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As ações da Embraer (EMBR3) tiveram forte valorização nesta quarta-feira (5) após receber da norte-americana Flexjet o maior pedido de jatos executivos da história da fabricante brasileira de aeronaves, avaliado em até US$ 7 bilhões (equivalentes a R$ 40,4 bilhões) e envolvendo cerca de 200 aviões. A ação da companhia saltou 15,51%, a R$ 66,37.
A XP Investimentos avalia em relatório o anúncio como positivo, uma vez que reduz os riscos de execução à medida que aumenta a visibilidade da receita e reforçando as perspectivas de crescimento para os próximos anos (que vemos como parte crucial da reavaliação múltiplos da empresada empresa), mitigando as preocupações acerca de uma possível baixa de ciclo na Aviação Executiva.
Segundo a XP, a adição de US$ 7 bilhões em carteira deve elevar os níveis do índice book-to-bill (relação que compara o número de pedidos recebidos por uma empresa com o número de pedidos atendidos) para 4,5 a 5,0 vezes para a divisão Executiva, considerando os números de receita de 2024, garantindo 5,0 a 5,5 anos de visibilidade de receita em relação às as estimativas para receitas de 2025.
Embora mantenha as estimativas de entrega/receita inalteradas até agora, a XP acredita que tal pedido não apenas garante uma visibilidade mais longa das receitas, mas também reduz o risco de crescimento de entrega nos próximos anos.
O Itaú BBA comenta que a notícia reforça a confiança dos investidores no forte momento da Embraer.
Para o BBA, o pedido valida ainda mais a tese e o forte momento dos jatos executivos, com o backlog (carteira de pedidos) da empresa praticamente dobrando após este acordo.
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O banco espera que isso sustente o crescimento do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Embraer de pelo menos 10% ao ano até 2028, traduzindo-se em uma TIR (taxa interna de retorno) de 15%.
Segundo o BBA, o potencial aumento dos segmentos Comercial e Defesa pode levar esta TIR para aproximadamente 20%.
Para o banco, a ação continua sendo uma tese negligenciada, com alta liquidez (R$ 300 milhões volume negociado por dia), bom momento e tendências positivas na revisão de lucros. Dessa forma, BBA reiterou recomendação de compra e preço-alvo de US$ 51 por ADR (recibo de ações negociado nos EUA da empresa).
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O Bradesco BBI também vê a notícia como positiva para Embraer, já que os US$ 7 bilhões aumentam a carteira de pedidos consolidada do 3T24 da empresa em até 31%, o que reforça as fortes tendências de demanda para o segmento de aviação executiva.
Segundo estatimativas do BBI, esses pedidos serão entregues entre 2026 e 2030, o que pode gerar um valor presente líquido (VPL) de US$ 383 milhões, ou US$ 2,10 por ADR da empresa, com 5% de alta em relação ao preço de fechamento de ontem.
Além disso, a forte demanda por jatos executivos pode ajudar a sustentar o poder de precificação da Embraer no segmento e também pode justificar uma expansão de capacidade pela empresa. Nesse contexto, o BBI assumu que a Embraer pode entregar 150 jatos executivos por ano a partir de 2026.
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O BBI manteve recomendação de compra para a Embraer e um preço-alvo de US$ 43,00 para o ano de 2025.
O JPMorgan vê o anúncio de hoje como muito positivo, impulsionando as ações da Embraer e levando a um desempenho superior ao Ibovespa, apoiado pelo aumento da contribuição da aviação executiva para os resultados e pelo crescimento do backlog.
Levando em conta os 182 jatos encomendados firmemente (US$ 6 bilhões), o acordo eleva a carteira total de pedidos da Embraer em aproximadamente 26%, para cerca de US$ 28,7 bilhões, e aumenta o backlog de jatos executivos em 2,4 vezes, para US$ 10,4 bilhões, representando uma duração de aproximadamente seis anos.
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Segundo o JPMorgan, assumindo que o múltiplo EV/backlog da Embraer permaneça em torno de 0,3 vez (média histórica), esse pedido representa um potencial de valorização de quase 30% em relação aos níveis atuais. Do ponto de vista do lucro, assumindo uma margem EBIT de 10 a 12% apenas sobre o pedido firme, este contrato deve adicionar US$ 600 a 720 milhões ao EBIT nos próximos cinco anos, representando cerca de 14 a 17% de nossa estimativa de EBIT para o período.
Atualmente, a Embraer (ERJ) negocia a 8,3 vezes Valor da Firma (EV)/EBITDA para 2025, comparado a Boeing (BA) a 38,2 vezes, Airbus (AIR) a 12,4 vezes e Bombardier (BBD/B) a 7,2 vezes. O JPMorgan reiterou recomendação de compra e preço-alvo de R$ 78.