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SÃO PAULO – Em meio à exaltação do mercado em torno da “guerra cambial”, o rendimento dos títulos denominados em reais com vencimento em 2016 caiu a um recorde de 3,76% na última terça-feira (3), diante da crença de que o 3º programa de compra de ativos do Federal Reserve levará a ganhos da moeda brasileira frente ao dólar, impulsionando os retornos da dívida, informa a Bloomberg.
Segundo analistas consultados pela agência de notícias norte-americana, o real terá valorização de 6,1% no próximo ano, a maior alta entre as principais moedas do mundo, mesmo depois das declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o País está preparado para “intervir” no mercado de câmbio e proteger a indústria local.
A análise, contudo, é debatida pelo diretor executivo da NGO Corretora de Câmbio, Sidnei Nehme. Segundo ele, o conjunto de possíveis atuações do governo no mercado de câmbio praticamente “blinda” o país em relação ao capital especulativo, não havendo porque imaginar-se fluxos intensos de recursos externos para o Brasil em decorrência das decisões dos bancos centrais dos países desenvolvidos.
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Ele lembra que no mês de setembro a saída de dólares do Brasil foi de R$ 896 milhões, superando a entrada da moeda no País, e deve continuar assim até o final do ano. Diante disso, Nehme enfatiza que “essa guerra cambial é uma fantasia do mercado”.
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Além disso, Nehme aponta que o cenário no país mudou, citando a entrevista de Dilma Rousseff para o jornal Financial Times. De acordo com a presidente, o tempo de “almoço grátis” no Brasil acabou, com o retorno dos investimentos indo para níveis considerados normais, em clara evidência a Selic em patamar historicamente baixo, a 7,5% ao ano. Ou seja, “isso significa que precisamos olhar para lucros adequados em atividades produtivas que são boas para o país”, reforçou.
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A ideia conflita com as apostas dos investidores, de que os esforços dos bancos centrais em baixar os custos de financiamento para estimular o crescimento econômico e conter a crise europeia irão impulsionar os preços das commodities, levando o Mantega a rever sua oposição contra a valorização do câmbio para conter os aumentos dos preços. Segundo pesquisa Focus do Banco Central, a inflação anual irá acelerar 5,24% para 5,48%.
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