Embraer (EMBR3) tem combo de notícias positivas com Eve e negociações com FAB, apontam analistas

Companhia se movimentou para certificar sua controlada na Anac e fechou as negociações de aviões KC390s com a Força Aérea Brasileira

Vitor Azevedo

O KC-390 é a maior aeronave já construída pela indústria aeronáutica brasileira. Foto: Claudio Capucho/Embraer

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A Embraer (EMBR3) divulgou nas últimas 24 horas duas notícias vistas como positivas por analistas – a de que entrou com processo da certificação da Eve, sua companhia de mobilidade urbana, na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e de que finalizou sua negociação dos aviões KC-390 com a Força Aérea Brasileira (FAB).

Para o Bradesco BBI, a movimentação da companhia em relação à Eve pode a colocar em uma posição de líder do mercado global de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOLs, na sigla em inglês).

“Em nossa opinião, o histórico comprovado da empresa em certificação de aeronaves é um importante vantagem competitiva em relação aos seus pares”, comentam Victor Mizusaki, Andre Ferreira e Pedro Fontana.  “Além disso, ao certificar sua aeronave eVTOL junto à ANAC, que possui acordo com a FAA (agência reguladora americana), será mais fácil para Eve receber a autorização necessária para começar a voar nos EUA”, completam.

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Apesar de venda menor, negociação da Embraer com FAB foi melhor do que o esperado

Já a respeito das negociações com a FAB, que firmaram a venda de 22 aviões, o BBI viu o resultado como “melhor do que o esperado” uma vez que notícias sugeriram anteriormente que o número de aeronaves vendidas poderia cair para 15 KC390s  – no contrato inicial, firmado em 2014, eram previstos 28.

“A Embraer já entregou 7 KC390s à FAB e esperamos que a empresa entregue duas aeronaves por ano em 2022 e 2023, e uma aeronave por ano a partir daí até 2034. A despesa não-caixa única de US$ 50 milhões relacionada a este aditamento de contrato veio de acordo com o nosso melhor cenário”, disseram os analistas.

O Itaú BBA viu, porém, a negociação de maneira mais neutra, apontando que as mudanças terão efeito negativos não-caixa de US$ 50 milhões no resultado do quarto trimestre e que, apesar de a companhia afirmar que o imprevisto não impacta o cumprimento do seu guidance de 2021, a mudança altera a carteira de pedido em US$ 500 milhões, correspondente a 3% dos US$ 16,8 bilhões registrados em setembro do ano passado.

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O Bradesco BBI tem recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para as ações da Embraer que são negociadas na bolsa de Nova York, com preço-alvo ficado em US$ 26, uma alta de 69% em relação ao fechamento da véspera.

O Itaú BBA também tem recomendação outperform para os mesmos papéis, com preço-alvo de US$ 21, ou potencial de alta de 36% – e afirma no relatório que deve em breve revisar suas estimativas para cima, por ver que a Embraer será beneficiada pela recuperação do tráfico aéreo.

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