Embraer (EMBR3) sobe quase 4% com novos pedidos de aeronaves

Companhia recebeu nesta quarta novas encomendas de jatos

Felipe Moreira

Ativos mencionados na matéria

Avião de transporte militar da Embraer (Divulgação)
Avião de transporte militar da Embraer (Divulgação)

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A fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3) é novamente destaque positivo na sessão desta quarta-feira (18), com as ações subindo forte após o recebimento de novos pedidos durante o Paris Air Show. Às 12h36, a ação da companhia subia 3,72%, a R$ 72,71.

A companhia recebeu nesta quarta um pedido firme de 60 aeronaves E175 da SkyWest Airlines, em uma encomenda avaliada em US$ 3,6 bilhões, que inclui direitos de compra que envolvem 50 jatos adicionais. A Lituânia, por sua vez, escolheu o Embraer C-390 Millennium como a aeronave de transporte militar de próxima geração do país, abrindo caminho para a aquisição de três jatos.

O Itaú BBA classificou como positivas as notícias envolvendo um possível novo pedido da SkyWest. Considerando um desconto potencial de 50%, o pedido poderia levar a carteira de pedidos da Embraer no segundo trimestre de 2025 a um novo recorde, superando os US$ 26,4 bilhões registrados no primeiro trimestre.

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Para o BBA, um pedido dessa magnitude tende a provocar uma reação forte no mercado, validando o otimismo da equipe com o Paris Air Show e reforçando a projeção de uma TIR (taxa interna de retorno) de 14% nominal em dólares para a ação — já levando em conta a valorização de 7% desde a publicação do relatório anterior, na semana passada.

O BBA manteve recomendação de compra e preço-alvo de US$ 62 por ADR.

De acordo com o BTG, a sequência de anúncios na Defesa reforça a posição estratégica da Embraer e o crescimento do backlog do KC-390, mas a ausência de novos pedidos no segmento comercial gera expectativa para os próximos dias.

O BTG reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 94.

O Bradesco BBI classificou como positivas as notícias envolvendo a Embraer, destacando que o pedido firme de 60 jatos E175 representa um acréscimo de US$ 3,6 bilhões à carteira de pedidos do 1T25, o que corresponde a um aumento de 14% com base no preço de tabela.

Segundo o banco, o anúncio foi uma adição bem-vinda ao Paris Air Show deste ano, contribuindo com contratos comerciais à lista de divulgações dos dois primeiros dias, que até então eram focadas em defesa e pedidos para a Eve. Com esse pedido e os demais já anunciados em 2025, o book-to-bill do segmento comercial da Embraer está ligeiramente abaixo de 1 vez.

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Apesar do crescimento expressivo da carteira de pedidos a preços de lista, o banco estima um valor presente líquido (VPL) de US$ 1,40 por ação da Embraer, o que representa cerca de 3% em relação ao preço de fechamento do dia anterior, já considerando os descontos usuais nos contratos.

O BBI também destacou que os potenciais três novos pedidos da Lituânia podem adicionar entre US$ 360 milhões e US$ 720 milhões à carteira de pedidos da Embraer, considerando o preço unitário das aeronaves e serviços associados. Isso representa um incremento de 1% a 3% em relação à carteira total do primeiro trimestre de 2025 e de cerca de 8% na carteira combinada de Defesa e Serviços.

Com esse movimento, a Lituânia se tornou o sétimo país da OTAN a selecionar o cargueiro militar C-390 Millennium, juntando-se a Portugal, Hungria, Holanda, República Tcheca, Suécia e Eslováquia. Também passou a ser o 12º país no total a encomendar ou escolher a aeronave.

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Para o BBI, essa nova encomenda — somada às 10 opções adicionais anunciadas por Portugal para possíveis aquisições por outras nações — reforça a visão de que a Embraer pode continuar anunciando novos contratos com países da OTAN nos próximos meses e anos. Em relatório anterior, o banco estimou um potencial de pelo menos 50 novas encomendas do C-390 vindas da OTAN, com a expansão dos investimentos em defesa na Europa podendo gerar uma carteira entre US$ 5 bilhões e US$ 11 bilhões.

O banco observa ainda que, caso a Embraer amplie sua presença em outros países da aliança militar, o mercado endereçável pode dobrar. Além disso, a fabricante brasileira disputa encomendas relevantes em países como Índia (40 a 80 aeronaves) e Arábia Saudita (33 unidades).

O Bradesco BBI mantém recomendação de compra para os papéis da Embraer e preço-alvo de US$ 60 ao fim de 2025.

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