Publicidade
As ações da Embraer (EMBR3) tiveram uma nova sessão de volatilidade nesta quarta-feira (10), com investidores atentos ao anúncio do “marco” nos EUA, que gerou muita especulação desde a semana passada.
No fim da manhã desta quarta, a companhia anunciou ter recebido uma encomenda de até 100 jatos E195-E2, um pedido avaliado em cerca de US$ 4,4 bilhões a preços de tabela das aeronaves.
A encomenda foi feita pela norte-americana Avelo Airlines, que será a primeira companhia aérea dos Estados Unidos a operar a aeronave, afirmou em comunicado a fabricante brasileira.
Não perca a oportunidade!
“O E195-E2 é um divisor de águas para as companhias aéreas que desejam crescer de forma lucrativa enquanto elevam a experiência dos passageiros”, disse Arjan Meijer, presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial. “A Avelo está complementando sua frota de aeroanves narrowbody com o E195-E2, líder em sua categoria. Seu consumo de combustível extremamente eficiente, sua operação silenciosa e a capacidade de operar em pistas curtas permitirão a abertura de novos mercados, otimizando a capacidade em toda a sua malha aérea – tudo isso com uma cabine muito apreciada pelos passageiros”, apontou a companhia em comunicado.
O E195-E2 é o maior jato comercial da Embraer, com capacidade para 146 passageiros em classe única e um alcance de cerca de até 5.500 quilômetros.
Por volta das 11h (horário de Brasília), logo após o anúncio, as ações chegaram a renovar as máximas históricas ao superar os R$ 84 – mais precisamente R$ 84,07, ou avanço de 3,17% – , mas logo perderam o fôlego. Os papéis fecharam com queda de 1,60%, a R$ 80,19.
Continua depois da publicidade
O anúncio desta quarta-feira coincide com um grande encontro de líderes do setor aeroespacial em Washington e ocorre em um momento em que a Embraer, a terceira maior fabricante de aviões do mundo atrás de Airbus e Boeing, tem feito lobby junto ao governo do presidente norte-americano, Donald Trump, para remover tarifas de importação de 10% que atingem seus produtos.
O JPMorgan apontou esperar uma reação positiva hoje com o anúncio, mesmo que as ações tenham subido 5% desde a última quinta-feira contra o Ibovespa em +1%, quando a empresa comentou pela primeira vez sobre este potencial marco.
A opinião foi apoiada por: i) entrada do E2 em um novo mercado – o anúncio de hoje representa as primeiras vendas do E2 nos EUA, que é o maior mercado para aeronaves em todo o mundo; ii) redução contínua do risco da aviação comercial, visto que a carteira de pedidos da aviação comercial após este pedido atingirá cerca US$ 17,5 bilhões ou 487 aeronaves, representando cerca de 6 anos de entregas (no ritmo de por volta de 81/ano, conforme a projeção para 2025); e iii) Trata-se do maior pedido E2 já feito, sendo o segundo maior, seguido pelo anunciado em 1º de julho pela SAS, com 45 aeronaves + 10 opções, refletindo a qualidade do produto e as campanhas de vendas da Embraer.
Além disso, o pedido de hoje demonstra que a tarifa atual de 10% sobre as aeronaves da Embraer não está prejudicando sua competitividade e também indica que as tarifas podem ser suspensas no futuro, à medida que a Embraer conquista um novo cliente para sustentar sua reivindicação de tarifa zero.
O JPMorgan avalia os próximos catalisadores, que incluem: potencial redução na tarifa americana para 0%, contra 10% atualmente, e um possível pedido do KC-390 da Força Aérea dos EUA.
(com Reuters)
