dia foi aplicada em março, e o Ministério Público Federal (MPF) estima que a desobediência da companhia já acumula um valor total de R$ 19,5 milhões. Procurada, a Vale ainda não tinha uma resposta até a publicação do texto pela Agência Estado.

“Os peritos que foram até as instalações da mineradora, em Ourilândia do Norte, no sudeste do Pará, constataram que os setores de metalurgia e beneficiamento estavam em pleno funcionamento e sendo sistematicamente abastecidos por caminhões de minério”, explicou o MPF em nota. Onça Puma é uma mina de níquel da Vale e, segundo o MPF, o empreendimento cercou por todos os lados três aldeias indígenas na região do Cateté, no sudeste do Pará entre as cidades de Ourilândia do Norte, Parauapebas e São Félix do Xingu.

De acordo com o MPF, são 14 empreendimentos no total, extraindo cobre, níquel e outros minérios, todos de propriedade da Vale, alguns já implantados, outros em implantação. Segundo o Ministério Público, Onça Puma é um desses empreendimentos e foi implantado sem o cumprimento da legislação ambiental. Em sete anos de atividade, contaminou com metais pesados o Rio Cateté e inviabilizou a vida dos cerca de 1.300 Xikrin. O processo judicial que visa assegurar compensações para os indígenas tramita desde 2012.

“A Vale desobedece, desde 26 de fevereiro, uma ordem do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) para cessar todas as atividades na mineradora Onça Puma, que extrai e beneficia níquel no sudeste do Pará, e causou graves danos ambientais que atingem os povos indígenas Xikrin e Kayapó”, informou o MPF.

Outro assunto que seque no radar dos investidores da Vale é o da movimentação do talude da mina de Gongo Soco, da Vale, em Barão dos Cocais. Ontem, o deslocamento chegou a 56 centímetros por dia, a mais elevada até agora, segundo o Estadão, citando informações do Corpo de Bombeiros.

Apesar disso, a tendência, dizem os bombeiros, é de que a estrutura siga escorregando de forma “lenta e desagregada” para o fundo da cava. Este é considerado o cenário ideal pelas autoridades.

Siderúrgicas
O presidente Donald Trump está disposto a seguir adiante com a ameaça de tarifar os US$ 300 bilhões em produtos chineses ainda não punidos pela Casa Branca se Washington e Pequim não conseguirem fechar um acordo comercial, afirmou o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, em entrevista à emissora CNBC.

“Iremos eventualmente fechar um acordo, mas se não fecharmos, o presidente está perfeitamente feliz em continuar com os movimentos de tarifas que já anunciamos, assim como impor as novas que foram temporariamente suspensas”, disse Ross, que falou durante o show aéreo de Paris.

As negociações comerciais entre americanos e chineses estão num impasse desde o começo do mês passado. Há expectativas de que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, se encontrem às margens da reunião de cúpula de líderes do G20 prevista para o fim deste mês, no Japão, para discutir um acordo comercial. A presença de Xi no evento, porém, ainda não foi confirmada.

Ross também reiterou à CNBC que Trump e Xi não deverão chegar a um acordo comercial definitivo caso venham a se encontrar mesmo no Japão. Este impasse afeta os papéis das siderúrgicas, como Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3).

Via Varejo (VVAR3) e GPA (PCAR4)

O empresário Michael Klein confirmou na noite de sexta-feira que não só voltou a ser dono da Via Varejo, rede varejista controladora das marcas Casas Bahia e Ponto Frio, como adquiriu R$ 100 milhões em ações, ou cerca de 1,6% do capital. Como ele já detinha 25% dos papéis, tornou-se o maior acionista individual.

Inicialmente, a ideia do empresário era comprar R$ 300 milhões dos R$ 2,2 bilhões em ações colocados à disposição no leilão da B3 pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA), na sexta-feira. Ficou com menos ações do que pretendia adquirir por conta da alta demanda pelos papéis.

O restante ficou na mão de fundos e demais investidores. A demanda no leilão chegou, em determinado momento, a R$ 3,7 bilhões, bem acima do volume oferecido pelo GPA, que saiu totalmente do negócio.

Banco Inter (BIDI4)

O Banco Inter suspendeu na manhã desta segunda-feira (17) o acesso de clientes à conta corrente. A decisão é uma medida de segurança para correção de uma falha no sistema em que as contas aparecem negativadas ou zeradas.

Pelo Twitter, muitos usuários estão reclamando que não conseguem acessar e o banco disse apenas ser um problema “pontual” e que já está trabalhando para normalizar o acesso. 

Segundo o site Down Detector, que mostra sites com problemas, São Paulo e Belo Horizonte são as cidades que tiveram mais usuários afetados. Mas praticamente todas as regiões do país relataram problemas.

Ultrapar (UGPA3)

O Grupo Ultra promoveu uma série de mudanças, com o principal deles se dando na área de distribuição de combustíveis, cujo esforço segue concentrado em estreitar laços com donos de combustíveis, informa reportagem do jornal Valor Econômico. “Acreditamos que a Ipiranga continuará aprimorando os resultados. O maior desafio é a economia deslanchar”, disse o presidente da companhia, Frederico Curado.

O Grupo Ultra estaria novamente tentando comprar a Liquigás, distribuidora de gás liquefeito da Petrobras, destacou ele ao Valor. Curado afirmou que o grupo participou de um consórcio que apresentou uma oferta não vinculante pelo ativo na semana passada.

Banco do Brasil (BBAS3)

O Banco do Brasil confirmou o nome de Hélio Magalhães como presidente do conselho de administração, além de Marcelo Serfaty para a vice-presidência.

Rumo (RAIL3)

Maior operadora ferroviária do Brasil, a Rumo avaliará eventual participação em leilões das futuras concessões da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e da Ferrogrão, disse Júlio Fontana Neto, ex-presidente executivo da Rumo e integrante de seu conselho da administração.

Ferrogrão e Fiol estão entre os mais importantes projetos ferroviários para o escoamento de commodities, como grãos e minério de ferro, do Brasil. “Somos concessionários ferroviários e temos por obrigação estudar todo e qualquer projeto”, disse Fontana Neto, em evento. “Não são todos que podem trazer interesse para nós, mas com certeza vamos estudar.”

A Fiol deverá ter extensão de 1.527 quilômetros, entre Ilhéus (BA) e Figueirópolis (TO). O trecho I, de Ilhéus a Caetité (BA), com extensão de 537 km, já tinha até o fim do ano passado 76,2% de execução física da obra completada.

Odebrecht

Segundo o jornal Valor Econômico, a ODB, holding do grupo Odebrecht, deverá formalizar hoje o seu pedido de recuperação judicial, com dívidas de R$ 80 bilhões. Se confirmada, será a maior recuperação judicial já homologada no Brasil, à frente da requerida pela Oi, de R$ 64 bilhões. Do total das dívidas, mais de R$ 50 bilhões são financeiras, detidas ou garantidas pelas holdings e subholdings. Os seis maiores bancos estão os maiores credores, além de detentores de bônus emitidos fora do País.

Alpargatas (ALPA4)

A Itaúsa e a Cambuhy, controladoras da Alpargatas, elevaram a 25,45% sua participação no capital da companhia.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.