Embargo de exportações de carnes do Brasil gera reação exagerada, diz Bradesco

Analistas apontam que risco não é tão grande como o mercado está precificando nos papéis dos frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva

Paula Barra

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SÃO PAULO – O mercado está apresentando uma reação “exagerada” em torno da suspeita da doença “vaca louca”, disse o Bradesco. No último pregão, os papéis da Marfrig (MRFG3, -5,33%, R$ 8,17) lideraram as perdas do Ibovespa, seguidas pelas ações do JBS (JBSS3, -2,74%, R$ 5,67) e Minerva (BEEF3, -4,48%, R$ 10,02).

A tempestade começou no último sábado, quando a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal, na sigla em inglês) anunciou que um caso da doença conhecida como “vaca louca” foi detectada em um animal que morreu em 2010, no estado do Paraná. A partir de então, o Japão suspendeu as importações de carnes bovinas do Brasil e, em seguida, o porta-voz do órgão de fiscalização de saúde animal da Rússia comentou que o governo do país está analisando um possível embargo.

Mas para os analistas Ricardo Boiati, Alan Cardoso e Pedro Bueno essa reação negativa dos papéis veio muito cedo, embora levem em consideração os riscos das restrições nas exportações dessas empresas. 

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Eles não enxergam um risco relevante para as exportações brasileiras, já que: “os argumentos que justificam as restrições são fracos e a Rússia depende significativamente do Brasil para suprir sua demanda de carne, e encontrar um novo exportador com o volume necessário deve ser muito caro”. 

A própria OIE, em comunicado oficial, disse que mantém a classificação do Brasil como país de risco insignificante para EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina). O que foi detectado é que o animal possuía o agente causador da EEB, porém, não manifestou a doença e nem morreu por esta causa. 

Apesar disso, os analistas reforçam que é importante monitorar de perto essa situação, especialmente a Rússia – que representa 24% das exportações de carnes brasileiras, sendo o principal mercado do Brasil.