Embraer ameniza após saltar 10% com venda aprovada pelo governo; Gol dispara após elevar projeções financeiras

Confira os destaques da B3 na sessão desta sexta-feira (11)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A sessão é de estabilidade para o Ibovespa, com o mercado novamente de olho nas negociações entre Estados Unidos e China, mas também repercutindo o noticiário corporativo mais  movimentado, com prévias operacionais, recomendações e, principalmente, o aval do governo à venda da Embraer para a Boeing. Confira os destaques do mercado nesta sessão: 

Embraer (EMBR3)

As ações da Embraer disparam na Bolsa. O Palácio do Planalto anunciou ontem que não vetará a operação entre Boeing e Embraer. Em documento, o governo afirma que não haverá mudança no controle da Embraer e que serão observados os “interesses estratégicos e o respeito incondicional à ‘golden share’”.

Em nota, a Embraer e a Boeing afirmaram que a aprovação pelo governo brasileiro é bem vinda e que a transação as colocará em posição de acelerar o crescimento nos mercados globais de aeronaves. Segundo eles, a transação deve ser concluída até o final de 2019.

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Conforme destaca o Bradesco BBI, a Embraer agora pode convocar uma assembleia extraordinária de acionistas (AGE) para votar o acordo com a Boeing, que pode levar pelo menos 30 dias. Para a equipe de análise do banco, o preço de aquisição (US$ 5,3 bilhões), juntamente com a possibilidade de pagar dividendos extraordinários de US$ 5,00 a US$ 10,00 por ADR, reduz a chance de os acionistas bloquearem o acordo.

“Uma vez concedida a aprovação dos acionistas, a Embraer e a Boeing podem solicitar o endosso antitruste em vários países, o que representa um risco baixo na nossa visão. Esperamos que o negócio seja finalizado no final de 2019”, avaliam os analistas, que mantém recomendação outperform para o papel. 

Gol (GOLL4)

As ações da Gol sobem forte após a companhia elevar as estimativas para 2019 e ver um lucro por ação entre R$ 2,20 e R$ 2,60. Antes, a projeção era de R$ 1,50 a R$ 1,90. A companhia aérea também elevou a estimativa para a receita, de R$ 12,8 bilhões para R$ 12,9 bilhões, com margem Ebitda elevada de 17% para 27%.

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Segundo a Gol, as projeções foram atualizadas para refletir estimativas de demanda, mudanças na capacidade dos concorrentes, variações nos preços do petróleo, valorização do dólar, incorporação de aeronaves 737 MAX e estimativas preliminares da adoção do IFRS16. A aérea também revisou para cima a oferta de assentos nos dois anos. 

Petrobras (PETR3; PETR4)

A ação da Petrobras registra baixa apesar do leve dia de ganhos para o petróleo, em meio aos cortes de produção feitos pela Opep. 

Por outro lado, atenção para a notícia do Valor Econômico de que o CEO Roberto Castello Branco estaria pressionando a saída de mais dois integrantes do conselho, o que abriria caminho para o governo Bolsonaro indicar 4 vagas no conselho, facilitando a decisão sobre o pagamento à estatal de recursos da cessão onerosa.

Em meio ao esforço para ajustar as contas do governo, a equipe econômica comandada por Paulo Guedes busca reduzir ao máximo o montante a ser pago à estatal. A área econômica tinha outros cenários, como uma dívida com a Petrobras de pouco mais de US$ 5 bilhões e outro de US$ 2,7 bilhões.

De acordo com a equipe de análise da Rico, a notícia é negativa. “Caso se concretize, poderia sinalizar um conflito de interesses e uma ingerência que vai contra a posição liberal do governo”, destaca.

Também no radar da estatal, a Petrobras elevou o preço médio da gasolina nas refinarias para R$ 1,4624, com vigência a partir desta sexta-feira (11). O preço do diesel, porém, permanece inalterado.

Pão de Açúcar (PCAR4)

O Pão de Açúcar atingiu vendas líquidas de R$ 14 bilhões no quarto trimestre de 2018, 12% acima na comparação com o mesmo período do ano anterior. No conceito “mesmas lojas”, a expansão foi de 6,9%, tanto nas vendas brutas quanto nas vendas líquidas.

A receita líquida da companhia subiu 10,7% no acumulado do ano, para R$ 49,4 bilhões, enquanto as vendas líquidas de Extra e Pão de Açúcar (braço de multivarejo) subiram 3,5% no último trimestre do ano passado, para R$ 7,3 bilhões, e 1,1% em 2018, para R$ R$ 26,5 bilhões.

O atacarejo Assaí liderou o crescimento na empresa, com expansão de 24,2% em 2018, com venda líquida de R$ 22,9 bilhões. De acordo com o Itaú BBA, os números foram neutros, com destaque mais uma vez para o Assaí, enquanto o multivarejo está apresentando maior consistência. 

Camil (CAML3)

A Camil registrou um lucro líquido de R$ 150,3 milhões no terceiro trimestre de 2018, impulsionado pelo reconhecimento de créditos fiscais extemporâneos em outubro. O período foi marcado pelo crescimento de volume de vendas sequencial em todas as categorias, com exceção do arroz no Brasil.

No período, a receita líquida foi de R$ 1,27 bilhão, o Ebitda (Lucros Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) foi de R$ 151,4 milhões, com margem Ebitda de 12%. Também no 3º trimestre, a receita líquida foi de R$ 1,27 bilhão e o Capex teve alta de 66,8% na relação anual, para R$ 42,7 milhões.

Na opinião do Itaú BBA, o decréscimo sequencial do volume de arroz no mercado interno, aliado à fracar margem Ebitda, foram pontos negativos do balanço. 

Multiplan (MULT3)

Os analistas do Morgan Stanley rebaixaram a classificação de Multiplan para ‘underweight’. O papel estava antes classificado como ‘equal-weight’. O preço-alvo, por sua vez, foi elevado de R$ 22 para R$ 23, o que implica em uma desvalorização de 4,8% em relação ao último fechamento.

Iguatemi (IGTA3)

O Morgan Stanley também rebaixou a recomendação para os papéis de Iguatemi. Os papéis, antes classificados como ‘overweight’, foram cortados para ‘equal-weight’, com preço-alvo de R$ 42, o que implica em um potencial de alta de 3%.

JBS (JBSS3)

A equipe de research da XP Investimentos elevou a recomendação de ‘neutra’ para ‘compra’ para os papéis de JBS, aumentando o preço-alvo de R$ 11 para R$ 16 por ação.

“Na nossa visão, o sólido desempenho em 2018 deve continuar em 2019, especialmente considerando a forte dinâmica do mercado nos EUA (que representa cerca de 75% das vendas da JBS)”, escrevem. E completam: “Melhorias de governança, reforçadas por Gilberto Tomazoni assumindo como CEO e Guilherme Cavalcanti como CFO, são vistas como positivas”.

EZ Tec (EZTC3)

A EZ Tec lançou um novo empreendimento na Zona Sul de São Paulo, chamado “Le Jardin Ibirapuera”  no valor de R$ 71,6 milhões, que contará com uma torre residencial e um total de 24 unidades.

Sabesp (SBSP3)

O conselho da Sabesp elegeu Benedito Braga Júnior para o cargo de diretor-presidente da companhia. O executivo, que foi presidente do conselho da Sabesp de janeiro de 2015 a abril de 2018 passará a integrar também o conselho de administração.

Foram escolhidos também Adriano Candido Stringhini como diretor de Gestão Corporativa e Ricardo Daruiz Borsari, como diretor de Sistemas Regionais.

Light (LIGT3)

Em comunicado, a Light informou que fará em 11 de fevereiro o resgate antecipado facultativo total das debêntures da segunda e terceira série em circulação, com o consequente cancelamento de tais debêntures.

BRF (BRFS3)

A BRF acertou ontem a venda da controlada Campo Austral, na Argentina, pelo valor de US$ 35,5 milhões, concluindo a venda de todos os ativos no país. A planta localizada em Florencio Varela (Argentina) e todos os ativos e passivos relacionados foram vendidos à sociedade Argentina Bogs.

Além disso, 100% das ações de emissão da Campo Austral, incluindo as plantas San Andrés de Giles e Pilar, assim como a marca ‘Campo Austral’ foram vendidas à sociedade Argentina La Piamontesa de Averaldo Giacosa y Compañia S.A.

Também no radar da companhia, a XP Investimentos rebaixou a recomendação para os papéis da BRF de ‘compra’ para ‘neutro’, reduzindo o preço-alvo de R$ 30 para R$ 28 por ação. “Apesar de nossa perspectiva construtiva para o setor de proteína no Brasil para 2019, vemos isso já refletido nas ações”, escrevem os analistas.

Direcional (DIRR3)

A Direcional registrou no 4º trimestre um crescimento nas vendas líquidas de 60% em relação ao mesmo período de 2017. No período, os lançamentos subiram 8% a/a, para R$ 529 milhões.

Na opinião do Bradesco BBI, os resultados vieram fortes e, apesar das mudanças no programa “Minha Casa Minha Vida” reduzirem a acessibilidade do poder de compra, os analistas já incorporaram isso em suas estimativas.

“Acreditamos que as métricas operacionais de Direcional e Tenda devam continuar se sobressaindo em relação aos seus concorrentes, dado o foco de ambas as companhias em produtos/unidades mais acessíveis e competitivas”, escrevem.

Oi (OIBR4)

A Oi contratou o BofA Merrill Lynch para vender parte de seus ativos. O plano de recuperação judicial da companhia já previa a alienação de ativos como forma de levantar recursos para financiar operações e investimentos.

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A companhia informou nesta manhã que o CFO da Eletrobras, Armando Casado de Araujo renunciou ao cargo por motivos pessoais. O presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior assumirá as funções cumulativamente até a entrada de um novo executivo.

Na opinião do Itaú BBA, a notícia é positiva para a companhia, uma vez que uma pessoa mais “técnica” seria mais benéfica para a companhia no trabalho de otimização da alavancagem, podendo ajudar a criar arquiteturas financeiras para contribuir para a melhor venda de ativos e  corte de custos da empresa.

 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.