Embraer (EMBR3): entrega de jatos supera expectativas e analistas reforçam visão positiva para companhia

Empresa anunciou suas entregas e números de carteira de pedidos para o segundo trimestre de 2023

Felipe Moreira

Reprodução / OGMA
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A Embraer (EMBR3) anunciou na última quinta-feira (4), após o fechamento do mercado, suas entregas e números de carteira de pedidos para o segundo trimestre de 2023 (2T23).

A companhia entregou 47 jatos no segundo trimestre de 2023, sendo 17 comerciais e 30 executivos (19 jatos leves e 11 jatos médios), superando as expectativas do JPMorgan de 40 aeronaves para o período.

Segundo cálculos do JPMorgan, a Embraer entregou cerca de 32% do ponto médio de sua orientação para o ano fiscal de 2023, que varia de 185 a 200 aeronaves (36% de comerciais / 30% de jatos executivos).

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O banco estima que as entregas tragam um viés positivo de cerca de 11% para a receita no 2º trimestre de 2023, que é de US$ 1,23 bilhão, e um viés positivo de cerca de 34% em relação às estimativas do consenso de US$ 1,12 bilhão. Além disso, o JPMorgan acredita que o forte nível de entregas (+18% em relação ao JPM) traga um risco positivo para o Fluxo de Caixa Livre (FCF).

Em relação à carteira de pedidos, ela totalizou US$ 17,3 bilhões, praticamente estável em relação ao ano anterior e ao trimestre anterior, representando 3,5 vezes a receita dos últimos 12 meses (LTM).

O JPMorgan vê a Embraer sendo negociada a um múltiplo de 4,5 vezes Valor da firma (EV)/Ebitda para 2024, bem abaixo dos seus pares.

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As entregas de aeronaves comerciais e executivas da Embraer no 2T23 também superaram as estimativas do BBI de 13 e 27 aeronaves, respectivamente. Na avaliação do banco, a orientação de entrega de aeronaves de 65-70 aeronaves comerciais e 120-130 jatos executivos para 2023 ainda está no caminho certo.

Segundo o BBI, a Embraer deve aumentar as entregas de jatos comerciais e executivos no 2S23 em 8% (+3 unidades) e 19% (+14 unidades) na comparação anual, respectivamente, o que parece factível dado que: 1) pré-pandemia (2017-19), a Embraer costumava entregar 49 aeronaves comerciais no 2 semestre, acima das 41 unidades esperadas no 2S23; 2) são pedidos firmes; e 3) as encomendas da American Airlines e Jordanian Airlines começarão a ser entregues no 4T23. “Portanto, o risco é a cadeia de suprimentos e não a demanda”, destacam analistas.

Para BBA, os resultados foram bons de forma geral, mostrando uma melhora significativa em relação ao 1T23 sazonalmente mais fraco, com um aumento respectivo de 55% e 43% na base anual nas divisões comercial e executiva, colocando a empresa no caminho para cumprir sua orientação para 2023.

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O Itaú BBA ainda destaca que apesar da aceleração de entregas trimestral e anual, a Embraer manteve sua carteira de pedidos em níveis estáveis, sugerindo um bom fluxo de pedidos.

A XP Investimentos comenta que a Embraer apresentou números operacionais melhores no 2T23, com melhoras tanto na comparação trimestral (alinhado à sazonalidade esperada) quanto na base anual como positivas, e prevê uma recuperação contínua ao longo do segundo trimestre de 2023.

Quanto à carteira de pedidos, a XP vê uma mensagem não tão positiva – “vimos o mercado decepcionado com os poucos anúncios de novas ordens no Paris Air Show deste ano, levando a uma adição líquida de 7 pedidos no 2T23, implicando um nível book-to-bill baixo de 0,4 vez para a divisão comercial”.

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Em resumo, a XP acredita que os números operacionais dão um tom melhor para o resultado financeiro (que será divulgado dia 14 de agosto) e reitera visão de que a Embraer deve ser um destaque positivo entre as empresas de sua cobertura no 2T23.

O Itaú BBA e BBI mantiveram recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ADRs (recibo de ações, ou papéis negociados na Bolsa americana) da Embraer, com preço-alvo de, respectivamente, US$ 21 e US$ 25. O JPMorgan também reiterou avaliação equivalente à compra, com preço-alvo de US$ 28.